Japão

Japão 225x225

O Japão é considerado a 3ª maior economia do mundo!

Neste artigo tem acesso a informação diversificada sobre este mercado que lhe permite ter uma visão geral sobre esta geografia e conhecer as relações que tem mantido com Portugal.

O Japão é hoje a terceira maior economia do mundo (tendo cedido o segundo lugar à China em 2010), e conseguiu alcançar um crescimento notável na segunda metade do século XX, depois da devastação da Segunda Guerra Mundial.

A posição do Japão nos lugares cimeiros de vários outros rankings internacionais, pode ser explicada pela melhoria no ambiente macroeconómico com o retorno a taxas de inflação moderadas geradas pelo aumento dos impostos sobre o consumo, a qualidade superior das suas infraestruturas e o desenvolvimento e sofisticação do seu mercado.

O mercado japonês é caracterizado por um ambiente altamente inovador, com instituições de investigação de excelência, um elevado montante de gastos das empresas em I&D, e uma grande quantidade de cientistas e engenheiros altamente qualificados. É um mercado com fortes índices de penetração tecnológica, bastante rigoroso em termos de qualidade e segurança dos seus produtos.

Sendo uma das primeiras potências mundiais, a posição do Japão é importante e é afectada pela conjuntura internacional, político-militar e geoeconómica, desencadeada pela guerra na Ucrânia. Como todos os Estados, o Japão tem de equacionar a sua estratégia, quer com os seus alinhamentos e alianças tradicionais, quer com os princípios ideológicos e institucionais da sua Constituição, mas também ponderar uma Realpolitik dos interesses, sobretudo dos seus riscos de segurança nacional. Não é em vão que se trata do único país que sofreu, até hoje, no seu território e no seu povo, os efeitos de um ataque nuclear.

A equação específica de Tóquio nestas matérias tem a ver também com uma já tradicional aliança com os Estados Unidos, que o primeiro ministro Shinzo Abe, assassinado no passado dia 8 de Julho, estreitou na presidência de Donald Trump, ao mesmo tempo que, na área do Pacífico, aprofundava laços com a Austrália, a Coreia do Sul; e, discretamente, com Taiwan, com quem o Japão tem relações comerciais e políticas muito significativas.

Quanto à Rússia, deve recordar-se que os Soviéticos atacaram o Japão, invadindo a Manchúria em 9 de Agosto de 1945, já depois dos Americanos terem lançado a bomba sobre Hiroxima, e com o gabinete imperial de Tóquio a considerar a rendição. Além da Manchúria, as tropas russas ocuparam também o Norte da Coreia, o sul da ilha Sacalina e as ilhas Curilas. Tudo isto seis dias antes da rendição do Japão a 14 de Agosto.

Durante o seu governo e para tratar deste problema, Abe conseguiu uma certa aproximação e diálogo com Putin, equilibrando essa relação com a relação tradicional com os Estados Unidos. Mas os dois governantes não conseguiram concluir o Tratado de Paz que regularia a disputa daquilo a que os japoneses chamam os “territórios do Norte”.

A preocupação principal dos governantes de Tóquio, do falecido Abe ao seu actual sucessor, Fumio Kishida, também do Partido Liberal Democrático, é a China, a República Popular da China (RPC). Por um lado, há uma longa história de hostilidades, em que quase sempre os Chineses foram as vítimas, mas no pós-guerra, com o advento do comunismo maoista, a guerra da Coreia e, sobretudo, a ascensão económica da China, a ponto de superar o Japão como economia, as coisas mudaram.

Verdade que, depois das reformas de Deng-Xiaoping e dos seus sucessores, também em Tóquio se acreditara que o desenvolvimento económico e a criação de uma classe média abririam caminho a uma liberalização política na China. Mas com o advento de Xi-Jinping, essas ilusões foram desaparecendo. O novo líder veio não só a concentrar poder nas suas mãos, alterando o esquema da liderança colectiva no topo do Estado e do Partido Comunista Chinês, mas apostou no poderio militar de Pequim, aumentando a pressão sobre Taiwan, factos que obrigam a uma maior vigilância por parte de Tóquio.

A aproximação a Taiwan foi outra das iniciativas de Shinzo Abe a partir de 2015, enquanto Primeiro Ministro, quando passou a sublinhar a “partilha de valores entre o Japão e Taiwan”, a que chamou “parceiro importante” e “importante amigo”. Mesmo já fora do governo, Abe insistia no eixo Tóquio-Taipé, um tema que o actual primeiro-ministro Kishida não deixou de referir num comunicado conjunto com Joe Biden, em Maio deste ano. A assunção deste linkage da segurança de Taiwan e do Japão, reforçada pela linha de continuidade das Administrações Trump e Biden em considerar a China como o “inimigo principal”, ajuda a explicar a actual política japonesa.

