Israel

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Neste artigo tem acesso a informação diversificada sobre este mercado que lhe permite ter uma visão geral sobre esta geografia e conhecer as relações que tem mantido com Portugal.

De 09 a 13 de outubro, a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa realiza a Missão Empresarial a Israel.

Israel, oficialmente Estado de Israel, é um pequeno país com 22 070 Km2 e uma linha costeira mediterrânica de 273 km. A população é de 9 551 000 habitantes, a imensa maioria (93%) a viver em cidades. O país fica situado a norte da Península do Sinai e faz fronteira com o Egipto, a Jordânia, o Líbano e a Síria.

A economia do país, hoje a 28ª do mundo em termos de PNB, é a 18ª em renda per capita e lidera em várias áreas de tecnologia de ponta, conhecendo grandes transformações desde os tempos iniciais, em que parte da renda nacional provinha de doações internacionais das comunidades judaicas.

Em dez anos, o PNB passou de 297 biliões de USD, em 2013, para 522 biliões, em 2022. A renda per capita é de cerca de 54 659 8 USD, a inflacção em Julho deste ano foi de 3,3% e a taxa de desemprego é 3,4% da força laboral.
As principais exportações do Estado de Israel são diamantes lapidados, circuitos integrados, petróleo refinado e instrumentos médico-cirúrgicos. Os grandes clientes destas exportações são os Estados Unidos, a China, a Palestina, a Índia e a Alemanha.
Nas importações, os diamantes em bruto figuram à cabeça, seguidos pelos automóveis e pelo petróleo. Os maiores exportadores para Israel são a China, os Estados Unidos, a Turquia, a Alemanha e a Suíça.

A História e a Geografia do país obrigam a que a Defesa ocupe um lugar substancial no orçamento e na vida do Estado de Israel. A Israel Defense Force é considerada a 18ª força militar mundial, entre 145. A revista U.S. News and World Report classifica Israel em décimo lugar em termos de poder e de importância político-militar, numa lista de Estados encabeçada pelos Estados Unidos, seguidos pela China e pela Rússia.

Em 2022, o orçamento da Defesa foi de 23 406 biliões USD – mais de 5% do PNB.

 

Israel é um caso muto especial na História, um caso de um povo muito antigo, que perdeu a sua independência e a sua estatalidade há mais de dois mil anos, depois da ocupação romana; e que, após uma existência errática e entre grandes perigos de extinção, veio a recuperá-la no século XX com o estabelecimento do Estado de Israel na Palestina, tornando-se independente em 1948 e sobrevivendo depois a várias guerras contra vizinhos hostis.

Pode dizer-se, nesse sentido, que a nação judaica precedeu em muitos séculos o Estado independente de Israel e que nenhum outro povo no mundo tem uma história paralela e com episódios tão dramáticos como os que rodearam a perseguição movida pela Alemanha hitleriana às comunidades judaicas europeias, uma das mais trágicas perseguições da História contemporânea.

Logo em 1948, ainda antes da declaração de independência, os colonos judeus tiveram que enfrentar os palestinianos, seus vizinhos. Após a independência, foi a guerra contra uma frente de Estados árabes da região, um conflito que os israelitas venceram em toda a linha, em 1948-49, expulsando centenas de milhares de palestinianos dos territórios que anexaram.

Guerra intermitente

O Estado de Israel nasceu assim, sob o signo da sobrevivência a todo o preço, já que rodeado de inimigos. Apesar de ter sido a tradição religiosa que manteve a unidade da nação, o novo Estado Israelita é um Estaco laico, governado, durante muitos anos, por um partido de esquerda, o Mapai.

O Mapai fora fundado em 1930, sob influências ideológicas marxistas, socialistas e sionistas. O dirigente do partido, David Ben Gurion, assumira, desde os anos trinta, a chefia da comunidade judaica e tratara de criar uma milícia armada para protecção dos imigrantes judeus. Foi também sob a égide de Ben Gurion e do Mapai que os israelitas venceram a guerra de 1948-49, pelo que não admira que o partido fosse o mais votado nas primeiras eleições, em 1949, passando Ben Gurion a ser o Primeiro-ministro de um governo do Mapai, em coligação com a Frente Religiosa Unida e outros pequenos partidos.

De resto, os governos de coligação vão ser uma quase constante na História de Israel, já que o sistema eleitoral de representação proporcional para os 120 lugares do Knesset (Parlamento) determina a fragmentação do eleitorado e dos eleitos. O sistema eleitoral proporcional vinha da tradição das comunidades judaicas da Yishuv, na pré-independência, e da preocupação em dar representação a todos os segmentos de opinião do povo judaico.

