Ao olharmos para o actual panorama político e económico mundial vemos que, depois das transformações e ajustamentos operados para responder à crise que assolou os mercados financeiros com graves repercussões económicas em mercados de diferentes latitudes, à medida que a Europa aparenta consolidar a sua trajectória de recuperação, parecem simultaneamente emergir novas realidades geopolíticas e geoeconómicas, nomeadamente no palco euroasiático. O Cazaquistão é disso um exemplo.
Em pleno coração da Ásia Central, esta antiga república soviética tem vindo a reforçar a sua posição económica e estratégica na região, tornando-se um alvo cada vez mais relevante para os interesses de várias potências mundiais. No plano externo, o país tem vindo a adoptar uma política de afirmação multivectorial, conseguindo conjugar os interesses da Rússia, China, EUA e UE com os seus próprios interesses estratégicos, o que tem permitido ao país solidificar a sua posição como inequívoca potência regional.
Depois de uma primeira década pós-independência (1991), conturbada quer no plano político, quer no plano económico (com o PIB a registar valores de crescimento negativos de 1993 a 1999), o Cazaquistão de hoje em nada se assemelha com a república soviética de outrora.

