Coreia do Sul: Riscos e Oportunidades

O seu posicionamento geográfico e, consequentemente, geopolítico, faz com que a Coreia do Sul já tenha sido por mais de uma vez palco do jogo de interesses, não raras vezes divergentes, entre potências estrangeiras, nomeadamente entre os EUA, a R. P. China, a Coreia do Norte, a Rússia e o Japão. Um enquadramento ao qual a Coreia do Sul dificilmente consegue escapar e tenderá a ter implicações no plano da sua política externa, logo no relacionamento com os seus parceiros internacionais mais próximos (geográfica e/ou politicamente). Relacionamentos com altos e baixos, umas vezes mais fáceis, outras mais difíceis, podendo mesmo tornar-se conflituosos.

Os acontecimentos de 2017 em torno da questão nuclear norte-coreana, o elevado nível de tensão em toda a região e a intensa escalada militar mostraram isso mesmo e não deixaram de afectar a economia do país e o seu ambiente de negócios. Este será, pois, um factor a ter em consideração quando se concebem estratégias de internacionalização para este mercado: a avaliação do seu risco político. No quadro geral de classificação de “risco-país”, a Coreia do Sul é geralmente considerada “muito estável”. Ainda assim, há factores que justificam uma regular monitorização deste indicador.

O envelhecimento da população permanece um dos grandes desafios dos diferentes governos ao qual é necessário dar resposta, pelos riscos que coloca, a longo prazo, à sustentabilidade dos sistemas de protecção social e da própria economia.

Não obstante o crescimento do país ao longo das últimas décadas, existem desigualdades socio-económicas significativas que ainda estão por resolver e que, não só comportam o risco de possíveis tensões sociais, como, do ponto de vista económico, têm limitado o crescimento da procura interna. Um outro factor de risco deste mercado, principalmente dada a sua forte dependência das exportações, que tornam a Coreia do Sul particularmente vulnerável a choques externos. Num cenário em que a conjuntura internacional penalize as exportações do país, será necessário responder com uma maior aposta na procura e consumo interno. No entanto, como referido, este não tem sido privilegiado.

Apesar de alguns riscos, este continua a ser um dos mercados de consumo mais importantes de toda a região da Ásia-Pacífico.

Trata-se de um dos mais dinâmicos, mais sofisticados e mais inovadores mercados de todo mundo e, como tal, um mercado de vanguarda para consumidores de novos produtos.

Um mercado com elevados níveis de exigência, onde todas as marcas querem estar presentes e no qual é necessário estar permanentemente “on the top of the game” para garantir o seu lugar, a sua cota de mercado, o que implica um esforço constante de inovação, boas campanhas de comunicação empresarial e de posicionamento de marca, mas mantendo sempre a identidade própria do produto, valorizando a sua origem e especificidade.

Se as empresas portuguesas conseguirem dar resposta a estes desafios, e tirando partido do Acordo de Livre Comércio entre a EU e a Coreia do Sul, poderão existir particulares oportunidades para os nossos produtos no sector agro-alimentar, na fileira do calçado, do vestuário e dos seus acessórios - nestes casos, principalmente tratando-se de peles e couros - no sector da cortiça - e aqui tratando-se não apenas de produtos tradicionais mas também daqueles que têm sido desenvolvidos associados a sectores de tecnologia de ponta - das loiças e porcelana, no sector do mobiliário e decoração e no muito vasto universo das startups.

 

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Relações com Portugal e Potencial Exportador

Ser Associado da Câmara de Comércio significa fazer parte de uma instituição que foi pioneira do associativismo em Portugal.

 

Os nossos Associados dispõem do acesso, em exclusividade, a um conjunto de ferramentas facilitadoras da gestão e organização das respectivas empresas.