Com a invasão da Ucrânia, Tóquio reforçou esta percepção fazendo o paralelo Rússia/Ucrânia, China/Taiwan, alinhando na perspectiva ideológica da Administração Biden de se estar perante um confronto entre regimes democráticos-liberais e regimes autoritários. Esta comparação, formulada nos princípios de Maio, provocou uma imediata e ríspida reacção de Pequim.

Tóquio assumiu a linha euroamericana de sanções à Rússia, embora de um modo prudente. Isto apesar de o Japão ser muito menos afectado pelas consequências das sanções, em termos de alimentação e energia, do que os europeus. Por um lado, os governos japoneses não querem agudizar as relações bilaterais na questão dos territórios do Norte, por outro a diplomacia japonesa não é muito dada a grandes maniqueísmos e declarações de princípios. E também um dos seus pontos determinantes tem sido evitar a aproximação Rússia-China, que agora parece consumada.

Neste mês de Julho de 2022, a economia japonesa vive os mesmos sobressaltos e dilemas que o resto do mundo industrializado, sob a pressão pós-Covid e da guerra, e dos efeitos combinados dos dois fenómenos. Mas há também situações próprias: o comércio externo do país apresenta um saldo negativo, em termos de mudança percentual, do ano de 2021, com as importações a crescerem 32,3% e as exportações 15,3%; a causa principal para esta situação é o decréscimo significativo das exportações para a China, que passou no ano de 2021 por sucessivos confinamentos nas grandes cidades. Embora parte do que foi perdido com a China tenha sido compensada por exportações para os Estados Unidos e para a Europa, o saldo final foi negativo.


Os principais parceiros comerciais do Japão são, por esta ordem, a China (cerca de 22% do comércio), os Estados Unidos (18%), Taiwan (7,2%) e a Coreia do Sul (cerca de 7%). O primeiro parceiro europeu é a Alemanha. O Japão foi, em 2020, em termos de PIB, a quarta economia mundial (depois dos Estados Unidos, da China e da Índia), a quarta em exportações e a quinta em importações; nas exportações japonesas figuram à cabeça os automóveis, os equipamentos electrónicos e de informática. São também importantes os produtos siderúrgicos, metalúrgicos e da indústria naval. Importa produtos agrícolas, energia e matérias primas. Em 2020, o PIB nominal aproximou-se dos cinco triliões de dólares americanos e o PIB per capita de 39.000.

Na Economia, os serviços facturaram cerca de 69,4%, a Indústria 29,6% e a Agricultura 1%. A Dívida Pública era, sempre em 2020, cerca de 230% do PIB e a Dívida Externa andava pelos 3,4 triliões de dólares.

Na presente conjuntura, o Japão como todas as economias industrializadas que importam energia e alimentação, irá sofrer das pressões inflaccionárias, embora enquanto a Europa e os Estados Unidos estejam nos 8/9% até Abril os preços no Japão tenham subido apenas 2,5%;
Mas espera-se, com o fim da Pandemia e o aumento do consumo, uma subida de preços. Ao contrário dos seus congéneres europeus, o Banco Central do Japão manteve as taxas de juro muito baixas e uma atenção vigilante ao valor do Yen. Mas a decisão é de manter baixas as tacas de juro a curto e longo prazo. Assim, e depois de os Bancos Centrais europeus, da Reserva Federal americana e, por último, do Banco Nacional Suíço, terem subido as taxas de juro, o Banco Central Japonês é o único dos seus congéneres em contraciclo, com o Yen a registar a cotação mais baixa dos últimos 24 anos. Esta descida da moeda, ao aumentar o custo das importações, pode ameaçar seriamente o consumo.

 

 

Localização geográfica: Arquipélago de 6 852 ilhas, situado no leste asiático, entre o Pacífico Norte, o Mar do Japão e o leste da península coreana.

Fundação: 11 de Fevereiro de 660 a.C.

Constituição do Japão: 3 de Maio de 1947
Capital: Tóquio

Território: 364 485 km2 (área terrestre)

População: 125,34 milhões (est. fev 2022, Statistics Bureau of Japan). Estimativa da População para 2030 – 120.984,000

Governo: Monarquia constitucional unitária parlamentarista

Imperador: Naruhito

Primeiro Ministro: Kishida Fumio

Poder legislativo: Dieta Nacional com Câmara Alta (Conselheiros) e Câmara Baixa (Representantes)

Moeda: iene japonês (JPY) (câmbio – 1 Euro = 136.12 ienes

Ranking Doing Business Report 2020: 29/190 (+10 posições)

Index of Economic Freedom – Heritage 2022: 35/177 (-4,2 pontos)

PIB taxa de crescimento real 2022: 3,2% (est. FMI)

 

A CCIP coloca à sua disposição três formas de abordar o mercado:

Peça a sua proposta através dos contactos internacional@ccip.pt | +351 213 224 067

Ser Associado da Câmara de Comércio significa fazer parte de uma instituição que foi pioneira do associativismo em Portugal.

 

Os nossos Associados dispõem do acesso, em exclusividade, a um conjunto de ferramentas facilitadoras da gestão e organização das respectivas empresas.