Indonésia

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Indonésia

Neste artigo tem acesso a informação diversificada sobre este mercado que lhe permite ter uma visão geral sobre esta geografia e conhecer as relações que tem mantido com Portugal. 

     

Com 16.056 ilhas, 34 províncias espalhadas por cinco ilhas principais e quatro arquipélagos, e com mais de 300 grupos étnicos, a Indonésia é a maior economia do Sudoeste Asiático. Situa-se precisamente entre a Ásia e a Austrália, num dos mais importantes pontos de estrangulamento das rotas marítimas do comércio internacional, assumindo uma posição geoestratégica determinante ao servir de corredor de acesso entre o Oceano Pacífico e o Oceano Índico. As cinco ilhas principais são Sumatra, Java, Kalimantan, Sulawesi e Papua. Os quatro arquipélagos são Riau, Bangka Belitung, Nusa Tenggara e Maluku. Papua é a maior das 34 províncias e a menor é Daerah Khusus Ibukota.

Detentora de vastos recursos naturais, a Indonésia registou um crescimento económico impressionante, desde que superou a crise financeira asiática do final da década de 1990. Hoje é a quarta nação mais populosa do mundo e a décima maior economia em termos de paridade de poder de compra. Reduziu a taxa de pobreza em mais de metade desde 1999, para menos de 10 % em 2019, antes da COVID-19. A economia recuperou da recessão provocada pela pandemia e a inflação diminuiu consideravelmente, apesar de a exposição à incerteza global permanecer elevada.

Depois de um crescimento do PIB que superou as expectativas (5,02%) em 2024, prevê-se que em 2025 esta tendência permaneça. O consumo continuará forte e o investimento privado deverá aumentar. O défice fiscal será um pouco ampliado pelas despesas públicas na nova capital, Nusantara, mas prevê-se que permaneça abaixo do limite de 3%. As pequenas e médias empresas (PME) são a espinha dorsal da economia da Indonésia, contribuindo com mais de 60% para o PIB.

Com uma população diversificada de mais de 270 milhões de pessoas, uma classe média em rápido crescimento e uma força de trabalho jovem e experiente em tecnologia, a Indonésia está preparada para um crescimento económico substancial, um mercado apelativo que oferece inúmeras oportunidades para os exportadores portugueses.

 

No final do século XVIII, a Companhia Holandesa das Índias Orientais, Vereenigde Oost-Indische Compagnie (VOC), que era o principal poder económico e político na ilha de Java, entrou em crise e foi à falência. Assim, as suas propriedades de cultivo de açúvar passaram para a Coroa. Ao tempo da ocupação francesa da Holanda, foi um inglês, Stamford Raffles, quem governou as ilhas introduzindo ali impostos e uma mais intensa quadrícula administrativa.
Depois de Waterloo os holandeses voltaram, venceram a resistência dos locais e foram para uma exploração intensiva dos recursos agrícolas das ilhas que significaram um alto contributo para o Tesouro holandês. Um sistema de “culturas obrigatórias” foi introduzido com colonos holandeses que exploravam a produção da cana de açúcar que era processada em fábricas.

No princípio do século XX, em consequência, surgiram os primeiros movimentos nacionalistas nas então Índias Orientais Holandesas e, em 1926-1927, houve revoltas comunistas em Java Ocidental e Sumatra Ocidental. Durante a II Guerra Mundial, os Japoneses invadiram as ilhas do arquipélago indonésio para se apoderarem do petróleo, sendo ao princípio recebidos como libertadores do colonialismo holandês. Cumprindo a sua mensagem “A Ásia para os Asiáticos”, os Japoneses prenderam os funcionários holandeses em campos de prisioneiros e entregaram a parte da Administração aos nacionalistas indonésios. Assim, Sukarno e Mohamed Hatta, líderes nacionalistas, aceitaram o apoio japonês e quando os japoneses venceram a resistência militar dos holandeses, em Março de 1942, treinaram e prepararam os independentistas da Indonésia. Mas, entretanto, introduziram sistemas de trabalho forçado. A fome e a brutalidade mataram 4 milhões. O Japão rendeu-se depois das bombas nucleares em Hiroxima e Nagasaki, e os holandeses prepararam-se para reocupar a colónia.

Mesmo assim, Sukarno resolveu proclamar a independência em 17 de Agosto de 1945, contra o poder holandês. Daqui veio uma guerra violenta que durou quatro anos, até que, em 1949, apesar de terem recuperado quase todo o território, os holandeses reconheceram a independência da Indonésia, com Sukarno presidente e Hatta vice-presidente. A ONU confirmou.

Sukarno inicialmente manteve a democracia parlamentar, aproximou-se da União Soviética e da República Popular da China, enquanto o Partido Comunista da Indonésia se tornava poderoso ao ponto de, em 30 de Setembro de 1965, desencadear um golpe de Estado em que seis generais e dezenas de oficiais foram assassinados. Isto levou a uma reacção dos militares sob o comando do general Suharto, apoiado pelos serviços de inteligência americanos e ingleses.
Ao contragolpe vitorioso seguiram-se fortes razias entre os comunistas e a comunidade chinesa e, em 1967, Suharto foi proclamado presidente da República, iniciando um regime autoritário que durou até Maio de 1998, quando, em plena crise económica, resignou depois de sete vezes reeleito. Foi durante o seu governo que, para evitar a tomada do poder pela FRETILIN, ordenou a invasão e anexação de Timor.

Suharto foi substituído pelo seu vice-presidente Bacharuddin Habibie, que procurou liberalizar o regime, em termos de maior abertura partidária e maior autonomia regional; a repressão em Timor diminuiu, com a libertação de Xanana Gusmão e a abertura para um referendo que levou à independência do país em 30 de Agosto de 1999.

