Uma análise aos principais parceiros comerciais do Peru nomeadamente aos seus maiores mercados de exportação – China, EUA, Suíça, Canadá e Japão – revela a importância dada pelo país à abertura das suas fronteiras ao comércio mundial, não se cingindo aos seus vizinhos mais directos. Portugal deverá aproveitar esta conjuntura.
A estratégia seguida pelo Peru tem sido de crescimento em mercado aberto, apostando numa cada vez maior integração no comércio internacional. Para além do Mercosul, da Comunidade Andina, da ALADI, da SELA e da ALCA, o Peru é membro fundador da Aliança do Pacífico, que integra também o Chile a Colômbia e o México. Actualmente considerada por muitos como a organização de comércio de maior dinamismo e eficácia na região, a Aliança do Pacífico representa um mercado de cerca de 224,6 milhões de consumidores, responsável por mais de 30% do PIB da região. Uma organização da qual Portugal faz parte enquanto membro-observador, um estatuto conseguido em larga medida devido ao apoio do Peru, no quadro de um crescente estreitamento das relações diplomáticas (políticas e económicas) e comerciais entre Lisboa e Lima. Relações também potenciadas pelo Acordo de Livre Comércio UE-Peru, em vigor desde 2013, e pela Convenção para Evitar a Dupla Tributação em Matéria de Imposto sobre o Rendimento em vigor desde 2014.
As empresas portuguesas parecem estar atentas ao novo quadro regulatório e às oportunidades de negócio e investimento no mercado peruano. O crescimento de 83 empresas exportadoras para o país em 2007 para 246 em 2015 é disto um claro sinal. Na mesma linha se entende a evolução do Peru de 96º cliente de Portugal em 2008 para o 63º lugar entre Janeiro e Agosto de 2016.
A evolução da balança comercial entre os países é também animadora. Se entre 2008 e 2012 o saldo foi negativo para Portugal, a tendência de muito maior crescimento das exportações face às importações neste período (45,1% e 3,7% respectivamente) dava sinais de esperança quanto a uma melhoria dos termos desta relação para Portugal. Assim foi, e a partir de 2013 o saldo da balança comercial inverteu-se a favor do nosso país, com as exportações a totalizarem 34,2 milhões de euros em 2015 face aos 25,1 milhões somados em importações. Se a TCMA das exportações entre 2007 e 2015 é encorajadora (33,0%), principalmente face à taxa de crescimento das importações (5,3%), em termos absolutos os números são ainda mais impressionantes com as exportações a aumentarem 505,7% e as importações a diminuírem 15,1% de 2007 para 2015.
Entre os produtos mais exportados para o país encontram-se as pastas celulósicas e o papel e as máquinas e aparelhos que, no seu conjunto, representaram mais de 65% das nossas vendas ao Peru em 2015. Mas dados relativos aos primeiros oito meses de 2016 revelam um maior dinamismo nas exportações de mármores e outas pedras calcárias e máquinas e aparelhos de impressão que, face a igual período de 2015, aumentaram cerca de 980% e 800% respectivamente. Num país onde, salvo algumas excepções, a importação de mercadorias é livre, tem também expressão o potencial exportador dos metais comuns, produtos alimentares, minerais e minérios, instrumentos de óptica e precisão.
Em termos de oportunidade de negócios por força da estrutura das importações peruanas deve também ser dada atenção aos combustíveis e óleos minerais, veículos automóveis, plásticos e artigos derivados.
No plano sectorial, para além do turismo e actividades de suporte, existem oportunidades de investimento no sector industrial - ávido por investimento directo estrangeiro – no sector mineiro - onde apenas 3% do seu potencial se encontra explorado – e no sector agrícola onde, para além do potencial inerente à agricultura, existem oportunidades em matéria de construção de infra-estruturas de suporte à rega. Finalmente, a aproximação dos Jogos Pan-Americanos previstos para 2019, abre um leque muito variado de oportunidades no sector da construção de infra-estruturas, habitação etc., cujos concursos se encontram abertos a empresas estrangeiras.
Não querendo ficar à margem das oportunidades de negócio de uma economia que faz parte da nova onda de mercados emergentes, a Câmara de Comércio organiza uma missão empresarial ao Peru já no início do próximo ano, de 21 a 26 de Janeiro. Conheça melhor o programa e reserve o seu lugar!

