México - Riscos e Oportunidades

Analisando as grandes linhas políticas e económicas do país ao longo dos últimos anos e, particularmente do novo Governo, é possível concluir que este é um mercado que, embora apresente alguns riscos, oferece também muitas oportunidades.

plano-nacional-de-desenvolvimento-mexicanoO desígnio estratégico de diversificação da economia abre janelas de oportunidade a empresas estrangeiras e, por maioria de razão, a empresas portuguesas. Esta é uma afirmação que ultrapassa a mera retórica. Em Abril do ano passado foi apresentado o Plano Nacional de Desenvolvimento para os próximos seis anos, estabelecendo os objectivos, as estratégias e as prioridades a seguir neste período. Analisando este plano, facilmente se percebe que o objectivo da diversificação lhe é transversal e as várias metas identificadas dificilmente serão atingidas sem empresas e investimento externo.

Desde logo, a meta de crescimento da economia, estabelecida nos 4% ao ano (média) até 2024. Uma meta ambiciosa que, segundo algumas análises, para ser atingida necessita que o conjunto do investimento público e privado atinja 27% do PIB. De acordo com alguns números avançados, nos últimos anos o investimento privado terá rondado os 20% do PIB e o público apenas 3%. Ora, sendo objectivo do governo aumentar o investimento público para 5%, os restantes 22% terão necessariamente que vir do sector privado. Como tal, será de esperar que o Governo continue a adoptar medidas que favoreçam o ambiente de negócios, criando condições cada vez mais favoráveis ao investimento e iniciativa privada. Os projectos elencados no Plano de Desenvolvimento Nacional não serão atingidos de outra forma.

Dos vários projectos em cima da mesa, muitos inserem-se na área da construção de infra-estruturas visando o desenvolvimento de regiões mais desfavorecidas e a ligação entre diferentes regiões do país. O México apresenta ainda muitas assimetrias entre os grandes centros urbanos ou as zonas mais industrializadas a norte, e zonas mais rurais onde o crescimento é ainda muito incipiente. Melhoria de estradas, construção de novas vias de comunicação, ligações ferroviárias, infra-estruturas eléctricas, de telecomunicações e até mesmo o novo aeroporto Felipe Ángeles na cidade do México são alguns dos pilares desta estratégia, oferecendo múltiplas oportunidades de negócio nestas áreas.

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Ainda decorrentes do plano, surgem oportunidades de negócio em várias áreas das Tecnologias de Informação e Comunicação, nomeadamente no sector da educação e ensino (onde as necessidade de investimento são muito grandes tanto no sector público como privado), no sector financeiro (que procura aumentar a taxa de cobertura bancária, actualmente das mais baixas da América Latina) e no âmbito da segurança informática. O objectivo de cobertura total do país com rede wireless vem reforçar as oportunidades de negócio na área das telecomunicações.

A energia é outros dos sectores visados, e aqui as oportunidades estendem-se da produção de energia - especialmente a partir de fontes renováveis (e aqui existem oportunidades ao nível do projecto, instalação, exploração e manutenção) com especial destaque para a energia eólica e solar para o desenvolvimento das quais o México tem condições excepcionais - à conservação e poupança energética, onde o país procura ainda muitas soluções. São várias as empresas portuguesas que dão cartas nestas áreas.

O desenvolvimento do sector da saúde poderá também traduzir-se em oportunidades, especialmente tratando-se da construção de infra-estruturas, venda de equipamentos, serviços de formação e ainda no sector farmacêutico. O mesmo se passa quanto ao abastecimento de água potável, saneamento básico e, de um modo geral, em todo o sector do ambiente, onde se multiplicam as necessidades em matéria de tratamento de resíduos urbanos, contaminação de solos, poluição etc.

No agro-alimentar, dadas as características distintivas da oferta portuguesa, há oportunidades para o vinho, os queijos, as peras e maçãs, produtos que têm autorização de exportação para o México. Têxtil e confecção, calçado, sector automóvel, aeronáutico/aeroespacial e electrónico são outros que apresentam potencial de crescimento para as empresas portuguesas, nomeadamente aliando-se a empresas ou entidades mexicanas.

mexico-exercitoEste não é, porém, um mercado isento de riscos. Além dos riscos inerentes a cada uma das áreas de negócio, há riscos políticos e sociais a considerar. O país está ainda muito dependente do seu vizinho, os EUA, e oscilações a norte (quer no plano do relacionamento com o México, quer no plano geral da economia e relações externas dos EUA) tem facilmente impacto na economia mexicana.

Existe também algum risco de instabilidade social, fruto das disparidades económicas de que o México ainda sofre, e que, a materializar-se não deixará de ter impacto no ambiente de negócios do país. Ao risco de instabilidade social, acrescem níveis de corrupção ainda considerados elevados, assim como uma máquina burocrática pesada.

Mas o maior risco político, económico e securitário continua a residir nos elevados índices de criminalidade e violência, em muito associados às redes de narcotráfico que operam no país. E nesta área são grandes os desafios que este e futuros governos terão pela frente.

Este é por isso um mercado que, pese embora as suas oportunidades, deve ser ponderado com tempo, cuidado e dedicação, tanto mais quanto, os resultados de uma aposta no mercado mexicano tendem a surgir apenas no médio a longo prazo, exigindo-se às empresas especial capacidade de resiliência para nele operar e permanecer.

 

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