Paquistão

Paquistao Globo

Paquistão. O quinto país mais populoso do mundo.

Neste artigo tem acesso a informação diversificada sobre este mercado que lhe permite ter uma visão geral sobre esta geografia e conhecer as relações que tem mantido com Portugal.

Situado na península do Indostão, com um território de cerca de 800.000 km2 e uma população de 229 milhões de habitantes - o quinto país mais populoso do mundo depois da China, da Índia, dos Estados Unidos e da Indonésia - o Paquistão tem uma importância geopolítica, que ultrapassa muito os números da sua economia. Esta apresenta um PIB nominal de cerca de 347 mil milhões de USD, embora o mesmo PIB, em termos de PPP (purchasing power parity), fique pelos 1300 mil milhões de USD representando em valor, a 24ª economia do mundo.

 

Historicamente, a identidade e independência do Paquistão estão ligadas às vicissitudes do Império britânico das Índias e ao seu atribulado processo de descolonização, com as rivalidades entre as comunidades hindu e muçulmana. Não querendo ficar sob a tutela da maioria hindu, os muçulmanos, sob a liderança de Mohammed Ali Jinnah, defenderam a solução de dois Estados, tornando-se o Paquistão uma república independente em 1947.

A história do país foi, desde então, acidentada, não só pela rivalidade e hostilidade com a Índia, como por uma agitada política interna, em que longos períodos de governos autoritários, militares e ditatoriais alternaram com tempos de democracia partidária; também em 1971, houve uma rebelião separatista no Paquistão Oriental que levou à separação desta parte do país criando o novo Estado do Bangladesh. A rebelião foi apoiada pela Índia, cujas tropas intervieram decisivamente contra as forças do Paquistão, que foram derrotadas rapidamente.

A geopolítica e a política externa do Paquistão foram sempre marcadas por esta rivalidade com o seu poderoso vizinho indiano. Isso reflectiu-se nas alianças do país com a China (rival e inimiga de Nova Deli) e com os Estados Unidos, que na Guerra Fria enfrentavam a URSS, aliada de Nova Dehli. A desconfiança, rivalidade e hostilidade com a Índia permanecem, sendo a questão de Caxemira, uma região montanhosa entre o Paquistão, a China e a Índia, outro ponto crítico de disputa. Caxemira em 1947 era governada por um marajá hindu - Sir Hari Singh - mas a maioria da população era muçulmana. O Paquistão ocupou as zonas norte e oeste de Cachemira e a Índia ocupou o sul, onde formou um Estado federado da União Indiana. Em 1960 os chineses ocuparam uma parte do leste de Caxemira, facto que a Índia nunca reconheceu. A Índia acusa o Paquistão de alimentar movimentos terroristas na zona sul de Caxemira e a questão de Cachemira mantém-se como um abcesso de fixação da inimizade entre os dois povos.

Também por estas razões, Islamabad tem sempre mantido importantes Forças Armadas, que frequentemente intervieram na política interna. Outro factor importante e poderoso do poder no país, são os Serviços de Inteligência e Segurança, ISI – Inter-Services Intelligence - um departamento de informação e segurança essencialmente militar, que teve e tem um papel decisivo na política regional, nomeadamente no tempo da guerra do Afeganistão contra os soviéticos, conflito-chave para a implosão da URSS. O Paquistão é, também, desde 1998 uma potência atómica, rivalizando com a Índia.

O Paquistão tem fronteiras terrestres com vários países da região: a oeste, com o Irão e o Afeganistão; a nordeste com a China; a leste com a Índia; a sul ao longo de mais de 1000 km com o Mar Arábico.

A população está dividida em diversas etnias, as mais importantes das quais são a Punjabi (48%), a Pashtun (15%) e a Sindi (14%). Os Pashtum, entretanto, têm forte presença nas Forças Armadas, o que lhe dá uma certa hegemonia e influência política.

 

 

A evolução e desenvolvimento económicos do Paquistão têm sido muito marcados e condicionados quer pela sua situação geográfica e a conflitualidade daí decorrente – com os vizinhos Afeganistão e Índia – quer na sua muito agitada situação interna, com longos períodos de governo militar: Ayub Khan (1958-1971), Zia-ul-Haq (1977-1987) e Pervez Musharraf (1999-2008), generais que foram também chefes de Estado. Constitucionalmente é uma República federal democrática, mas a sua agitada conflitualidade tem marcado muitas alterações. A principal foi, sem dúvida, a secessão do Bangladesh e a intervenção permanente no Afeganistão. Isto pode ver-se pela reforma e modificação das constituições – (1956, 1962, 1973, 1985 2003). E só uma vez, em 2013, houve sucessão de governos democráticos, por via democrática.

