Contrariando um percurso marcado por quebras consecutivas das trocas bilaterais - tendência particularmente acentuada em 2012 quando o valor do comércio com o país diminuiu para quase metade - os anos mais recentes foram de crescimento, numa média anual que rondou os 20% entre 2015 e 2017. Totalizando quase 360 milhões de euros, os dados disponíveis relativos ao último ano (Jan-Set, 2018) sugerem uma continuação desta trajectória de crescimento dos fluxos comerciais, com as exportações e as importações a registarem subidas de 10,3% e 77% respectivamente. Apesar do crescimento mais expressivo das importações, que somaram 138,4 milhões de euros, o saldo da balança comercial foi, ainda assim, positivo para Portugal, uma vez que as exportações ultrapassaram os 220 milhões de euros, reforçando a tradicional tendência para uma balança comercial superavitária.
Os últimos anos foram, com efeito, de intensificação dos fluxos comerciais. No entanto, não suficiente para devolver ao México o peso mais significativo que o país já teve entre os parceiros comerciais de Portugal. Longe do início da década, quando figurava como o 11º maior mercado de destino das nossas exportações, o México é hoje o 24º maior cliente de Portugal, o que representa uma descida significativa neste ranking. Embora menos acentuada, esta é também a tendência no ranking dos fornecedores, onde o México ocupa actualmente a 40ª posição.
No entanto as oportunidades existem e estão a ser exploradas, assim se explicando o aumento em mais de 70% do número de empresas a exportarem para este mercado, que de pouco mais de 440 no início da década passaram para 767 em 2017. Num ano em que as exportações atingiram os 284,3 milhões de euros, as vendas de máquinas e aparelhos lideraram (29%), seguidas dos produtos químicos (11,7%), dos plásticos e borrachas (11%), veículos e outros materiais de transporte (10,7%) e das matérias têxteis (7,6%). Uma estrutura que se manteve, no essencial, idêntica nos primeiros nove meses de 2018, à excepção dos produtos químicos que deixaram de integrar o top 5 das exportações portuguesas com destino ao México, tendo sido substituídos pelas pastas celulósicas e papel - sector particularmente pujante, registando uma subida das exportações de quase 270% face a igual período de 2017.
As exportações de peles e couros, vestuário, produtos alimentares, quadros, painéis e outros suportes, fios e outro tipo de condutores, de aparelhos destinados ao tratamento de matérias por meio de alteração de temperatura e alguns tipos de polímeros, registaram também evoluções interessantes, podendo aqui encontrar-se nichos de oportunidade a explorar.

