O comércio internacional entre Portugal e o Gana tem conhecido oscilações significativas ao longo da última década, com o último ano a registar uma diminuição dos fluxos comerciais na ordem dos 42%, totalizando pouco mais de 97 milhões de euros. Não obstante, os valores absolutos revelam um aumento das trocas em 776% de 2007 a 2016, o que será indicativo, pelo menos, dos esforços que têm vindo a ser feitos no sentido do reforço das relações comerciais entre os países. Estas têm, no entanto, sido mais favoráveis ao Gana, com a balança comercial a apresentar saldos negativos para Portugal desde 2013. Este dado é facilmente explicável se considerarmos que desde então as importações cresceram a uma média anual de 915% face a uma subida de apenas 37,6% das exportações. Isto, apesar do aumento em mais de 100% das empresas exportadoras para o Gana que em 2016 se contavam em 311.
Face ao crescimento médio das importações nos anos mais recentes, o último parece ter sido uma excepção, com um aumento de 51% das exportações, que atingiram um total de 37,9 milhões de euros, contra uma retração de 58,6% das importações que somaram 59,2 milhões de euros. Ainda assim, o saldo da balança comercial manteve-se negativo para Portugal.
Os primeiros sete meses de 2017 continuam a mostrar um predomínio das compras face às vendas, com aquelas a subir 22,6% e estas a descer 23,5%, quando comparado com período homólogo do ano anterior. A confirmar-se este quadro, 2017 deverá ser mais um ano de défice comercial para o nosso país.
A estrutura das nossas exportações nos primeiros sete meses de 2017 revelou algumas alterações face a 2016. Os combustíveis minerais continuaram a ser os produtos mais exportados (60,2%). Os minerais e minérios (6,8%), as máquinas e aparelhos (7,5%) e os metais comuns (6,5%) continuaram a integrar o grupo dos cinco produtos mais exportados para o Gana. Mas o mesmo não aconteceu com as pastas celulósicas e papel que deram lugar aos produtos químicos (3,4%), o que poderá sugerir um maior dinamismo deste sector em matéria de exportações.
Ainda que num quadro de retracção das exportações com destino ao Gana, para além dos produtos identificados, as necessidades de importação do país com capacidade de resposta portuguesa em termos de produção e exportação, fazem com que os sectores da madeira e cortiça, bem como dos produtos alimentares tenham particular potencial exportador.
A par do potencial que este mercado africano pode representar para as empresas portuguesas, a Câmara de Comércio está a organizar uma missão empresarial ao Gana, de 29 de Janeiro a 3 de Fevereiro. Esta missão, à semelhança de outras organizadas pela Câmara de Comércio, centra-se em proporcionar uma experiência customizada ao perfil de cada uma das empresas que a integraram, colocada em prática em três dias de reuniões individuais com potenciais parceiros de negócios – de acordo com os objectivos e o tipo de contactos pretendido apontados pelas empresas. Consulte aqui o programa completo e reserve já o seu lugar no Gana!