Suécia

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Suécia, uma das economias mais resilientes da Europa!

Neste artigo tem acesso a informação diversificada sobre este mercado que lhe permite ter uma visão geral sobre esta geografia e conhecer as relações que tem mantido com Portugal.

 

 

A Suécia é a 4ª economia mais competitiva da Europa e a 8ª a nível mundial. O país é considerado o 10º melhor mercado com o qual negociar e onde investir, com um ambiente de negócios altamente atrativo, em virtude da estabilidade política e macroeconómica que caracteriza o país, da estabilidade do seu regime fiscal, da qualidade dos seus recursos humanos e das suas infraestruturas, e dos baixos níveis de corrupção. Uma realidade construída ao longo dos tempos e largamente assente no fomento de um ambiente de mercado livre como pilar central do seu modelo económico, numa cultura empresarial única e num sistema educacional altamente desenvolvido.

Frequentemente classificada como uma das economias de melhor desempenho a nível mundial, a economia sueca é também conhecida pela sua forte aposta em inovação e desenvolvimento.

A par com alguns dos seus vizinhos escandinavos, o país chega mesmo a ser considerado uma das economias mais avançadas tecnologicamente, inovadoras e dinâmicas em todo o mundo. Estamos perante um verdadeiro hub de inovação e uma startup nation, com cidades como Estocolmo e Gotemburgo a acolherem grandes multinacionais da tecnologia.

A indústria transformadora é outro dos setores importantes, sobretudo por estar fortemente orientada para as exportações. Ainda assim, são os serviços que representam o grande pilar da economia sueca (+65% do PIB), também eles com uma larga vertente exportadora, o que explica a importância notável do comércio externo na economia do país.

O caráter sustentável da sua economia é outro dos trunfos que a Suécia apresenta. Os anos mais recentes têm sido de crescimento mais modesto, o que não é de estranhar, tratando-se de uma economia desenvolvida e madura. Entre 2013 e 2018, o país cresceu a uma média anual em torno dos 2,5%. E já em contexto pré-pandemia o abrandamento se fazia notar, com um crescimento ligeiramente abaixo dos 2%, o que fez da Suécia a 24ª economia que mais cresceu nesse ano no conjunto dos 27 estados membros da UE. Uma posição bastante modesta e claramente abaixo da média comunitária (2,8%).

 

2020 veio mostrar a perseverança e solidez das bases que sustentam esta economia.

Num ano em que a média de crescimento de uma UE a 27 foi de -4,95%, a Suécia contraiu apenas 2,8%, tendo sido a 5ª menos afetada economicamente pela pandemia de covid-19. Um valor notável, tendo em conta que muitos dos seus parceiros europeus chegaram a apresentar contrações de dois dígitos. Apenas a Irlanda, a Lituânia, o Luxemburgo e a Polónia apresentaram melhores performances económicas.

Com um PIB de USD 541,064 mil milhões em 2020 (FMI, out2021), a Suécia surge hoje como a 9ª maior economia da Europa, a 7ª da UE e a mais importante da Escandinávia, onde é responsável por 35% do PIB da região.

A retoma económica já vem fazendo sentir-se, e as últimas previsões do FMI (out 2021) apontam para um crescimento de 4% até ao final deste ano, superando as estimativas de abril de 3,1%. Os dois anos seguintes deverão também ser de crescimento, à volta dos 3%, esperando-se um abrandamento a partir de então, em torno dos 1,9%, em linha com a evolução natural das economias desenvolvidas.

Com um dos regimes políticos mais estáveis de todo o mundo, mercado de enorme certeza jurídica e segurança nos negócios, exemplo de conectividade, funcionando como plataforma para outros mercados nórdicos, baixos custos energéticos, com um modelo económico que tem dado provas de sucesso e que parece garantido para o futuro, um mercado de pouco mais de 10 milhões de pessoas, mas onde a população apresenta baixos níveis de desemprego e elevado poder de compra, a Suécia apresenta perspetivas bastante positivas a longo prazo que merecem ser analisadas pelas empresas portuguesas.

 

 

Num mercado de elevado nível de desenvolvimento económico e elevado poder de compra, são várias as possibilidades de negócio para as empresas portuguesas.