É importante ter este condicionamento político em conta para entender a economia do país: por exemplo, a permanente tensão com a Índia, significou que em 2020, o país gastou 10,4 biliões de U.S. Dólares com a Defesa, equivalente a 4% do PIB. Também, segundo as autoridades de Islamabad, o conflito do Afeganistão trouxe altíssimos custos para a economia do Paquistão, custos que somaram cerca de 150 mil milhões de Dólares. Como por toda a parte, a pandemia Covid 19 afectou gravemente a economia do país que, dentro do seu acordo com o FMI, experimentou em 2020-2021 uma inflacção galopante. O Paquistão tem como primeiro parceiro comercial e também seu aliado a República Popular da China, que é o principal fornecedor, seguido pelos Emirados Árabes Unidos.

As principais exportações do Paquistão vão para os Estados Unidos e depois para a China.

A economia do Paquistão é ainda uma economia em desenvolvimento, com um sector de serviços que representa 60% do PIB, seguido por um sector agrícola que alimenta as exportações: o Paquistão está entre os dez maiores produtores mundiais de trigo, arroz, algodão, cana de açúcar, mangas, produção que, no conjunto representam 7% do PIB. A criação de gado é também muito importante, representando 11% do PIB e 60% do valor do sector agrícola e empregando mais de 30 milhões de pessoas. Búfalos, bois, vacas, carneiros, cabras e ovelhas são as principais espécies abrangidas nesta categoria.

Apesar destes números, segundo a FAO - Food and Agriculture Organization – das Nações Unidas, o Paquistão regista altos níveis de insegurança alimentar, que atingem cerca de 40 milhões de pessoas e que se está a agravar com a crise da guerra político-militar e económica.

O sector industrial do Paquistão representa cerca de 28% do PIB; destes as manufacturas ocupam 17%. A mais importante indústria é a têxtil, incluindo vestuário que, por sua vez representa mais de metade das exportações do país e emprega perto de 20% dos trabalhadores.

Outras indústrias importantes são os cimentos, o aço, a indústria química e petroquímica, as produções de óleos vegetais, fertilizantes, açúcar, papel e tabaco e indústrias alimentares. A mineração e a construção civil, também representam importantes contributos para a economia do país.

 

 

O valor total do comércio de Portugal com o Paquistão anda pelos 170 milhões de Euros (valores de 2020); em 2020 Portugal importou do Paquistão 147.267.000 Euros e exportou para o Paquistão 23.407.000 Euros, ocupando o Paquistão o 39º lugar na escala dos países fornecedores de bens e mercadorias a Portugal e o 82º lugar nas exportações. As importações são nas categorias de “Fornecimentos industriais não especificados noutra categoria”, compostos essencialmente por produtos têxteis de algodão, vestuário, vegetais alimentares e bebidas. As exportações portuguesas para o Paquistão são máquinas, pedras preciosas e semipreciosas, pasta de papel e têxteis.

O saldo é negativo no valor para 2020 de 123.859 000 Euros.

 

 

De acordo com a análise do Banco Mundial a economia do Paquistão conseguiu uma boa recuperação pós-Covid-19, crescendo 5,6% em 2021. Para esta situação contribuíram, no segundo semestre de 2021, as remessas da emigração, ao mesmo tempo que se registaram boas produções de arroz e cana de açúcar. Mas por outro lado, há uma perigosa subida da inflacção.

O significativo déficit comercial - as importações cresceram o dobro das exportações em 2021, - foi compensado pelas remessas dos emigrantes que também tiveram um significativo aumento no período.

O crescimento esperado, segundo o Banco Mundial para este ano de 2022 e para os próximos anos de 2023 e 2024 é respectivamente de 4,3%, 4% e 4,2%. Há perspectivas positivas na agricultura para as produções de arroz e cana-de-açúcar, graças às boas previsões atmosféricas. Mas a produção de algodão, embora vá crescer vai ficar aquém das projecções governamentais. No sector industrial espera-se, também, um crescimento significativo, bem atestado pelo aumento da produção de cimento.

O sector terciário foi o mais afectado no ano transacto pelas repercussões da Covid 19 com confinamentos dos mercados, restaurantes e eventos, transportes públicos e escolas.

A vaga Omicron, persistente no primeiro trimestre de 2022, tem condicionado também muitas actividades, sobretudo comerciais e de transporte.

 

 

Nome oficial: República Islâmica do Paquistão
Localização geográfica: Península do Indostão, no sul do continente asiático. Faz fronteira com a Índia a leste, o Irão a sudoeste, o Afeganistão a oeste e, numa estreita faixa setentrional, a China, com saída para o mar Arábico, ao sul.
Capital: Islamabad
Extensão territorial: 796.095 km²
População: 229.488 995 habitantes
Densidade demográfica: 288.27 hab./km²
Governo: república federal parlamentarista
Divisão administrativa: quatro províncias, duas áreas administrativas, áreas tribais administradas pela Federação, e a capital, Islamabad.
Idioma: urdu e inglês (oficiais)
Religiões: islamismo: 96,4%; outras: 3,6%
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,557
Moeda: Rúpia paquistanesa (PKR)
Produto Interno Bruto (PIB): US$ 347,8 bilhões (FMI, 2020)
PIB per capita: US$ 1260 (FMI, 2020)

 

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