O Japão está a assistir neste ano de 2015 à implementação de um ambicioso plano de crescimento da economia lançado pelo Primeiro-Ministro Shinzo Abo, já apelidado de “Abenomics” e que assenta na política das “três flechas”. Estas dizem respeito a uma nova abordagem da economia do país, baseada no estímulo fiscal, numa política monetária menos restritiva e num vasto programa de reformas estruturais.
A terceira economia mundial começou a recuperar já no quarto trimestre de 2014. Embora lentamente, a economia japonesa apresenta sinais de uma inversão de ciclo e, portanto, de uma perspectiva positiva para o corrente ano. Para além das já referidas medidas de reestruturação da economia, há factores que contribuem para esta situação, como a queda dos preços do petróleo, num país que é fortemente dependente da importação desta matéria-prima. Também a recuperação das exportações, sobretudo para os Estados Unidos, embora ainda modesta, tem dado um contributo importante para a recuperação.
O Japão entrou oficialmente em recessão no terceiro trimestre de 2014. Sendo um país muito dependente do estrangeiro, quer ao nível das exportações, quer no que diz respeito às importações, sofreu muito com a crise económica mundial. A essa circunstância vieram juntar-se os efeitos devastadores do sismo de 2011, que ainda se fazem sentir.
Muito dependente da importação de matérias-primas do exterior, dada a sua escassez de recursos naturais (com apenas alguma capacidade de extracção de cobre, prata, ouro, magnésio, zinco e carvão) e com uma agricultura muito limitada pelas condições do solo e por uma reduzida superfície arável, o país tem necessariamente de se virar para o exterior, onde vai buscar esses produtos que lhe faltam. É, contudo, muito rico em recursos piscícolas, tendo uma das maiores frotas pesqueiras a nível mundial.
O Japão é forte sobretudo ao nível dos produtos manufacturados e da tecnologia, onde tem vindo a surpreender pela inovação constante e pela qualidade dos seus produtos. São sobejamente conhecidas a nível internacional as marcas da sua indústria automóvel ou electrónica, mas também a qualidade do seu aço.
Contudo, o Japão enfrenta diversos problemas, o menor dos quais não é certamente o demográfico. Com efeito, o envelhecimento da população é um problema central para a sociedade japonesa, face ao continuado decréscimo da sua população desde 2004. O Japão é mesmo, neste aspecto, apontado como um dos casos mais complicados a nível mundial. A solução para este problema não é fácil e é ainda dificultada por uma certa aversão da sociedade nipónica a acolher uma massa significativa de imigração. Por outro lado, o novo Governo tem apostado numa mudança de mentalidades e da cultura empresarial, incentivando também as mulheres a envolverem-se cada vez mais no mercado de trabalho.