As eleições presidenciais indonésias de 1999 levaram ao poder Abdurrahman Wahid, um dirigente religioso islâmico, que tentou combater a influência dos militares na política. Esta influência esteve sempre presente através do Kostrad (Comando da Reserva Estratégica Militar) responsável pelo contragolpe de 1965-1966 e pela ditadura de Suharto.

Mas em 2001, devido a vários escândalos financeiros, Wahid foi objecto de impeachment, sendo substituído pela sua vice-presidente Megawati Sukarnoputri, filha do primeiro presidente do país, Sukarno.

Em 2004, Megawati perdeu a eleição contra Susilo Yudhoyono, um general na reserva, que governou até 2014. No seu primeiro mandato teve de enfrentar os ataques terroristas suicidas do Jemaah Islamiyah ligado à Al Qaeda, mas foi reeleito em 2009.

Joko Widodo, um engenheiro e empresário ganhou as eleições de Outubro de 2014, sendo o primeiro presidente da Indonésia não oriundo da elite político-militar tradicional. Widodo, mais conhecido popularmente por Jokowi, representou o Partido Democrático Indonésio da Luta, um partido nacionalista de “centro-esquerda”, fundado nos anos 70, que tem maioria relativa no parlamento. O PDIL fez oposição a Yudhoyono entre 2004 e 2014, sob a liderança de Megawaki. Mas em 2014 houve no partido a convicção que um candidato novo teria mais condições para vencer e foi escolhido Jokowi. Este foi eleito com 53% dos votos e o partido continuou a ser o mais representado no parlamento, com 19%. Em 2019, Jokowi foi reeleito com 55,5% do voto popular e o partido manteve a maioria relativa com 19,3%.

Em 2024, a eleição presidencial foi vencida à primeira volta por Prabowo Subianto, um general na reserva que tinha sido o ministro da Defesa de Jokowi; foi uma vitória clara com mais de 58%, mais de 96 milhões de votos populares, mas os vencidos protestaram alegando fraude.

Prabowo Subianto é um general do tempo de Suharto, de quem foi genro, e esteve ligado à repressão da revolta dos estudantes em Jakarta e aos problemas com a comunidade chinesa. Na campanha, os seus adversários procuraram apresentá-lo nessa perspectiva, mas não tiveram sucesso. Importante para a eleição de Subianto foi também o apoio de Jokowi, de quem foi ministro da Defesa entre 2019 e 2024. A reforçar esta conexão, o candidato a vice-presidente foi Gibran Raka, filho do ex-presidente.

Numa intervenção recente, Subianto apelou aos jornalistas para porem o “interesse nacional” à frente e resistir às correntes internacionalistas que procuram influenciar a opinião pública por todo o mundo. Apesar da sua aproximação aos BRICS, o governo de Jacarta teve o cuidado de sublinhar não ter qualquer intenção de sair da área do dólar norte-americano.

 

A Indonésia foi o 92º cliente das exportações portuguesas de bens em 2022, e o 47º ao nível das importações. Apesar de não ter um peso muito expressivo no nosso país, tem-se verificado um crescimento médio anual das exportações de 15,2% e de 10,0% nas importações. A balança comercial de bens foi desfavorável ao nosso país, tendo apresentado um défice de 165 milhões de euros.

 

Compreender as principais tendências empresariais neste mercado dinâmico é crucial para empreendedores, investidores e empresas que procuram capitalizar as vastas oportunidades da Indonésia.

Com uma taxa de penetração da Internet próxima dos 75%, o país abraçou totalmente o comércio digital e os ecossistemas digitais. As empresas que desejam permanecer relevantes devem priorizar a integração digital nas suas operações. Os investimentos em infra-estruturas, incluindo novas estradas, caminhos-de-ferro e portos, estão a ser direccionados para cidades secundárias para promover o desenvolvimento regional e descentralizar a actividade económica. As empresas que estabelecerem operações nestas cidades beneficiarão de incentivos governamentais e de novas oportunidades de mercado.

A Indonésia poderá ser um mercado interessante para os sectores de transporte e logística, construção, serviços de saúde, digitalização e infraestruturas digitais, energia verde e transformação e produtos alimentares.

Por ser um país muçulmano, a Certificação Halal é uma condição prévia para a exportação de uma ampla gama de produtos, não restritos apenas a produtos alimentares. Isso pode requerer processos produtivos e logísticos específicos, com potenciais custos adicionais.

 

Nome oficial: República da Indonésia
Área: 1.904.569 Km2
Capital: Jakarta
Língua oficial: indonésio. Há também centenas de dialectos locais.
População: 283,487,931
Religião: Censo de 2010: Muçulmanos (87%), Protestantes (7%), Católicos (3%). Hindus (1,7%)
Sistema Político: República presidencialista
Moeda: Rupia Indonésia
PIB: 1,371 triliões USD (Banco Mundial 2023)
Index of Economic Freedom- Moderado; Pontuação: 63.5; Ranking Mundial: 53
Ambiente de Negócios- 64º/82 Ranking global
Ease of Doing Business- 60º/176
Risco Geral – A4 (A1: risco menor, E: risco maior)
Risco Económico A4 (A1: risco menor, E: risco maior)

 

A CCIP coloca à sua disposição três formas de abordar o mercado:

Peça a sua proposta através dos contactos internacional@ccip.pt | +351 213 224 067 «Chamada para rede fixa nacional»

 

Conteúdos desenvolvidos por Gaporsul

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