
Quirguistão
Neste artigo tem acesso a informação diversificada sobre este mercado que lhe permite ter uma visão geral sobre esta geografia e conhecer as relações que tem mantido com Portugal.
Com fronteiras com o Cazaquistão, China, Tajiquistão e Uzbequistão, o Quirguistão é o segundo menor território da Ásia Central, com uma extensão de 199.949 km2 e com uma população de 6.628.000 habitantes, também a segunda menor da região. Sendo um país interior, não tem qualquer saída para o mar (encontra-se, na sua maior parte, a mais de 1.500 m acima do nível do mar), mas tem o segundo maior lago de água salgada depois do Mar Cáspio, o lago Issyk-Kul, que cobre uma área de 6,2 mil km2.
As paisagens do Quirguistão são consideradas das mais bonitas do mundo, com montanhas de formas e texturas únicas, cordilheiras, lagos glaciares, uma natureza intocada. As montanhas de Tian Shan, «Montanhas Celestes». que chegam a atingir os 5000m de altura, contornam a antiga rota da seda, trajecto comercial entre a China e o Mediterrâneo, e dominam o país; são habitat de leopardos, linces, cavalos e ovelhas.
A exploração mineral dos recursos naturais - petróleo, gás natural, carvão, ouro e metais das terras raras - é o pilar da economia quirguize. Com um peso quase igual, principalmente nas exportações de algodão e feijão, a actividade agropecuária concentra quase de metade da mão de obra do país (apesar de corresponder apenas a 14,6% do PIB), destacando-se a produção de cereais, de legumes, de batata, de frutas e de algodão. O comércio e os serviços correspondem a 54,2% do PIB do Quirguistão e a Indústria a 31,2%. Entre os segmentos produtivos que compõem o sector secundário no país, estão o têxtil, cimento, lâmpadas, telhas, aparelhos eléctricos, camiões, vidros, pequena maquinaria, móveis e madeiras e também a refinação de petróleo. Os principais parceiros comerciais do Quirguistão são a Rússia, o Cazaquistão, o Uzbequistão e a China.
A maioria da população quirguize vive nas zonas rurais. Etnicamente, é formada por quirguizes, uzbeques, russos, uigures e minorias como alemães e ucranianos. Ponto de passagem incontornável na Rota da Seda, o Quirguistão sempre recebeu viajantes das mais diversas origens, resultando numa sociedade multicultural, à qual muitos grupos étnicos chamam pátria.
O Quirguistão, como outros territórios da Ásia Central, foi incorporado no império russo em 1876, por um tratado assinado com a China, então governada pelos Qing. Como outros povos da Ásia Central, os Quirguizes, como os Russos os chamavam, tinham sofrido o impacto das invasões mongóis, seguidas de uma série de invasões e choques tribais, de Tamerlão aos Uzbeques, outra deriva da Horda de Ouro.
Mas no último quartel do século XVIII, no tempo de Catarina a Grande, iniciaram-se os contactos diplomáticos com São Petersburgo; e no século XIX, depois de sucessivos domínios efémeros, a região, como outras da Ásia Central, foi anexada pelos Russos, que tinham a superioridade técnico-militar para o fazer e foram avançando para Sul e Oriente, graças à artilharia e ao comboio.
Houve várias revoltas anti russas dos Quirguizes, radicalizadas quando, em 1916, o império russo lhes quis impor o serviço militar obrigatório. Com a revolução de Outubro e a formação da União Soviética, o Quirguistão tornou-se, em 1926, uma República Socialista Soviética Autónoma e, em 1936, a República Socialista Quirguize.
Com a liberalização introduzida por Gorbachov a partir de 1985, veio em 1990 a formação do Movimento Democrático Quirguize como força de oposição.
Em 13 de Dezembro de 1990, o nome do país passou oficialmente para República do Quirguistão e, em 1991, tornou-se independente sob a presidência de Askar Akayev, um engenheiro e professor doutorado em Física pela Universidade de Moscovo, eleito em 1991 e reeleito nos quinquénios seguintes até 2005. Akayev promoveu a transição e a liberalização da economia.
Mas em Março de 2005, supostamente com o apoio norte-americano, aconteceu na capital, que entretanto trocara o nome comunista de Frunze (do militar bolchevique herói da revolução de Outubro e da Guerra Civil) por Bisbeque, uma revolta popular conhecida depois por “revolução das túlipas”, que levou Akayev a abandonar o país e a refugiar-se na Rússia, onde Putin lhe deu asilo político.
O novo líder e presidente foi o chefe da oposição Kurmanbek Bakiyev, que se aproximou dos Estados Unidos e por isso suscitou a hostilidade da Rússia. Também, como contra o seu antecessor, repetiram-se as acusações de autoritarismo, corrupção e nepotismo, e veio a revolta popular e a fuga. Em Abril de 2010, sob a pressão da rua e da opinião, Bakiyev refugiou-se no vizinho Cazaquistão.
