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A Argentina, oitavo maior país do mundo, cobre a maior parte do território sul da América do Sul. Tem cerca de 1.420 km de largura de leste a oeste e estende-se por 3.800 km desde o norte subtropical até ao sul subantártico. O seu território é limitado pelo Chile a Sul e Oeste, Bolívia e Paraguai a Norte, e Brasil, Uruguai, e o Oceano Atlântico a Leste. A costa atlântica estende-se ao longo de cerca de 4.700 km. A Argentina reivindica ainda uma parte da Antárctida, bem como várias ilhas no Atlântico Sul, incluindo as ilhas Malvinas, governadas pela Inglaterra.

O país possui vastos recursos naturais em energia e agricultura. Dentro dos seus 2,8 milhões de quilómetros quadrados de território, a Argentina possui extraordinárias terras férteis, reservas de gás e lítio, e tem um grande potencial para energias renováveis. É um dos principais produtores alimentares, com indústrias agrícolas e pecuárias de grande escala. Oferece ainda oportunidades significativas em alguns subsectores da indústria transformadora, e serviços inovadores em indústrias de alta tecnologia.

Sendo um dos países mais urbanizados na América Latina, com 92% da população concentrada nas áreas urbanas (só Buenos Aires alberga cerca de um terço da população total do país) a população em idade activa representa neste momento a maior proporção da sua população total, estrutura etária vantajosa que poderá favorecer um maior crescimento económico. Estima-se que esta "janela demográfica de oportunidade", durará até ao início da década de 2040, pelo que tirar partido deste período aumentando as poupanças para financiar a acumulação de capital e aumentar a produtividade futura da força de trabalho, é um desafio para a economia argentina.

 

 

Nos princípios do século XX, em 1913, a Argentina estava entre os 10 países mais ricos do globo. Hoje, tem uma das mais altas inflações do mundo e mais de 40% da população classificada como “pobre”. Como aconteceu este downgrading impressionante?

Na última década do século XIX, o país tinha sido pioneiro na legislação de novos códigos civil e comercial, na educação pública e na modernização da infraestrutura ferroviária e do sistema de correios. Estas reformas e programas, combinados com os fluxos migratórios europeus – da Itália, de Espanha e da Europa Central – levaram a um desenvolvimento económico-social do país nos últimos anos do século, com o rendimento per capita do país igual ao dos Estados Unidos (1896) e, em 1913, rivalizava com a Europa, excedendo mesmo o da Itália, Espanha e Portugal.

Hoje equivale ao da Turquia e da Rússia, o que legitima a pergunta de como aqui se chegou. Para alguns historiadores esta decadência começou com o presidente Yrigoyen, eleito em 1916, que multiplicou a burocracia estatal para pagar favores políticos a clientelas. Seguiram-se anos complicados.

 

A PERSISTÊNCIA DO PERONISMO

Outros analistas consideram ter sido a intervenção militar na política, a partir de 1930, que gerou um ciclo de liberalismo/autoritarismo ou democracia/ditadura, com o sistema democrático marcado pela fraude eleitoral e políticas económicas governamentais desviadas para o financiamento de grupos de interesses. Em 1930, o regime militar oligárquico, que chegou ao poder por fraude eleitoral, iniciou práticas reguladoras dos mercados exportadores. Em 1943 veio outro golpe, de onde emergiu a figura do coronel Juan Domingo Perón, ministro do Trabalho, que em 1946, graças à popularidade da sua mulher, a famosa Evita, foi eleito presidente, até ser derrubado, em 1955, pelos militares. Desde então os ciclos ditadura/liberalismo repetiram-se, com um progressivo empobrecimento do país.

Em Outubro de 2019 os Argentinos elegeram presidente da República o peronista Alberto Fernandez contra o presidente no poder, o conservador Mauricio Macri. Com 47,79% dos votos contados, Fernandez superava os 45%, dispensando a segunda volta. Macri tivera 40,71% e a transmissão de poderes deu-se civilizadamente, o que começa a ser raro nas Américas.

Com Alberto Fernandez entrava, ou melhor, reentrava, também na “Casa Rosada” a sua Vice-Presidente Cristina Fernandez de Kirchner do Partido Justicialista (Frente para la Victoria), um partido neo-peronista. O peronismo é um fenómeno argentino de difícil tradução e identificação ideológica: o nome deriva do homem forte do país, o general Juan Domingo Perón que, entre guerras, foi considerado, com o brasileiro Getúlio Vargas, um representante do nacional-populismo fascista na América do Sul. Perón, depois de derrubado por um golpe militar, viveu na Espanha de Franco que tinha ajudado decisivamente durante as sanções nos anos 40. Perón regressou à Argentina e à presidência no início dos anos 70. O peronismo é um fenómeno tipicamente argentino e é difícil, pela simples etiqueta, tirar conclusões políticas, já que há peronistas de direita e de esquerda, de centro e até dos extremos.