Apesar desta fragmentação, Israel tem-se mantido unido e democrático numa região do globo em que não há muitas democracias. Essa união vem, pode concluir-se, da situação em que o país se encontra, de perigo de aniquilamento permanente por parte de vizinhos hostis.
Assim, os 75 anos de Israel forma marcados por uma lista de guerras de sobrevivência. Depois da primeira guerra – a de 1948-49 –, em 1956, com a chamada crise do Suez, outra vez Israel se envolveu em guerra, contra o Egipto de Nasser, em aliança com a expedição franco-inglesa sobre o canal do Suez; em 1967 foi a Guerra dos Seis Dias; em 1973, a chamada Guerra do Yom Kippur; em 1982, a Primeira Guerra do Líbano.

Além destes conflitos formais, envolvendo cruzamento de fronteiras, invasões, confronto convencional com exércitos estrangeiros, Israel tem estado em permanente estado de excepção, confortando-se com os guerrilheiros palestinianos de várias organizações: é o caso das guerras do Líbano, onde Israel, geralmente em aliança com os cristãos da Falange libanesa, tem enfrentado as milícias do Hezbollah apoiadas pelo Irão; ou das permanentes operações de polícia na Faixa de Gaza; ou mesmo de conflitos regionais, em que o governo israelita não se inibe de intervir, apoiando o contendor que mais se aproxime dos seus interesses, como fez na guerra civil da Síria.
Este estado de conflito permanente tem sido suportado pela opinião pública do país que tem a convicção de que Israel não pode, em caso algum, perder uma guerra exterior ou permitir uma escalada terrorista no interior. A pressão internacional tem sido no sentido de levar o governo israelita a aceitar a solução para a Palestina da divisão em dois Estados: um israelita e outro palestiniano. Entretanto, tal solução encontrou sempre grandes resistências em Israel, embora muitos dos observadores internacionais sustentem que a centralização do poder na Palestina, num Estado, daria mais segurança aos israelitas.

Da esquerda trabalhista à direita identitária

No início, a política israelita inclinava-se ideologicamente para a esquerda, com o Partido Trabalhista Mapai e os seus ideais socialistas, bem como fenómenos de colectivismo, nos chamados Kibutzin, colectividades agrárias onde não existia propriedade privada, e diferentes famílias viviam em comunidade de trabalho e de bens.

Progressivamente, quer a mudança da situação internacional – que atirou Israel para a aliança com o Ocidente, sobretudo com os Estados Unidos –, quer os problemas vividos internamente pelo próprio Estado de Israel, quer ainda a origem dos imigrantes idos para Israel, reforçou o factor identitário e as forças políticas desse linha, mesmo em formas mais radicais, como é o caso de alguns ministros do actual Gabinete; esta facção radical ortodoxa é agora necessária para a maioria do primeiro-ministro Benjamim Netanyahu.

Esta linha foi confirmada o resultado das eleições de Novembro de 2022, que deram à coligação de direita identitária – Likud e partidos religiosos – uma maioria de 64 lugares nos 120 do Parlamento israelita. Além de posições críticas identitárias em relação aos direitos dos árabes (que são 20% da população de Israel), os partidos mais à direita, que têm 14 deputados, põem em questão os direitos e pretensões das minorias LGBT e o seu protagonismo público. Avi Maoz, dirigente da agência governamental Identidade Judaica, considerado um “parlamentar da direita radical”, apelou à proibição da Jerusalen Pride Parade e propôs que as mulheres deixassem de servir nas Forças Armadas. A propósito, e para tranquilizar a opinião pública, Netanyahu sublinhou que era ele e o seu partido, o Likud, quem determinava as principais linhas da política do Governo e que “Israel não era governando pela lei do Talmude”.

Pode dizer-se que Netanyahu é, há três décadas, uma figura incontornável na política de Israel. Nascido em Telavive em 1949, Benjamin, agora primeiro-ministro pela terceira vez (depois de ter estado à frente do Governo em 1996-1999 e em 2009-2021), é filho do historiador Benzion Netanyahu e irmão do tenente-coronel Jonathan Netanyahu, o lendário comandante da operação de Entebbe do Exército israelita que salvou os 103 reféns raptados pela Frente Popular de Libertação da Palestina e pela Facção do Exército Vermelho (extrema-esquerda alemã) e foi morto nessa operação.

Benjamin Netanyahu viveu alguns anos nos Estados Unidos, mas voltou em 1967 a Israel para fazer o serviço militar numa tropa de elite. Regressou aos EUA e estudou no MIT, esteve no Serviço Diplomático e, em 1988, entrou para o Knesset como deputado pelo partido conservador Likud. Em Maio de 1996, já como líder do Likud, bateu o veterano Shimon Peres, passando a ser o mais jovem primeiro-ministro de Israel. Governou três anos, perdendo em 1999 para os Trabalhistas. Quando o Likud voltou ao governo com Ariel Sharon, Netanyahu foi Ministro dos Negócios Estrangeiros; mas regressou à liderança dos conservadores quando Sharon saiu para formar um partido – o Kadima – ao centro.

