
Egipto
Neste artigo tem acesso a informação diversificada sobre este mercado que lhe permite ter uma visão geral sobre esta geografia e conhecer as relações que tem mantido com Portugal.
De 11 a 15 de novembro, a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa realiza a Missão Empresarial Egipto.
O Egipto faz parte ou está na periferia de regiões como a Ásia, a África, o Mediterrâneo, o Mar Vermelho, o Médio Oriente e a bacia do Nilo. Esta posição geográfica faz do país uma encruzilhada entre dois continentes e várias regiões geopolíticas. Está rodeado pelo Mediterrâneo e pelo Mar Vermelho, para o qual assegura a ligação através do Canal do Suez. O canal, além de unir estes dois mares, é também o caminho que une os Oceanos Índico e Atlântico. O Rio Nilo, que atravessa o país, é considerado o mais extenso curso de água do mundo (ocupa uma área de 3 349 000 km²). Passa por 10 países africanos – Uganda, Tanzânia, Ruanda, Quénia, República Democrática do Congo, Burundi, Sudão, Sudão do Sul, Etiópia, até por fim desaguar no mar Mediterrâneo, pela sua foz no Egito.
O petróleo e o gás natural, extraídos na sua maioria do golfo de Suez, bem como os seus derivados, são os principais produtos exportados pelo Egipto e constituem a principal base industrial do país. No total, a indústria gera 34,3% do PIB egípcio. O sector é composto ainda pelos ramos alimentício, têxtil, construção civil e manufacturas leves. Dispondo de uma vasta e jovem mão de obra a preços competitivos, é o principal mercado retalhista de África e do Médio Oriente.
As áreas destinadas à atividade agrícola são muito limitadas, concentrando-se no vale do Nilo. Ainda assim, o sector agrícola é um dos de maior importância para a economia do país e emprega cerca de 1/4 da mão de obra egípcia. A agricultura é responsável por 11,7% do PIB do país, e produz bens como a cana-de-açúcar, o arroz, batatas, tomate, milho, trigo, beterraba sacarina e frutas cítricas.
O sector terciário corresponde a mais da metade do PIB do Egito, e destaca-se pelas atividades ligadas ao turismo. Só em 2019, o Banco Mundial registou 13 milhões de chegadas ao país.
Nos últimos anos, o Egipto fez progressos económicos notáveis, de acordo com um relatório publicado pelo Banco Mundial: subiu 8 posições, passando a ocupar o 120.º lugar entre 190 países. Em 2020, registou uma nova melhoria, passando a ocupar a posição 114. O seu crescimento económico continuou resistente e forte durante a Pandemia, tendo registado em 2020 um crescimento positivo a uma taxa de 3,6%, considerada a segunda maior taxa de crescimento do mundo.
A história do Egipto moderno está ligada, como é natural, ao jogo de forças que se desenrolou na região da África do Norte e Mediterrâneo Oriental.
Assim, depois de se ter emancipado da tutela otomana, sob o governo de Mohammed Ali, o Kedivato do Egipto passou, nos finais do século XIX, a sofrer a influência britânica. E em 1915, durante a Grande Guerra, quando ingleses e franceses combateram no Médio Oriente os otomanos, tornou-se mesmo um Protectorado britânico. Em 1922 alcançou a independência com uma monarquia com um rei descendente de Mohammed Ali, Fuade I. A Fuade I sucedeu Faruk, que deixou o trono em 1952, depois da revolução dos “oficiais livres” de Naguib e Nasser. Faruk abdicou no filho, Fuade II, mas em 1953 a República foi oficialmente proclamada.
O nasserismo era um movimento nacionalista, autoritário e socializante, marcado por uma forte hostilidade ao “imperialismo” ocidental e também ao “sionismo”, isto é, ao Estado de Israel, criado em 1948.
O Egipto de Nasser tornou-se também um dos baluartes do anti-colonialismo e o Cairo acolheu, durante muitos anos, os movimentos independentistas africanos. Nasser e a Liga Árabe, protagonizaram a guerra de 1956. Em meados desse ano, o Presidente egípcio ordenou a nacionalização do Canal do Suez, o que provocou uma reacção franco-inglesa aliada a Israel. A operação, entretanto, não contou com o apoio norte-americano e fracassou.
Em 1958, o Egipto juntou-se com a Síria na República Árabe Unida, união que durou até 1961, quando a Síria abandonou a federação. Por todo este tempo, o Egipto aproximou-se da União Soviética, apesar de Nasser, internamente, ser hostil ao Partido Comunista.
Nasser morreu em 1970, tendo-lhe sucedido um outro “oficial livre”, Anwar al Sadat. Depois da derrota na guerra contra Israel em 1967, os egípcios procuravam restaurar o prestígio e o balanço de forças na região. E em Outubro de 1973 desencadearam um ataque-surpresa contra Israel, no dia do Kippur, um feriado religioso judaico. Após sucesso inicial foram vencidos.