Desde logo no setor alimentar. Ainda que os produtos alimentares portugueses não sejam muito conhecidos no país, há oportunidades de entrada no mercado, principalmente tendo em conta a curiosidade crescente pela dieta mediterrânica. De destacar, paralelamente, o subsetor dos produtos orgânicos e biológicos (considerando o estilo de vida e hábitos de consumo do consumidor sueco), onde Portugal já vem dando cartas em muitos outros mercados. A Suécia poderá ser uma hipótese de diversificação da carteira de clientes.

Na moda e vestuário 

Estocolmo, considerada por muitos como a “capital” da Escandinávia, é hoje uma verdadeira fashion tech city, onde o consumidor tem um elevado poder de compra e níveis de exigência elevados no respeitante à qualidade das matérias-primas, à funcionalidade e ao design do produto, privilegiando os produtos “amigos do ambiente” e sustentáveis. Também isto se aplica cada vez mais ao setor da moda e são várias as empresas portuguesas – desde o calçado, aos acessórios em cortiça, às que apostam numa “moda sustentável, etc. – que podem encontrar na Suécia nichos de negócio a explorar. De notar, ainda, que este é um mercado onde há muito o e-commerce vem ganhando expressão, com impactos particularmente visíveis neste setor.

Na fileira casa 

Em termos gerais, quer seja mobiliário, iluminação, cerâmica utilitária, têxteis para o lar, entre outros, na Suécia, todas estas áreas encontram-se organizadas em torno de grandes cadeias de retalho que tendem a privilegiar marcas suecas e escandinavas. Mas Portugal é reconhecido como um parceiro de confiança e que hoje já apresenta soluções apreciadas pelo consumidor local, uma vez mais, em termos de qualidade dos materiais, design e compromisso com a sustentabilidade ambiental. Aqui o grande desafio será conseguir comercializar o produto por um número muito reduzido de atores (uma vez que o retalhista independente não expressão no mercado) e conseguir ganhar a aposta “preço-qualidade”. Mesmo tratando-se de um país com elevado poder de compra, o consumidor sueco está bem atento a este binómio.

Indústria 

Economia sueca tem uma base industrial bastante significativa e que vai desde a área florestal, à indústria química, siderúrgica, telecomunicações, indústria automóvel e outros transportes (de sublinhar a procura por meios alternativos de transporte como as bicicletas elétricas), aeronáutica e aeroespacial. Embora cada uma com as suas especificações que aqui não podem ser desenvolvidas, deverão ser consideradas possibilidades de negócio ao nível das máquinas, aparelhos e seus componentes, moldes, materiais e peças de suporte a cada uma destas indústrias, minerais, metais, químicos, pedra, instrumentos de ótica e precisão, e muitos outros.

Mas existem riscos, ou pelo menos, algumas considerações que devem ser feitas na abordagem a este mercado. Desde logo, uma legislação laboral e contratual rígida e complexa que pode dificultar a gestão dos recursos humanos e a própria contratação dos negócios. Somam-se alguns estrangulamentos nos transportes rodoviário e ferroviário, uma mão-de-obra de elevado custo, taxas de imposto individuais bastante elevadas (tradicionalmente acima dos 50%) e um custo de vida também elevado.

 

 

Num ano marcado por uma quebra dos nossos fluxos comerciais, com descidas nas importações e exportações na ordem dos 15% e 10%, respetivamente, a Suécia surge como uma notável exceção, com 2020 a fechar com um aumento das trocas com o país de 2,3%, num total de € 1,340 mil milhões.

Igualmente encorajador foi a performance das exportações. Em ano de contração generalizada, as vendas à Suécia registaram uma subida de 3,8% face a 2019, atingindo os € 617,528 milhões. As importações também evidenciaram um ligeiro aumento (1%), somando € 722,127 milhões. Apesar do saldo comercial negativo daqui resultante para Portugal - à semelhança do que tradicionalmente acontece -, os números falam por si e revelam que as trocas com o país nórdico estão de boa saúde.

Com efeito, ao longo da última década, o comércio bilateral entre Portugal e a Suécia tem vindo a ser reforçado, numa clara aproximação dos dois mercados.

Naturalmente que com alguns períodos de contração, a tendência tem sido de crescimento, na ordem dos 3,6% ao ano. Comparando o ano de 2010 com 2020, esse aumento situa-se muito perto dos 40%.