A sua sucessora foi uma diplomata do tempo soviético, Roza Otunbayeva, ligada aos dirigentes dos movimentos da Revolução das Túlipas e da agitação contra Bakiyev. Otunbayeva exerceu o cargo interinamente, entre 7 de Abril de 2010 e 1 de Dezembro de 2011.
Nessa data foi eleito presidente Almazbek Atambayev, que já ocupara lugares de ministro da Indústria, Comércio e Turismo, e de primeiro-ministro e líder do Partido Social Democrata do Quirguistão (SDPK).
Quarto presidente do Quirguistão, Atambayev promoveu reformas no sentido de fortalecer o papel do Parlamento. E, ao contrário dos seus antecessores, acabou normalmente o seu mandato em 24 de Novembro de 2017.
O sucessor de Atambayev foi Sooronbay Jeenbekov que, ao contrário do seu predecessor, não acabou regularmente o mandato. Com a chegada da pandemia Covid-19 e acusações de fraude eleitoral nas eleições parlamentares, o Presidente foi acusado de corrupção e responsabilizado pela má condução do combate à epidemia, tendo renunciado ao cargo.
Sucedeu-lhe Sadyr Japarov, primeiro como presidente interino, sendo eleito em Janeiro de 2021. Japarov servira no exército da ex-União Soviética e fizera estudos de Direito na Universidade Russo-Quirguize de Bisbeque.
Como a maioria dos políticos quirguizes, iniciou a sua actividade política depois da Revolução das Túlipas de 2005, sendo um apoiante de Bakiyev. Dentro da relativa instabilidade do país, Japarov chegou a estar preso em 2013; mais tarde, para escapar a perseguições políticas, exilou-se por algum tempo no Chipre, sendo outra vez preso quando voltou ao país. Mas nos anos seguintes, entre 2017 e 2019, os seus partidários desenvolveram campanhas de rua pedindo a sua libertação, que foi conseguida.
Em Outubro de 2020 houve uma votação parlamentar que o nomeou primeiro-ministro, o que acabou por ser aceite pelo Presidente Jeenbekov. E quando este, dias depois, renunciou ao cargo, Japarov declarou-se presidente interino. Depois, em Janeiro de 2021, foi eleito presidente com 80% dos votos.
Em Julho deste ano, Japarov propôs e defendeu que, paralelamente ao Russo, o Quirguiz passasse a ser usado nas comunicações intra oficiais, bem como nas emissões de Rádio. Além disso, o Quirguistão continua economicamente muito dependente da Rússia, quer bilateralmente, quer no quadro da União Económica da Eurásia. Há bases militares russas no Quirguistão e Japarov esteve presente nas comemorações do Dia da Vitória, em Moscovo, a 9 de Maio deste ano.
O Quirguistão oferece o potencial dos mercados situados em regiões que ainda não se encontram saturadas e que mostram evidências de uma crescente importância económica e de oportunidades de negócios promissoras.
A economia do Quirguistão está a crescer, em grande parte graças aos investimentos de empresários estrangeiros. Esses investidores são atraídos pelo visível crescimento e oportunidades de desenvolvimento do Quirguistão e pelo seu clima de negócios favorável.
A mineração, em particular a extracção de ouro, continua a ser uma área politicamente sensível, mas uma das mais atractivas para os investidores estrangeiros – a maior mina de ouro (Kumtor) produziu perto de 17.300 Kg de ouro em 2020. As empresas mineiras nacionais e estrangeiras também necessitam regularmente de equipamentos, serviços e peças de substituição.
Há também uma procura considerável de serviços de tecnologias de informação e comunicação nos sectores público e privado. As oportunidades incluem o fornecimento de software e de serviços (incluindo o armazenamento em cloud) ao governo, a venda de equipamento informático, incluindo a construção de infraestruturas de Internet de banda larga e sem fios, soluções de cibersegurança e outros serviços associados à digitalização de serviços.
A energia, particularmente a hidroeléctrica, é um sector prioritário para o governo, que procura investimento externo para desenvolver pequenas centrais hidroeléctricas e modernizar as grandes já existentes. A energia solar, a geotérmica e a biomassa são mercados emergentes, sendo a energia solar o mais desenvolvido dos três; os veículos eléctricos estão a ganhar popularidade e a beneficiar de vários incentivos fiscais para a sua importação.
Nome oficial: República Quirguiz
Gentílico: quirguiz
Extensão territorial: 199.949 km²
Localização: Ásia Central
Capital: Bisqueque
Governo: República parlamentar
Divisão administrativa: Sete províncias e dois municípios
Idiomas: Quirguiz e russo (oficiais)
Religiões: islâmica (90%); cristã (7%)
População: 6.628.000 habitantes (ONU, 2021)
Densidade demográfica: 34,6 hab./km²
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,697
Moeda: Som Quirguiz (KGS)
Produto Interno Bruto (PIB): US$ 9,02 biliões (FMI, 2022)
PIB per capita: US$ 1330 (FMI, 2022)
A CCIP coloca à sua disposição três formas de abordar o mercado:
Peça a sua proposta através dos contactos internacional@ccip.pt | +351 213 224 067 «Chamada para rede fixa nacional»

