Com três blocos político-partidários Direita-Centro-Esquerda, mais ou menos próximos em dimensão e representação parlamentar, a França parece, desde as eleições deste Verão, condenada à instabilidade e com uma situação económico-financeira que se degrada.
Depois do fracasso de Michel Barnier, vítima de uma coligação de contrários – da convergência do Rassemblement National e do La France Insoumisse – Macron nomeou François Bayrou, um centrista convicto, primeiro-ministro.
Bayrou começou as suas consultas partidárias pelo partido mais votado, o Rassemblement National (RN) de Marine Le Pen; e, em conversa com esta, terá aceitado a condição do RN para pôr os seus 142 deputados a deixar passar o gabinete de Bayrou a troco da mudança do sistema eleitoral – isto é, da passagem para o proporcional.
Com isto, Le Pen pretende corrigir o absurdo de, com 11 milhões de votantes, ter menos deputados que a coligação da esquerda, com 7 milhões. Bayrou, que tem uma boa relação política e pessoal com Macron, é um partidário do proporcional, que a V República sacrificou em nome da estabilidade.

