As relações comerciais com o México têm evoluído de uma forma globalmente positiva, com Portugal a acumular superavits consecutivos ao longo da última década, mas não sem alguns percalços.
Entre 2012 e 2014 os fluxos comerciais com o país registaram uma forte contracção, particularmente acentuada logo em 2012, quando o valor das trocas diminuiu para quase metade. Mas os anos mais recentes evidenciaram um maior dinamismo do comércio bilateral com o México, traduzido num crescimento médio anual em torno dos 18,5%, entre 2015 e 2018. Somando um pouco mais de 482,5 milhões de euros, 2018 foi mais um ano de crescimento das trocas entre os países (12,9%), com as exportações e as importações a registarem subidas de 13% e 12,6%, respectivamente.
Mas os dados disponíveis relativos a 2019 (Jan-Ago) sugerem uma possível nova inflexão neste percurso. O aumento das exportações em 15,7% - totalizando 218,7 milhões de euros - não foi suficiente para contrabalançar a descida de 50,5% das importações - que se ficaram pelos 65,2 milhões de euros - assim ditando uma quebra geral do comércio bilateral na ordem dos 11,5% face a igual período de 2018.
Mais ainda, o aumento das exportações também não foi suficiente para fazer o México subir no ranking dos nossos clientes. Pelo contrário, o país poderá ter descido (face a 2018) duas posições para o 25º lugar, tendo actualmente um peso muito menos significativo entre os parceiros comerciais de Portugal quando comparado com a realidade do início da década, quando figurava como o 11º maior mercado de destino das exportações portuguesas. Mais significativa ainda é a descida no ranking de fornecedores onde o México ocupa actualmente o 54º lugar.
Não obstante esta evolução, este é um mercado que permanece atractivo e com uma dimensão considerável para as empresas portuguesas que não deixam de explorar as oportunidades que se apresentam. Assim se explica o aumento em mais de 80% do número de empresas a exportarem para o México, que de pouco mais de 440 em 2011 passaram para 809 em 2018.
Nos primeiros 8 meses de 2019, as exportações com destino ao mercado mexicano foram lideradas pelos produtos químicos (25,2%), máquinas e aparelhos (22,5%), plásticos e borrachas (13,1%), pastas celulósicas e papel (7,6%) e pela madeira e cortiça (7,3%). Uma estrutura semelhante à verificada em 2018, à excepção das vendas de madeira e cortiça que passaram a integrar o top 5 das maiores exportações portuguesas para o México, substituindo os veículos e outros materiais de transporte que caiu neste ranking. O sector da madeira e cortiça tem revelado o seu dinamismo, mas não é o único. Existe grande potencial exportador tratando-se também de produtos agrícolas (cujas exportações mais do que duplicaram), produtos alimentares, peles e couros, calçado, vestuário, ou até mesmo no sector dos minerais e minérios, podendo aqui encontra-se nichos de oportunidade de negócio a explorar.

