México

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México

Neste artigo tem acesso a informação diversificada sobre este mercado que lhe permite ter uma visão geral sobre esta geografia e conhecer as relações que tem mantido com Portugal. 

     

O território mexicano estende-se por mais de 3000 km de Noroeste a Sudeste; faz fronteira com os Estados Unidos, o Belize e a Guatemala. É banhado pelo Oceano Pacífico a Ocidente e, a Oriente, o Golfo do México e o Mar das Caraíbas, que conduzem ao Oceano Atlântico.

Com os EUA a Norte e o continente sul-americano a Sul, o México ocupa uma posição geoestratégica importante e tem actuado na comunidade internacional como ponte ou intermediário entre os países industrializados e os países em desenvolvimento, proporcionando também o acesso a uma vasta rede de acordos comerciais (T-MEC; Aliança do Pacífico; União Europeia).

Sendo a 15ª maior economia do mundo, o México é classificado pelo Banco Mundial como um país de rendimento médio-alto. No entanto, o país caracteriza-se por grandes disparidades sociais; nos últimos anos conseguiu reduzir o número de pessoas que vivem em situação de pobreza extrema, porém ainda não conseguiu eliminar as causas estruturais da pobreza e mais de 40 por cento da população vive ainda em carência.

O México é, ainda assim, um dos mercados mais apelativos da América Latina. Por exemplo em relação ao e-commerce, apesar das enormes assimetrias no acesso à internet ao longo do país (a população rural a tem grande dificuldade no acesso à internet), segundo o AICEP prevê-se que em 2027, as compras de e-commerce dos mexicanos ultrapassem os 59 mil milhões de Dólares, o que equivale a um crescimento médio anual superior quer à média de crescimento mundial, quer à média de crescimento da América do Norte. Em 2022, com um volume de negócios de e-commerce de 32 210 milhões de Dólares, o México tornou-se no 14º maior mercado mundial e no 3º maior da América do Norte.

Além disso, o país possui infraestruturas desenvolvidas e um ambiente de negócios favorável, facilitando a entrada e a operação de empresas estrangeiras.

 

Foi em 1810 que, depois de três séculos sob dominio imperial espanhol, o México iniciou o movimento independentista, a partir de uma proclamação de um sacerdote católico – o padre Miguel Hidalgo Castilla.

Mas esta primeira insurreição não correu bem para os independentistas – nem para o “cura Hidalgo” – que acabaram vencidos. Hidalgo foi capturado, julgado e fuzilado, em Chihuahua. Em 1821 foi proclamada a separação do México com a Espanha, com a entrada em Ciudad de Mexico do exército de Agustín de Iturbide, que proclamou o México como Império. Em 1823, com a queda de Iturbide, passou a República. E em 1824 foi eleito o primeiro presidente do país, Guadalupe Victoria. Seguiu-se um período agitado de lutas internas e de guerra com os Estados Unidos (1846-1848), até que um general, Antonio López de Santa Anna, tomou conta do poder. Santa Anna seria várias vezes, sucessiva ou alternadamente, presidente do México. Onze mandatos não consecutivos em 22 anos.

No curso dos anos conturbados de guerras externas e civis, chegou ao poder Benito Juarez. Perante as dificuldades do Tesouro decretou a suspensão de pagamentos aos credores. Isto levou a que os Franceses, no tempo do II Império de Luís Napoleão, enviassem uma expedição militar comandada pelo general Bazaine e tentassem impor Maximiliano de Habsburgo como Imperador do México durante o período de 1863 a 1867. Mas a operação militar não correu bem. Maximiliano e os franceses foram varridos, o imperador foi fuzilado – como eram geralmente os políticos mexicanos vencidos – e Benito Juarez restabeleceu a República, a República Restaurada.

Seguiram-se vários presidentes até que, em 1876, chegou ao poder Porfírio Diaz. Este vai governar mais de três décadas, de 1876 a 1911, autoritariamente. Será o chamado “Porfiriato”. Porfírio era um militar que ganhara prestígio na guerra contra os franceses. Ao chegar ao poder, pela via da revolta armada, priorizou a reforma das Forças Armadas e das indústrias militares; tratou depois de proceder ao desenvolvimento das vias-férreas e à modernização da mineração, da indústria e da agricultura. Em 1908, anunciou a sua retirada do poder. Mas não se retirou.

Entretanto, o descontentamento crescera entre as massas camponesas e estalaram várias insurreições, dando origem ao início do ciclo conhecido como Revolução Mexicana, um período de violentos conflitos civis, geralmente sangrentos e encadeados.

Um dos líderes do descontentamento foi Francisco Madero. Outros focos de revolta tiveram por líderes Emiliano Zapata e Pascual Orozco, mas Madero foi eleito Presidente em 1911, tendo-se Diaz retirado para o exílio em França.

Iniciou-se então uma época de continuada instabilidade e guerra civil; Madero foi morto em 1913 e o general Victoriano Huerta assumiu o poder; por pouco tempo, pois foi deposto, exilou-se nos Estados Unidos e acabou ali por morrer na prisão, acusado de entendimento com os Alemães.

O período revolucionário durou até 1920, com a tomada do poder por Álvaro Obregón, que conseguiu terminar o seu mandato em 1924. Sucedeu-lhe Plutarco Elias Calles, que lançou uma política dirigida às massas, com uma grande carga de populismo e demagogia. E em 1926 embarcou numa ofensiva anti-católica, que levou à chamada “guerra cristera”, já que os camponeses católicos resistiram activamente às campanhas anti-religiosas do governo, obrigando o Governo a pactuar.