Sadat resolveu, então, mudar a equação estratégica na região: afastou-se dos soviéticos, aproximou-se dos americanos e deu o passo final, assinando os acordos de Paz com Israel, em Camp David, nos EUA, em 1979. Israel era governado ao tempo por Menachem Begin e o Presidente americano era Jimmy Carter.
A partir daí o Egipto tornou-se um aliado dos Estados Unidos na região. Internamente, Sadat procurou liberalizar o sistema socialista do nasserismo. Fez também um esforço de reaproximação ao culto do Islão, autorizando os Irmãos Muçulmanos, introduzindo a oração na televisão pública e proibindo a venda de bebidas alcoólicas, excepto nos locais turísticos.
Ironicamente, Sadat foi assassinado por radicais islâmicos, como Begin o seria por radicais sionistas. Sucedeu-lhe o vice-presidente Hosni Mubarak, general da Força Aérea que se distinguira na guerra de 1973. Mubarak manteve a política de liberalização económica do seu antecessor e intensificou a luta contra os movimentos jihadistas islâmicos.
A par de reformas económicas e da captação de investimento ocidental, Mubarak promoveu tímidas reformas políticas. Mas o partido governante – Partido Nacional Democrata – manteve a maioria absoluta no Parlamento; e em 2005 Mubarak foi reeleito por uma maioria popular de 87%.
Mas a abertura política prosseguiu e, em 2009, os Irmãos Muçulmanos progrediram, alcançando uma representação parlamentar substancial. Ao mesmo tempo, as queixas de corrupção familiar e de ineficácia no governo do país, a miséria e marginalização de muitos, levaram a uma quebra de popularidade de Mubarak.
E em Janeiro de 2011, os ventos de mudança das “primaveras árabes” começados na Tunísia, chegaram ao Egipto, com grandes manifestações populares e consequente repressão. Aconselhado por Washington, Mubarak abandonou o poder e, após um breve intervalo de governação militar realizaram-se eleições constituintes e presidenciais. No final do processo deu-se a eleição para presidente do dirigente dos “Irmãos Muçulmanos”, Mohamed Morsi.
A crise continuou e, tal como no passado, os militares intervieram e expulsaram Morsi da presidência. No final, o chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas, general Abd el-Fattah el-Sisi, que tinha sido director dos serviços de Inteligência Militar no período conturbado de 2010-2012, assumiu a Presidência, mantendo-se no cargo até ao presente. Conta com a oposição dos Irmãos Muçulmanos, cujo líder e ex-presidente, Morsi, morreu na prisão em 2019.
O Egipto foi, segundo o INE, o 45º cliente das exportações portuguesas de bens (dados de 2022), com uma quota de 0,2%, e ocupou a 44ª posição ao nível das importações (0,2%). Verificou-se, ao longo do período 2018-2022, um crescimento médio anual das exportações de 7,4% e, nas importações, de 44,7%. Foi uma balança comercial de bens desfavorável ao nosso país, apresentando um déficit de 77 milhões de euros em 2022.
Nas exportações destacam-se as Pastas Celulósicas e Papel, os Produtos Químicos, Máquinas e Aparelhos, Plásticos e Borracha e os Minerais e Minérios. Os principais produtos importados foram os Produtos Químicos, os Metais Comuns, os Plásticos e Borracha, os Produtos Alimentares, e as Matérias Têxteis.
O Governo egípcio está a centrar actualmente as suas políticas na recuperação e no crescimento económico, apostando nos seguintes pilares: mega projectos de infraestruturas, turismo, melhoria da política económica e aumento dos investimentos do sector privado. Os sectores considerados pelo Governo como sendo de especial interesse para os investidores estrangeiros a curto e médio prazo incluem a energia,a construção e o sector imobiliário, os transportes e as telecomunicações.
A lei do investimento que vigora desde 2017 introduziu alterações importantes, tais como o regresso da zona franca privada, anteriormente abolida. Além disso, prevê vários incentivos, tais como incentivos fiscais, taxa aduaneira unificada e terrenos livres.
Nome oficial: República Árabe do Egipto
Área: 1.001.450 Km2
Capital: Cairo
Idioma: Árabe
População: 114,484,252 (Macrotrends)
Religiões: 85% (islamismo), 14% (cristianismo), 1% (outras).
Governo: República semipresidencialista.
Moeda: Libra Egípcia
PIB: 3,006.45 (mil milhões USD)
PIB per capita: 4345.00 USD
Index of Economic Freedom- Heritage 2023: 49.7 (146ª no mundo, 10ª em 14 países do Médio Oriente/África do Norte
A CCIP coloca à sua disposição três formas de abordar o mercado:
Peça a sua proposta através dos contactos internacional@ccip.pt | +351 213 224 067 «Chamada para rede fixa nacional»

