Dados recentes do INE relativos ao comércio internacional revelam uma subida das exportações portuguesas em 2015 atingindo 49,8 mil milhões de euros. Significa isto, um aumento de 3,4% face ao valor de 2014. Esta subida vem, aliás, no seguimento de uma tendência de crescimento – ainda que tímido – que se tem vindo a registar nos últimos três anos a uma média anual de 3,2%.
Apesar dos produtos mineiros e metalúrgicos se encontrarem no topo das exportações portuguesas (20,7%), a sua exportação diminuiu ligeiramente face ao ano anterior, o mesmo se passando com a exportação de produtos de vestuário e de calçado (3,9%). À excepção destes dois grupos, todos os outros apresentaram melhorias. Foi assim que, depois dos minérios e minerais, o sector das máquinas (peças, equipamentos, etc.) alcançaram o segundo lugar no ranking das nossas exportações com uma cota de 14,6%. Em terceiro lugar surgem os produtos agro-alimentares (12,7%), seguidos de muito perto pelas exportações de químicos e borrachas (12,6%). Com 11,4% e 10,2% seguiram-se os materiais de transporte e o grupo das peles, couros e têxteis, respectivamente. Madeira, cortiça e papel foram responsáveis por 8,1% do total das nossas exportações, seguindo-se, já com valores bastante inferiores, uma série de outros produtos.
Quanto aos mercados de destino destes produtos a tendência mantém-se. Em 2015 as exportações nacionais com destino a Espanha totalizaram um montante de 12,4 mil milhões de euros, fazendo do país o mais importante cliente de Portugal, representando quase 25% do total das nossas exportações. Em 2º lugar surge a França (12,1%) e logo depois a Alemanha (11,8%). Se ainda considerarmos o 4º lugar ocupado pelo Reino Unido (6,7%), facilmente se conclui que mais de metade das nossas exportações foram feitas no âmbito da UE.
A grande novidade surge precisamente no maior cliente fora do espaço europeu – os EUA. Rompendo com os valores que vinham sendo registados nos anos mais recentes, Angola deixou de ser o maior destino das exportações portuguesas extra-UE, passando o seu lugar ao aos EUA que em 2015 recebeu 5,2% das nossas exportações.
Ainda assim, Angola continua a ocupar o 1º lugar tratando-se dos mercados dos PALOP. No seu conjunto, a região representa apenas 5,7% do total exportado por Portugal, mas desses, 4,2% correspondem as exportações com destino a Angola. Seguem-se Moçambique com 0,7%, Cabo-Verde com 0,4% e a muito longa distância a Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial.
Os bons números apresentados no plano das exportações não foram, porém, suficientes para compensar o valor das importações – 60,1 mil milhões de euros em 2015 – que nos últimos três anos cresceram a uma média anual de 2,3%. O saldo da balança comercial foi por isso negativo (-10,3 mil milhões de euros) à semelhança do que tem acontecido, pelo menos, desde 2012.
Entre os nossos fornecedores mais importantes destacam-se, uma vez mais, a Espanha, fonte de 32,8% das nossas importações, a Alemanha (12,9%), a França (7,4%) e a Itália (5,4%). Vemos, pois, que Espanha, França e Alemanha continuam a ser os maiores parceiros comerciais de Portugal. Ainda no plano das importações, os Países Baixos e o Reino Unido surgem logo depois da Itália e finalmente em 7º lugar a China com uma cota de 3%.
Tratando-se de relações comerciais com os nossos parceiros dos PALOP, mais uma vez o destaque vai para Angola que ocupa 1º lugar deste ranking, assumindo-se como principal mercado de origem das nossas importações dos PALOP. Na 2ª posição surge a Guiné Equatorial, e apenas depois, com valores muito residuais, Moçambique e Cabo Verde.
Se considerássemos um quadro diferente estendendo estas relações de modo a incluir toda a CPLP, o Brasil surgiria como 2º parceiro comercial tanto ao nível das importações como das exportações.
As maiores necessidades de Portugal em termos de fornecimento externo em importações de minérios e metais (22,7% do total), produtos químicos e borracha (17,1%), máquinas e aparelhos (15,6%), produtos agro-alimentares (15,5%), materiais de transporte (12,1%) e o conjunto dos produtos de couro, pele e têxteis (7,7%). Sublinhamos ainda os materiais de transporte, na medida em que foi este o sector onde as importações mais crescerem.