Em 2009, apesar de o Likud ter apenas 27 lugares no Knesset, Netanyahu conseguiu formar e chefiar uma coligação, ficando primeiro-ministro até 2020. Internacionalmente, Israel liderou com os EUA toda a pressão para marginalizar o Irão, seu inimigo principal. E foi-se mantendo, também na medida em que os eleitores foram priorizando as questões de Segurança e Identidade e a ameaça dos elementos radicais na Faixa de Gaza foi crescendo.

Em Março de 2021, apesar de um grande sucesso na luta anti-Covid, as eleições foram ganhas por uma coligação anti-Likud, liderada pelo empresário milionário Naftali Bennett. Bennett tinha sido chefe de Gabinete de Netanyahu em 2006; depois voltou aos negócios até ter sido eleito líder do partido religioso Jewish Home. Em 2021, com o apoio do centrista Yair Lapid e de uma coligação negativa, de partidos unidos exclusivamente por se oporem a Netanyahu, venceu as eleições. Mas a aliança durou pouco e a 9 de Novembro de 2022, convocaram-se novas eleições. Do novo parlamento, resultou a coligação do Likud com partidos identitários e ortodoxos, contrários a uma Agenda liberal de costumes e a entendimentos com os árabes.

 

Segundo os mais recentes dados estatísticos, as trocas comerciais de Portugal com Israel têm vindo a crescer significativamente na última década, sobretudo por um notável aumento das exportações portuguesas, que passaram de cerca de 100 milhões EUR em 2013, para mais de 440 milhões EUR em 2022.

Ao contrário, em termos de valor, as importações mantiveram-se mais ou menos estáveis, registando-se, depois de alguma contracção nos anos intermédios, um valor próximo em 2013 (111,5 milhões EUR) e em 2022 (116,5 EUR). É assim um saldo muito significativo na balança comercial a favor de Portugal, de cerca de 325 milhões, sendo o nosso país responsável por 0,45% das importações de Israel.

À cabeça das exportações, representando um valor de cerca de 250 milhões EUR, estão os produtos alimentares e as bebidas, seguindo-se os fornecimentos industriais, os combustíveis e lubrificantes, máquinas e outros bens de capital e material de transporte.

Nas importações por Portugal de Israel figuram à cabeça os produtos das indústrias químicas (mais de 54 milhões EUR em 2022), seguidos pelos plásticos e borrachas (cerca de 20 milhões EUR) e pelos aparelhos de óptica e fotografia (14 milhões EUR)

 

As maiores oportunidades na relação comercial com Israel parecem situar-se no sector alimentar, já que, pelas suas condições naturais (a terra arável e as fontes de água são escassas) e quadro geopolítico, Israel depende das importações de produtos agrícolas alimentares.
Dados relativos a 2020, mostram que as importações de bens alimentares andaram, nesse ano, pelo 7.1 biliões USD. De resto, produtos alimentares e bebidas representam mais de metade das exportações portuguesas para Israel, e as indústrias alimentares – as segundas no país – são essenciais para Israel.

Com uma população a crescer regularmente 2% ao ano e exigências cada vez maiores de qualidade de vida, Israel representa um mercado em contínuo crescimento que importa e vai importar produtos alimentares como açúcar, sementes e óleos vegetais, cereais e animais.
Estas importações fazem-se por via marítima, pelos portos de Haifa, Eilat e Ashdod. Porém, o crescimento das importações não tem sido acompanhado pela disponibilidade portuária, originando filas de espera que, em 2021, chegaram aos 60 navios. Isto porque, devido a tensões políticas, Israel só mantém um comércio regular por via terrestre com o Egipto e a Jordânia.

Além destas restrições, há outras ligadas a aspectos religiosos e culturais como o respeito pelo Sábado. Importantes também são os produtos ligados à alimentação Kosher.

A área alimentar, quer em venda de produtos, quer em instalação de apoios à indústria local do sector, pode, pois, ser um espaço de oportunidades.

 

Nome oficial: Estado de Israel
Área: 20 070 km2
População: 9 551 000 habitantes
Capital: Jerusalém (Telavive)
Governo: República Parlamentar
Chefe de Estado: Isaac Herzog
Línguas: Hebreu (oficial) Árabe (estatuto especial)
Religião: Judaísmo: 73,6 %; Islão: 21,1%; Cristianismo: 2 %; outras: 4,9%
Moeda: Shekel (New Israeli Shekel, NIS)
PIB: 522,033.45 USD (2022)
PIB per Capita: 54,659.8 USD (2022)
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,919 (22º no ranking)
Index of Economic Freedom: 68.9 (34º no ranking)
Ease of Doing Business Index: 35º (de 190)

 

 

A CCIP coloca à sua disposição três formas de abordar o mercado:

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