A Argentina, que nos princípios do século XX era um dos países mais ricos e desenvolvidos das Américas, conheceu assim, ao longo dos últimos 60 anos, uma sucessão de governos de diferentes políticas desde o fim da ditadura militar com a derrota da guerra das Falkland. Mas o mito do peronismo foi sempre pairando sobre esta nação de 2.800 000 Km2, com uma enorme riqueza de terras férteis e pastagens, grandes reservas de gás natural e lítio, bem como um potencial em energias renováveis. Apesar disto, segundo um relatório do Banco Santander, desde 1950 que o país passou 33% do tempo em recessão, um record só superado pela República Democrática do Congo.

 

O RETATIVISMO

A economia argentina dos anos de ouro estava ligada às exportações agrícolas e de carne bovina, com importantes empreendimentos agro-industriais. Nos anos mais recentes, o país atravessou o ciclo epidémico da crise e pós -crise Covid-19: em 2020 a economia caiu 9,9%, em 2021 recuperou 10,4%; e em 2022 estava a caminho de ficar mais 7,5% acima dos valores anteriores à pandemia.

O país tem beneficiado da valorização dos preços das matérias-primas, mas a inflacção – que em 2021 chegou aos 52% e em 2022 aos 64% – continua forte. O país tem também de negociar uma dívida de 40 mil milhões de Dólares com o FMI.

A Argentina tem uma longa tradição de crises económico-financeiras, com duras repercussões sociais como a da hiper-inflacção de 1989, ou a de 2001. No mandato de Macri e da coligação Juntos por el Cambio, teve de recorrer ao FMI. E antes de Macri, com Cristina Fernandez de Kirchner na Casa Rosada, a situação não era melhor. E Kirchner também poderia dizer que os seus antecessores eram os culpados.

De certo modo, como acontece nas últimas duas décadas em outros países da América Latina, há um rotativismo quase permanente entre governos conservadores e populistas, na medida em que os eleitores, descontentes, rejeitam o que está e elegem o contraditório, achando que nada têm a perder e esperando sempre uma melhoria. Como salienta um especialista, Marcelo Elizando, sobre esta crise política – o governo de Cristina Kirchner foi marcado por casos de corrupção a alto nível e há uma crise de credibilidade institucional; também na Argentina o sector público é muito grande e a pobreza e exclusão dominam. Acresce a permanente desvalorização do Peso (é grande a diferença entre o câmbio oficial e o câmbio no mercado negro). Isto junto com a inflacção faz com que os salários argentinos sejam, em termos reais, dos mais baixos da América.

Assim, um informe da Universidade Católica da Argentina (UCA) sobre a pobreza afirma que 43% dos argentinos são pobres, estando 10% da população mesmo na pobreza extrema, e 20% subalimentada de forma crónica.

No mesmo relatório da UCA, na questão de emprego e trabalho, concluía-se que só 50% dos trabalhadores estão oficial e formalmente empregados e que 9 milhões trabalham na chamada “economia informal”.

 

 

A Argentina foi o 51º cliente das exportações portuguesas de bens em 2021 (INE), e ocupa a 43ª posição ao nível das importações (0,2%). No período de 2017-2021, verificou-se um crescimento médio anual das importações de 17,3% e das exportações de 18,2%. A balança comercial de bens foi desfavorável ao nosso país, com um défice de 51 milhões de euros em 2021.

Nas exportações destacam-se: Produtos Químicos (40,2%), Madeira e Cortiça (21,1%), Máquinas e Aparelhos (12,2%), Plásticos e Borracha (5,7%) Matérias Têxteis (5,4%). Principais produtos importados: Produtos Agrícolas (54,5%), Produtos Alimentares (16,0%), Veículos e Outro Material de Transporte (11,7%), Produtos Químicos (8,3%), Peles e Couros (4,5%).

 

 

A tecnologia portuguesa de energias sustentáveis e renováveis é importante para a Argentina, principalmente agora que país assinou os acordos relativos às alterações climáticas. Outros sectores, como as infraestruturas e os seguros, são também oportunidades de negócio para Portugal.

 

 

Nome oficial: República Argentina

Área: 2.780.400 km²

Capital: Buenos Aires

Idioma oficial: Castelhano

População: 45,808,747 (Banco Mundial, 2021)

Moeda: Peso argentino.

PIB: US$ 487.23 mil milhões (Banco Mundial, 2021).

PIB per capita: US$ 10,636.1

Governo: República federal presidencialista

Divisão administrativa: - Governo Nacional (ou federal) e 23 governos provinciais, que exercem todos os poderes não exclusivos do governo federal.

Religiões: Catolicismo (62.9%), Protestantismo (15.3%), Sem religião (18.9%), Outras religiões (4%)

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,842

Index of Economic Freedom- Heritage: Overall score 50.1; world rank 154

Ease of Doing Business Index: 126º de 190 países em 2020

Ambiente de Negócios: 69º/82 (ranking global); 62º/63 (competitividade); 144º/177 (facilidade); 96º/180 (transparência); Risco Geral: CCC; Risco Económico: CCC (AAA=risco menor; D=risco maior)

 

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