Quando comparado com outros países da região, o Gana tem uma economia de mercado com poucas barreiras ao comércio e ao investimento e é dos países mais ricos em recursos naturais. Ouro, cacau, café, madeira e, mais recentemente, petróleo e gás natural têm sido a base do seu crescimento económico, mas, hoje, abrem-se ainda mais oportunidades de negócio tendo em conta os sectores prioritários de investimento identificados pelo país e para os quais têm sido definidos vários incentivos.
Desde logo a agricultura onde, além de muitas áreas de cultivo com potencial de crescimento, o país procura investimento estrangeiro para o desenvolvimento de sistemas de irrigação. Igualmente importante é o sector da transformação de produtos agrícolas, nomeadamente nas áreas da alimentação de gado, farinha de peixe, processamento de resíduos alimentares e sua posterior transformação em fertilizantes, bebidas etc.
No sector da indústria, destaque para os têxteis e vestuário, transformação de madeira, produção de sal, indústria de processamento alimentar e joalharia. Associados à indústria, existem oportunidades de negócio a explorar nos sectores de embalagem e empacotamento, instalações de armazenamento e equipamento mecanizado.
A par do Oil & Gas – exploração, construção de infraestruturas associadas e fabricação de peças sobresselentes para a indústria – as energias renováveis são uma aposta de peso do governo, principalmente tratando-se de energia térmica e hidroeléctrica, onde são vários os incentivos ao investimento.
Turismo, hotelaria e entretenimento são outros sectores promissores. Mas é no imobiliário que as oportunidades se multiplicam, fruto das lacunas que persistem em matéria de construção residencial, comercial, industrial e até mesmo no domínio da saúde. As Tecnologias de Informação e Comunicação devem igualmente ser consideradas para quem procura internacionalizar-se no sector.
Dos países mais estáveis da África Ocidental, o Gana tem sido destino privilegiado para o estabelecimento de várias instituições e empresas internacionais. O país está igualmente bem posicionado como ponto de entrada e saída nas rotas comerciais da região, detendo por isso dois portos marítimos em contínua expansão. As ligações aéreas à Europa – com vôos diários Lisboa-Accra – aos EUA, e ao resto do continente africano são outras das razões que levam muitas empresas a escolher o Gana como base privilegiada de lançamento dos seus investimentos na região. No entanto, o país não está imune de riscos.
O Gana integra aquela que provavelmente será a mais importante região estratégica da África Ocidental: o Golfo da Guiné, região que concentra cerca de dois terços da produção de petróleo e quase 40% do PIB da África Subsariana. Por outro lado, é também uma região que ao longo dos últimos quinze anos se transformou numa das áreas marítimas mais perigosas em todo mundo. A insegurança marítima é um problema regional que pode comprometer o desenvolvimento desta área estratégica do ponto de vista económico, ameaçando, no curto-prazo, o comércio marítimo que aqui é feito e, no longo prazo, a estabilidade dos Estados costeiros. O Gana tem um sustentáculo político bastante sólido inexistente em alguns países vizinhos, o que lhe confere uma vantagem. Mas ainda assim, numa perspectiva regional, o país não deixa de estar inserido num contexto de risco.
A proximidade a países como o Burquina Faso, a Nigéria e o Mali, onde persistem fenómenos de instabilidade e de terrorismo de inspiração jihadista, pode também constituir um factor de risco.