Indonésia: relações com Portugal e potencial exportador

As relações comerciais com a Indonésia são tradicionalmente pouco expressivas, com o país a ocupar uma posição muito modesta enquanto parceiro comercial de Portugal: 95º cliente e 43º fornecedor (Jan-Fev, 2018). Mas dados relativos aos últimos cinco anos revelam um crescimento das trocas entre os dois países (a uma média anual de 10,5%) e que tendo atingido quase 170,8 milhões de euros no último ano, representaram um aumento de mais de 47% face a 2013, o que denota uma maior aproximação entre os dois mercados.

Welcome-2-JakartaNo entanto, esta evolução tem sido feita essencialmente com base no aumento das importações provenientes do mercado asiático que desde 2013 vêm registando taxas sucessivas de crescimento, ao contrário das exportações que, à excepção do ano de 2014, têm vindo a diminuir. O aumento do número de empresas nacionais exportadoras para o mercado indonésio (de 144 em 2013 para 179 em 2016) não tem sido suficiente para reverter este quadro.

A tendência tem sido, por isso, para saldos comerciais negativos para o nosso país. O último ano não foi excepção, com as importações a somarem cerca de 155,8 milhões de euros (subida de 8,6% face ao ano anterior), ficando substancialmente acima das exportações que não chegaram aos 15 milhões de euros (-18,2% do que em 2016).

Os primeiros dois meses de 2018 voltaram a ser de total predomínio das importações face às exportações (21,4 milhões de euros contra 2,1 milhões, respectivamente), embora em termos de variação percentual estas tenham crescido muito mais (60,9%) do que aquelas (-3,5%) face a igual período de 2017. Sinal encorajador, mas que deverá ser tomado com cautela.

No último ano a venda de máquinas e aparelhos dominaram de forma quase absoluta (40,4%) as nossas exportações com destino à Indonésia. No entanto, será importante sublinhar a necessidade da venda ser acompanhada por uma capacidade de assistência técnica sob pena das empresas portuguesas perderem alguma da vantagem competitiva que têm face a outros concorrentes que também operam no mercado. Seguiram-se as exportações de matérias têxteis (9,8%), minerais e minérios (6,5%), madeira e cortiça (6,5%) e produtos de vestuário (6,4%).

Os dados disponíveis relativamente a 2018 (Jan-Fev), mostram uma ligeira alteração nesta estrutura, com as matérias têxteis e o vestuário a serem substituídos pelas exportações de produtos alimentares e das pastas celulósicas e papel, o que denota o potencial exportador destes sectores, fruto das oportunidades de negócio aqui encontradas.

Neste contexto, as necessidades em termos de importação com capacidade de resposta portuguesa em termos de produção e exportação têm feito com que fazem com que o grupo dos instrumentos de óptica e precisão, dos produtos agrícolas, das peles e couros, dos metais comuns e dos plásticos e borrachas se revelem também especialmente pujantes, podendo aqui encontrar-se outras oportunidades de negócio a explorar.

Apesar das relações comerciais com a Indonésia serem muito pouco significativas, há margem para as empresas portuguesas crescerem no país. Naturalmente que a distância física aos mercados de destino será sempre um factor de enorme peso na determinação da estrutura dos nossos clientes. No entanto, o dinamismo e a vitalidade desta economia e as oportunidades que o mercado apresenta, aconselham a uma revisão/adaptação das estratégias de internacionalização das empresas portuguesas.

 

Com o objectivo de apoiar as empresas portuguesas na abordagem a este mercado, a CCIP está a organizar uma missão empresarial à Indonésia que se realiza de 14 a 21 de Outubro. Conheça o programa aqui e faça a sua pré-reserva até 7 de Setembro.

 

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