O embaixador norte-americano Dwigt Morrow foi importante nas negociações de paz. Obregón foi reeleito em 1928, mas assassinado em seguida.

E em 1929 fundou-se o Partido Nacional Revolucionário-Partido Revolucionário Institucional (PNR-PRI), que durante o século XX vai dominar a política mexicana. Dominar a política e dominar, por essa via, a economia e a sociedade. Foi em Julho de 1997 que, depois de uma hegemonia de quase 70 anos, o PRI perdeu pela primeira vez a maioria na Câmara dos Deputados.

O PNR (a partir de 1946 PRI) tinha conseguido manter o domínio político-social no Méxiico, apesar de sérios problemas, escândalos e actos de violência. Como o chamado “massacre de Tlatelolco”, em 2 de Outubro de 1968, em que, na Praça das Três Culturas, forças do Exército terão usado de violência extrema contra os estudantes, matando algumas centenas e prendendo cerca de 1500. Tudo isto se passou na presidência de Gustavo Diaz Ordaz. Foram outras violências do poder e policiais tendo por alvo populações indígenas, como os conhecidos “massacre de Águas Blancas” (Junho de 1995) e “massacre de Acteal (1997), que foram minando a hegemonia do PRI.

As mudanças tornaram-se visíveis no mandato do presidente Carlos Salinas de Gortari (1988-1994), com a privatização de muitas empresas públicas e a assinatura do Tratado de Comércio Livre da América do Norte.

Em meados dos anos 90, o descontentamento dos agricultores e camponeses levou a uma nova rebelião “zapatista”. O sucessor de Salinas, Ernesto Zedillo, presidente a partir de 1994, mudou muito os usos e costumes da Presidência mexicana e, pela primeira vez em muitas décadas, não preparou e nomeou o seu sucessor a partir do PRI. Assim, em 2000, foi eleito presidente Vicente Fox Quesada, um empresário, eleito naquela que um estudioso observador qualificou como a primeira eleição nacional verdadeiramente democrática, uma eleição que pôs fim a 70 anos de oligarquia. Em 2006, outro candidato do PAN, Felipe Calderón ganhou a eleição contra Lopez Obrador.

Mas Calderón ia apanhar, no seu mandato, o aparecimento em força da implantação e violência dos cartéis do narcotráfico, como os carteis do Golfo e Los Zetas. Ou o famoso cartel de Sinaloa, chefiado por Joaquín Archivaldo Guzmán Loera, mais conhecido por “El Chapo”.

A partir daí foi uma guerra sangrenta, a guerra contra os cartéis do tráfico, uma guerra que, entre 2006 e 2019 fez perto de 275 mil mortos, entre civis, traficantes e efectivos policiais e militares.

A verdade é que no passado, para garantir a estabilidade, o PRI tinha negociado acordos com os cartéis. E em 2012, o PRI voltou ao poder, com a eleição de Enrique Peña Nieto. Em 2018, o descontentamento popular exprimiu-se através da vitória do candidato do MORENA (Movimento Nacional Renovador) um partido populista de esquerda, cujo candidato à presidência era López Obrador, o derrotado de 2006.
E em 2 de Junho deste ano, o México teve uma eleição geral, em que cerca de 100 milhões de eleitores, escolheram os 500 deputados do Parlamento e os 128 senadores. E também o presidente da República.

E a Presidente eleita foi Claudia Sheinbaum, eleita com o apoio da coligação “Seguiremos Haciendo Historia”, uma coligação liderada pelo MORENA de Obrador que preparou Sheinbaum para ser a sua sucessora.

 

O México foi o 28º cliente das exportações portuguesas de bens em 2023, com uma quota de 0,5%, ocupando a 57ª posição ao nível das importações (INE). Verificou-se uma média de crescimento anual das exportações, ao longo do período 2019-2023, de 5,4% e de 6,1% nas importações. A balança comercial de bens foi favorável ao nosso país, apresentando um excedente de 270 milhões de euros em 2023.

 

Considerando os sectores com maior peso no PIB mexicano, desde o sector automóvel à indústria de alimentos e bebidas, passando pela tecnologia e serviços financeiros, ainda há espaço para crescimento em diversas outras áreas de negócio. O México está bastante focado em investir em energias renováveis, abrindo assim novas oportunidades para empresas.

Com diversidade agrícola, exportações em alta, aumento da procura de alimentos sustentáveis e com a indústria de processamento de alimentos em ascensão, há igualmente espaço para entrar nestes sectores. Há também cada vez maior procura de soluções inovadoras para a gestão e tratamento de água.

 

Nome oficial: Estados Unidos Mexicanos
Área: 1,972,550 Km2
Capital: Cidade do México
Idioma: Castelhano (90%) e algumas línguas indígenas – maia, nahuatl e outras.
População: 131,055,402 (Worldometer- UN Data)
Religiões: Catolicismo (82.7%), Protestantismo (6.6%)
Governo: República federal presidencialista
Moeda: Peso Mexicano
PIB: 1,788,886.82 US$ (World Bank data 2023)
PIB per capita: 13,926.1 US$ (World Bank data 2023)
Heritage Index of Economic Freedom: 62; World Rank- 68º em 184 ; Na região- 14º em 32

 

A CCIP coloca à sua disposição três formas de abordar o mercado:

Peça a sua proposta através dos contactos internacional@ccip.pt | +351 213 224 067 «Chamada para rede fixa nacional»

 

Ser Associado da Câmara de Comércio significa fazer parte de uma instituição que foi pioneira do associativismo em Portugal.

 

Os nossos Associados dispõem do acesso, em exclusividade, a um conjunto de ferramentas facilitadoras da gestão e organização das respectivas empresas.