
Tajiquistão
Neste artigo tem acesso a informação diversificada sobre este mercado que lhe permite ter uma visão geral sobre esta geografia e conhecer as relações que tem mantido com Portugal.
O Tajiquistão tem fronteiras terrestres com o Uzbequistão a oeste e norte, o Quirguistão a norte, a China a leste e o Afeganistão a sul. Sendo territorialmente o menor país da Ásia Central, é o terceiro país mais populoso, com cerca de 9.750.000 pessoas, 12,5% de todos os habitantes da região. A distribuição populacional dá-se de forma desigual devido ao relevo acidentado, concentrando-se principalmente nos vales férteis. É um país essencialmente rural, só 28% dos habitantes do Tajiquistão vivem em cidades, ou seja, 2,7 milhões de pessoas. A maior área urbana do país é Dushanbe, a capital, cuja população é de 962 mil habitantes.
Mesmo sendo um dos países mais pobres do continente asiático, com um PIB de 7 biliões de dólares e renda per capita de 795 dólares, a economia do Tajiquistão é considerada emergente ou em desenvolvimento. Porém, 26,1% da população, o equivalente a 2,5 milhões de pessoas, vive ainda abaixo da linha da pobreza.
O subsolo do Tajiquistão é rico em recursos como o carvão mineral, antimónio, zinco, tungsténio, urânio, ouro, prata e, em menor escala, petróleo e gás natural. A exploração desses elementos, a indústria e a exportação a eles associadas são muito importantes para a economia do país. Os destinos dos produtos do Tajiquistão são os países vizinhos (Cazaquistão, China e Uzbequistão), além da Turquia e da Suíça.
O relevo bastante acidentado e os inúmeros rios que percorrem o território tajique conferem ao país um enorme potencial hidrelétrico. O país tem a 6ª maior capacidade hidroeléctrica instalada em todo o mundo. Essa fonte de energia constitui 94% da matriz energética tajique, sendo os demais 6% correspondentes aos combustíveis fósseis. Quanto aos transportes, as rodovias e as ferrovias são dois dos modos mais utilizados no país, embora haja 200 km de rios navegáveis utilizados como hidrovias.
As infraestruturas, especialmente de saneamento básico, atendem pouco mais de metade da população, 59%, de acordo com dados das Nações Unidas. A guerra civil que ocorreu na década de 1990 foi extremamente prejudicial também para a infraestrutura, o que afetou tanto a produção industrial e agrícola do país como a vida quotidiana da população.
O Tajiquistão tem, à semelhança de toda a Ásia Central, uma História muito antiga; por ali passaram os Aqueménidas, Alexandre da Macedónia, os Sassânidas; no século VIII chegaram os Árabes do Califado, que converteram a população ao Islão, seguindo-se várias dinastias; e depois vieram os Mongóis e os Turcos.
Em 1740 foi a vez do Irão, com Nader Xá, dominar os Tajiques. E, em 1868, chegaram, nas suas operações de conquista da Ásia Central, os Russos, já empenhados na submissão e ocupação do Turquistão onde tinham instalado um Governo Geral, dirigido pelo general Constantino Petrovich von Kaufman; este, enfrentando forte resistência dos Tajiques, completou a conquista da região.
Em 1916, a tentativa de recrutamento dos Tajiques e outros povos da Ásia Central para o exército russo, levou à guerra Basmaqui (expressão que significa “bandidos”). A revolta prolongou-se depois da revolução bolchevique e os bolcheviques reprimiram-na com grandes massacres; mas o conflito durou até 1924, ano em que foi criada a República Soviética Autónoma Tajique.
A partir de 1927 a colectivização levou à resistência dos agricultores e a uma renovação do movimento Basmaqui. Também as purgas estalinistas dos anos 1937-1938, chegaram ao Partido Comunista do Tajiquistão com milhares de expulsões e liquidações de quadros locais e a sua substituição por russos, o que se reflectiu na percentagem de russos na população, que passou de 1% para 13%.
Em 1939, os Tajiques foram mobilizados para o Exército Soviético; cerca de 250 mil Tajiques, numa população de pouco mais de milhão e meio, serviram na tropa soviética durante a guerra, com uma alta percentagem de baixas.
Apesar disso, o Tajiquistão era, nos anos 1980, na última década da URSS, a mais pobre das repúblicas soviéticas em renda per capita e em número de licenciados universitários.
No Verão de 1991, quando em Moscovo se deu o golpe comunista contra Boris Yeltsin, o presidente da República do Tajiquistão, Mahkamov e o presidente do Soviete Supremo, Qadriddin Aslonov, alinharam com os golpistas.
Isto desencadeou protestos populares contra estes dirigentes, exigindo a proibição do Partido Comunista, a queda do Governo e eleições.
