The chic contemporary furniture and lighting emerging from small, high-end Portuguese design brands has been an insider secret in the design industry for a year or so. Now a number of these creative young companies are surfacing from under the radar.
O alerta foi dado no “How to Spen It”, plataforma digital da revista com o mesmo nome pertencente ao prestigiado Financial Times, na sua edição de Março de 2014. De acordo com o artigo, o que unia as marcas portuguesas que então conquistavam o seu lugar no mercado internacional era a sua aposta na reinvenção de formas, materiais e técnicas tradicionais. Um compromisso que se traduzia em peças repletas de glamour, inovadoras, de design único, pensadas para marcar a diferença – algumas consideradas verdadeiras obras-de-arte.
Já então, certas marcas nacionais apostavam em mercados de gama alta, alimentadas por um número crescente de consumidores com elevado poder de compra, que pareciam privilegiar cada vez mais mobiliário não massificado, peças únicas, com um carácter, história e design muito próprios. Peças de vanguarda com ecos de tradição anunciavam uma estratégia de sucesso. Hoje, a realidade é ainda mais significativa, com mais de dois terços das produtoras de mobiliário nacional a exportarem para mais de uma centena e meia de países.
A indústria tem vindo a enfrentar uma reestruturação do seu tecido produtivo – ainda muito disperso e atomizado – e a evolução do rácio entre empresas produtoras e exportadoras revela alterações importantes que denunciam uma aposta muito clara na internacionalização. Em 2011 estavam registadas 5 252 empresas de mobiliário e destas 2 500 vendiam para o exterior. No último ano, este número passou para 3 187, num total de 4 466 empresas produtoras. Significa isto, que apesar do tecido produtivo ter diminuído 15%, o número de empresas exportadoras aumentou quase 27,5%, passando a representar 71,4% do universo considerado contra os 47% do início da década.
Dominado por micro-empresas de dimensão quase familiar – mais de 80% empregando menos de 10 trabalhadores entre designers, projectistas, engenheiros, arquitectos e artesãos – o sector tem, assim, vindo a reforçar o seu peso nas exportações nacionais, alargando a sua cota quase 25% nos últimos quatro anos, tendo atingindo aproximadamente 2,1% do total das exportações no final de 2016. Neste ano, cerca de 66% do que foi produzido no país – totalizando um volume de negócios de 1,6 milhões de euros – teve como destino os mercados internacionais, liderados pela França, a Espanha, os EUA, o Reino Unido e Angola. Rússia e Índia são outros mercados que têm despertado o interesse dos empresários portugueses, tal como Itália, Marrocos e países do Médio Oriente.
Com uma longa tradição em Portugal, o mobiliário nacional tem conseguido adaptar-se a ambientes mais sofisticados, afirmando-se pela modernidade da sua imagem e pela qualidade do seu design. Dinâmica e competitiva, a indústria tem assim conseguido responder aos desafios de um mercado cada vez mais globalizado.
Com crescente projecção internacional, o selo “made in Portugal” estende-se desde o mobiliário urbano, à concepção de ambientes, passando pela iluminação e decoração de interiores, apresentando traços de artesanato contemporâneo de luxo – variando entre peças mais clássicas (mas versáteis) e as designadas “peças de autor” – não raras vezes ditando novas tendências decorativas. Hotéis de luxo, museus internacionalmente reconhecidos e até mesmo a indústria cinematográfica norte-americana contam-se entre alguns dos clientes de várias empresas portuguesas que fazem do design o fio condutor de toda a sua actividade.
A oferta nacional estende-se ainda a áreas mais técnicas como a médico-hospitalar ou até linhas de montagem em unidades fabris. O mobiliário escolar é outro dos nichos que também tem tido algum acolhimento em mercados internacionais. Os materiais usados são reconhecidos como sendo de elevada qualidade, conseguindo, ainda assim, manter uma relação qualidade-preço muito competitiva, o que também ajuda à diferenciação dos produtos nacionais entre os principais produtores a nível mundial.
São por isso várias as razões para comprar a Portugal. As nossas empresas possuem uma oferta de qualidade, variedade de estilos que se adaptam a diferentes nichos de consumidores – desde mobiliário de estilo clássico, onde são fulcrais factores como a grande experiência e know-how transmitidos de geração em geração, a peças mais vanguardistas – incorporando muitas vezes tecnologia de ponta, desde a concepção do produto, ao processo de produção e controlo de qualidade.
Paris, Londres, Tóquio ou Nova Iorque têm sido os barómetros do sucesso da internacionalização do mobiliário português. Mas muito há ainda por explorar noutras geografias e metrópoles que, uma vez conhecendo as vantagens de comprar português, poderão vir a escolher criadores e criações nacionais para modernizar os seus espaços. A aposta deverá por isso continuar a ser feita na qualidade, na diferenciação e na projecção internacional do país enquanto excelente fornecedor de soluções de decoração de interiores.