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À medida que a tecnologia digital se torna cada vez mais difusa, que a economia mundial se transforma e assume novas formas e configurações – fazendo-o com base em canais de comunicação radicalmente simples, rápidos e baratos, tornados possíveis pela internet – os próprios fundamentos da vida económica vão-se alterando. Hoje os países competem, de forma multifacetada e sem precedentes, enquanto líderes de complexas redes de oferta em que o design, a concepção e o consumo ocorrem em diferentes zonas do globo.

Competem para oferecer novos produtos de ponta, muitos dos quais chegam aos clientes (vendedores e/ou consumidores finais) via digital, os quais não conhecem e provavelmente nunca irão conhecer. Tudo isto tendo como pano de fundo uma realidade em rápida e constante mutação, onde necessidades e preferências de hoje deixam de o ser amanhã continuando, porém, a ter de ser preenchidas e convertidas em realidade em tempo real.

Subjacente a este estado de coisas está um trabalho intensivo baseado em informação e conhecimento. E é precisamente este o ponto. O comércio internacional tem vindo a apoiar-se crescentemente numa nova e crucial commodity: informação.

Informação é o que permite, a quem pretende posicionar-se do lado da oferta, compreender aquilo que acontece à sua volta influenciando esse acontecer. Cada vez mais a informação se torna um produto em si, servindo de matéria-prima para novos insights apresentados como novos serviços e como um repositório de uma economia criativa, onde o conhecimento é difundido horizontalmente não mais sendo necessário qualquer tipo de intermediário cuja existência e função no comércio define uma fase anterior a esta nova economia da informação. A informação deixou de ser um mero recurso para se tornar uma commodity vital numa economia baseada no conhecimento; o elemento central cujo domínio (ou falta dele) dita quem será bem-sucedido e quem não será, quem cria emprego e não cria, quem se tornará um mero consumidor passivo de serviços digitais fornecidos por outros. O modo como usamos a informação, a rapidez e eficácia com que a reunimos, analisamos e, em última análise o modo como a partilhamos, definirá vencedores e vencidos no mundo de hoje. Um mundo com uma nova arquitectura informática – com novas funções, aplicações e maior capacidade de processamento – que diminui a relevância das clássicas fronteiras nacionais. Um mundo isento de custos marginais nestas redes de interconexão global.

Que importância pode ter então a informação nos fluxos de comércio internacional? É certo que uma enorme importância. No entanto, e por estranho que pareça, encontramo-nos limitados por um enorme obstáculo a essa avaliação: a insuficiência de informação sobre o quão significante esta realmente é ou pode ser.

A lógica subjacente a uma tradicional troca internacional (venda e compra de um bem físico ou de um serviço que se materializa numa exportação e importação) não é aplicável à troca de um bem intangível como a informação ou a tecnologia. Muitas das transferências transfronteiriças de informação não implicam que o dinheiro mude necessariamente de mãos (ao contrário da clássica troca indirecta entre produtor e consumidor). O facto de assim ser dificulta enormemente a avaliação pelas tradicionais estatísticas de mercado baseadas em importações e exportações. No entanto, é quase intuitivo perceber-se por um lado, que o ritmo de aumento dos fluxos transfronteiriços de informação é hoje muito maior – e tenderá a sê-lo ainda mais – do que o ritmo de crescimento das tradicionais trocas de bens e serviços; por outro lado, a cada vez maior relevância deste bem intangível no quadro das actuais economias baseadas em conhecimento.

Os negócios típicos do século XXI vão recorrer a uma diversidade de combinações e recombinações de activos intangíveis para construir, fornecer e entregar bens e serviços de ponta. As grandes empresas vão poder contar com a internet para ajudá-las a entender e coordenar processos de produção cuja complexidade vai hoje muito além da capacidade da mão do homem; vão recorrer à www para vender e prestar serviços a grandes distâncias acessíveis a um clique e a clientes que nunca vão ver, embora o conheçam muito bem (nas seus gostos e preferências), melhor até do que os clientes alguma vez foram entendidos.

Há claramente uma mudança de paradigma quer na economia quer no comércio internacional e as empresas que querem sobreviver e prosperar vão ter necessariamente que se adaptar.

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