Nestes dias de agitação e conflito, o Tajiquistão declarou a independência da URSS. Seguiu-se um longo conflito civil entre os partidários saudosistas do regime comunista e uma aliança de democratas liberais e nacionalistas islamistas.
O conflito prolongou-se de 1992 até 1997, misturando a oposição ideológica entre comunistas e não comunistas e factores religiosos e étnicos; os comunistas ligados à elite do período soviético, eram oriundos da região conhecida por Leninabad.
Contra esta facção pró-soviética, formou-se a coligação de liberais nacionalistas e islâmicos moderados e radicais, como os do Partido Renascença Islâmica do Tajiquistão. Com o apoio de forças russas, os comunistas levaram a melhor na primeira fase da guerra, cometendo grandes massacres e forçando muitos muçulmanos a refugiarem-se no vizinho Afeganistão, onde se reorganizaram com o apoio do partido muçulmano local, Jamayat-E-Islami. A guerra prolongou-se até 1997, com o apoio de forças estrangeiras a cada parte. Mas nessa data as Nações Unidas, os Estados Unidos e a Rússia conseguiram um armistício.
Depois as negociações evoluíram com participação de países vizinhos – Irão, Cazaquistão e Turquemenistão. Assim terminou a guerra civil que fez entre 30 e 50 mil mortos.
A guerra civil conheceria uma nova fase entre 2010 e 2012. Nesta persistência conflitual, pode ver-se a dificuldade de unidade nacional do país.
O LÍDER DA NAÇÃO
No meio de toda esta agitação, há um político que se manteve no topo e no eixo do poder, Emomali Rahmon; nascido em 1952, Rahmon começou por ser um aparatchique no período soviético; mas em 1992, no princípio da guerra civil, os partidários da antiga URSS elegeram-no Presidente da República, e foi sendo reeleito com maiorias impressionantes (97% em 1999); em 2003, um referendo permitiu-lhe concorrer a mais dois mandatos de 7 anos – o primeiro em 2006, com 79% dos votos, e o segundo em 2013, com 84%. Estas eleições foram criticadas pela OSCE – Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.
Em 2015 o Parlamento deu-lhe o título de “Fundador da Paz e da Unidade Nacional, Líder da Nação”. E em 2016 por refendo nacional.
Nessa linha foi eleito para um quinto mandato em 2020, por 91% dos eleitores. Entretanto, numa disposição aprovada pelo Parlamento, proibiu os partidos baseados em denominações religiosas, neutralizando o principal partido da oposição islâmica.
Com a sua localização estratégica e recursos naturais abundantes, o Tajiquistão tem potencial para se tornar um centro de negócios e de comércio na região.
Nos últimos anos, o país fez progressos significativos na melhoria do seu ambiente empresarial, simplificando o processo de registo e reduzindo os procedimentos burocráticos. O governo também desenvolveu medidas para promover o investimento e o comércio estrangeiros, como a criação de zonas económicas livres e a assinatura de acordos comerciais internacionais. Estas iniciativas atraíram muitos investidores estrangeiros para o Tajiquistão, e o país está a emergir rapidamente como um destino promissor para várias oportunidades de negócio:
Na agricultura, a produção de frutas vegetais, cereais e gado; Na área do turismo, que tem tido uma procura crescente, construção e exploração de unidades hoteleiras, restaurantes e agências de viagens; A indústria das TI - tecnologias de informação e comunicação - está a crescer rapidamente no Tajiquistão, com o governo a investir no desenvolvimento do sector e com necessidade de empresas de TI que prestem serviços como o desenvolvimento Web, o desenvolvimento de software ou o marketing digital.
Com uma classe média em crescimento e que começa a ter um poder de compra mais elevado, crescem também as oportunidades para as empresas de retalho que vendam bens de consumo, produtos electrónicos ou de moda. No campo da educação há uma procura crescente por serviços educativos de qualidade, tornando necessário o investimento em criação de escolas, institutos de formação profissional e universidades. O sector da saúde está também a desenvolver-se, com muito para fazer no que diz respeito à criação de hospitais, clínicas ou centros médicos.
Com o potencial hidroeléctrico do Tajiquistão, é necessário o investimento em projectos de energias renováveis ou criação de empresas que prestem serviços relacionados com a energia. No sector industrial, especial destaque para as oportunidades nos têxteis, no processamento de alimentos e nos materiais de construção.
Nome oficial: República do Tajiquistão
Gentílico: tajique
Extensão territorial: 142.600 km²
Localização: Ásia Central
Capital: Dushanbe
Climas: continental e árido
Governo: república presidencialista
Idioma: tajique
Religiões: islâmica (98%) e outras (2%)
População: 9.750.000 habitantes (ONU, 2021)
Densidade demográfica: 69,7 hab./km²
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,668
Moeda: Somoni tajique
Produto Interno Bruto (PIB): US$ 7,82 bilhões (FMI, 2022)
PIB per capita: US$ 795,04
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