Israel - Relações com Portugal e Potencial Exportador

No quadro do comércio internacional português, as relações com Israel não têm sido particularmente expressivas, com os valores do início da década (2011) a traduzirem um total de trocas (de bens) que pouco ultrapassava os 168 milhões de euros. Acresce, que até 2015 este relacionamento sempre se reflectiu em saldos negativos para o nosso país. Mas os números mais recentes denotam não só um aprofundamento destas relações como uma tendência de inversão na dinâmica dos fluxos comerciais a favor de Portugal.

No último ano, entre exportações e importações, foram já 345,7 milhões de euros o valor dos bens transaccionados com Israel, o que representa um aumento de 105,5% face a 2011. Por outras palavras, em menos de dez anos o comércio bilateral entre os dois países mais do que duplicou e, ao contrário da tendência do passado, o valor das exportações têm vindo a suplantar o das importações, com a balança comercial a inverter-se a favor de Portugal. Fruto de uma taxa média de crescimento anual das exportações de 24,7% contra um crescimento médio das importações de apenas 3,2% (entre 2015 e 2018), as trocas comerciais tendem hoje a favorecer o nosso país, com saldos claramente positivos, em média, na ordem dos 80 milhões de euros. Para o efeito, muito terá contribuído o aumento a que se tem assistido no número de empresas a exportar para Israel: 512 em 2011; 806 em 2017. Uma evolução que certamente terá contribuído para a subida de Israel no ranking dos nossos clientes, ocupando em 2018 o 31º lugar, o que significa uma subida de 14 posições face a 2011. Já entre os nossos fornecedores, o país ocupa a 49ª posição.

Embora em 2018 as importações tenham aumentado 39,6% (depois de sucessivas diminuições nos três anos anteriores), somando 127,9 milhões de euros, ainda assim, tal não foi suficiente para ultrapassar as exportações que, tendo subido 14%, atingiram 217,8 milhões de euros. O quadro permanece, assim, animador para nosso país.

No entanto muito há ainda a fazer para reposicionar Israel no radar das exportadoras portuguesas. Tanto mais quanto, apesar da trajectória económica de sucesso, esta continua a ser uma economia que necessita de importar muito daquilo que consome.

A Portugal, entre os bens mais comprados encontraram-se, em 2018, os produtos agrícolas (48,8% do total das nossas exportações com destino ao país entre Jan-Nov), as pastas celulósicas e papel (8,2%), as máquinas e aparelhos (7%), madeira e cortiça (5,6%) e os minerais e minérios (4,8%). Mas além destes, os números sugerem especial potencial exportador tratando-se dos metais comuns, dos combustíveis minerais, dos produtos químicos, das peles e couros, de vários produtos alimentares e, mais recentemente, um novo nicho de mercado a considerar: os crustáceos ornamentais, que desde Julho do corrente ano passaram a poder ser exportados para o mercado israelita.

As oportunidades são múltiplas num mercado que, inserido numa região marcada pela instabilidade, consegue afirmar-se internacionalmente como um Silicon Wadi, tornando-se um polo de atracção para centros de excelência em diversas áreas científicas e para um cada vez maior número de empresas multinacionais, atestando o dinamismo e vitalidade do ambiente de negócios que se vive no país.

 

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