Mas há mais sinais positivos que merecem ser destacados. Apesar da tendência histórica para uma balança comercial deficitária, as exportações têm crescido a um ritmo anual superior ao das importações: 5,31% contra 2,5%, respetivamente. Mais revelador ainda, é a evolução face à realidade do início da década, com as exportações a crescerem cerca de 62%, claramente acima do crescimento das importações que se situou nos 24,5% (2010-2020).

Reflexo desta evolução que vem sendo descrita, é a posição da Suécia entre os nossos parceiros comerciais. Contrariando a tendência histórica para a sua preponderância enquanto fornecedor, em 2020 o país ficou na mesma posição tanto no ranking de fornecedores como no de clientes: 14º lugar.

Dados disponíveis relativos a 2021, vêm reforçar este quadro altamente positivo. Totalizando € 997,1 milhões, entre janeiro e agosto, as trocas com a Suécia aumentaram 14,5% face a igual período de 2020. Isto, depois de nesse ano (jan-ago) já ter sido registado um aumento de 5,6% face ao período homólogo de 2019.

Mais encorajador ainda, são os números das nossas exportações: com um total de quase € 484 milhões em bens vendidos, nos primeiros oito meses de 2021 as exportações subiram 22,8% (face ao mesmo período do ano anterior), ao passo que as importações cresceram apenas 7,6% para os € 513,191 milhões. As contas traduzem-se, uma vez mais, num saldo negativo para Portugal. Mas, importa notar, que o défice de cerca de € 29 milhões (jan-ago) é uma clara melhoria face ao mesmo período dos dois anos anteriores.

Em suma, em 2021 não só os fluxos comerciais aumentaram, como também o fizeram as exportações (a um ritmo substancialmente maior do que as importações), ao mesmo tempo que se conseguiu atenuar o défice da balança comercial. Mais ainda, invertendo a tendência histórica, a Suécia tem atualmente (jan-ago) um maior peso enquanto nosso cliente (14º lugar) do que enquanto nosso fornecedor (15º lugar). Notícias animadoras e que revelam sem margem para dúvidas o potencial que este mercado representa para as empresas portuguesas.

Matérias têxteis, material de transporte, máquinas e aparelhos, metais comuns e instrumentos de ótica e precisão, lideraram as exportações portuguesas com destino à Suécia em 2020. Os primeiros 8 meses de 2021 revelam algumas alterações nesta estrutura que devem ser destacadas.

Com uma quota de 18,1%, as máquinas e aparelhos passaram a liderar o ranking das exportações, seguidos das matérias têxteis com 16,8% do total exportado para o país. Em 3º lugar surgem os materiais de transporte, com cerca de 12%, e em 4º lugar as exportações de instrumentos e aparelhos de ótica e precisão com uma quota de 7,6%. A grande novidade são as exportações de produtos alimentares e da indústria das bebidas que subiram ao top 5 com uma quota de 7,1%, substituindo os metais comuns que caíram no ranking.

 

 

Localização geográfica: Norte da Europa (península da Escandinávia), entre a Noruega (a Oeste) e a Finlândia (Este). País banhado pelo mar do Norte (a Sudoeste), o mar Báltico (a Sudeste) e o golfo de Bótnia (na costa Nordeste)

Capital: Estocolmo

Território: 410.335 Km2 (superfície terrestre)

População: 10,2 milhões (Banco Mundial)

Língua: sueco (oficial); inglês (amplamente utilizado como língua de negócios)

Moeda: Coroa sueca (Kr)

Ranking Doing Business Report 2020: 10/190 (+ 2 posições)

Global Competitiveness Index 2019: 8/141 (+ 1 posição)

Index of Economic Freedom – Heritage 2021: 21/178 (-0,2 pontos)

PIB, taxa crescimento real: (est 4,04% 2021, FMI)

 

A CCIP coloca à sua disposição três formas de abordar o mercado:

Peça a sua proposta através dos contactos internacional@ccip.pt | +351 213 224 067

Ser Associado da Câmara de Comércio significa fazer parte de uma instituição que foi pioneira do associativismo em Portugal.

 

Os nossos Associados dispõem do acesso, em exclusividade, a um conjunto de ferramentas facilitadoras da gestão e organização das respectivas empresas.