Em 16 de Agosto, o palácio do Eliseu anunciou que o presidente Emmanuel Macron não tomará qualquer decisão quanto à escolha do Primeiro-ministro até dia 23 deste mês. Só então se deverá encontrar com os líderes dos partidos e grupos parlamentares para o indigitar.
A decisão não parece fácil, ou melhor, poderá até ser fácil, mas será inevitavelmente de difícil execução. A esquerda, a NFP – Noveau Front Populaire – insiste em Lucie Castets, conselheira da cidade de Paris, mas a escolha parece problemática, já que Castets, num programa que teve o cuidado de enviar a todos os grupos políticos excepto ao Rassemblement National, apresenta pontos de difícil aceitação para o Centro macronista, como aumentos de salários generosos pagos por impostos sobre as fortunas.
De qualquer modo, não parece que, no Parlamento actual, possa haver uma maioria parlamentar para apoiar a candidata da Nova Frente Popular a Matignon, sendo de esperar um impasse. E quanto à ameaça dos “Insubmissos” de destituir Macron, no caso de o Presidente não escolher Castets, também não se vê que tenha exequibilidade. A política francesa está, assim, adiada.

