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Estamos a terminar 2022 e as notícias e estimativas que vamos recebendo para o próximo ano parecem tudo menos positivas. Inflação alta, custos energéticos em níveis históricos, tensões bélicas de grande proporção, custos de transporte que continuam elevados, mão de obra escassa, entre outras barreiras que condicionam uma maior competitividade das empresas portuguesas no mercado global. Não apenas nós, mas o mundo todo, parece estar cada vez mais apreensivo e com falta de confiança no futuro que se avizinha.

No entanto, a verdade é que, apesar destas notas menos positivas, o desenvolvimento económico mundial nunca deixou de acontecer, com maior ou menor intensidade. Relembro que, num período de crise pandémica global, as perspetivas económicas de várias instituições de relevo mundiais para 2020 e 2021 ficaram muito aquém da realidade, sendo que a economia mundial cresceu neste último ano ao maior ritmo dos últimos 50 anos, segundo a UNCTAD.

Nesse mesmo sentido, 2022 será lembrado como um ano extraordinário para as exportações de bens e serviços portugueses. No que respeita ao peso que as exportações têm no Produto Interno Bruto Português, estamos muito perto de atingir o valor de 50%, algo que depois de passarmos por uma pandemia ninguém assumiria como possível de alcançar em tão curto espaço de tempo.

Setores como a Metalomecânica, o Têxtil e o Calçado, Mobiliário, TIC, Alimentar e Agroindústria, Pedras e Mármores, Vinhos e naturalmente o Turismo (entre outros), contribuíram e muito para que as exportações portuguesas tivessem a prestação que se vem refletindo ao longo deste ano, com números recorde nunca conseguidos anteriormente. E estou convicto que isto aconteceu, em grande parte, pela capacidade de resiliência, visão e investimento feito em 2020 e 2021 por parte de muitos dos nossos empresários destes diferentes setores.

Os cenários macroeconómicos mais negativos poderão, de forma legitima, afetar as perspetivas de crescimento e investimento por parte de algumas empresas, receosas do que o próximo ano possa significar em termos de encomendas e aumento do volume de negócios. Por outro lado, também é verdade que, aqueles que puderem e decidirem continuar a investir, ganharão mais terreno na luta por um lugar nos mercados internacionais, repletos de empresas de todo o mundo a quererem vender produtos e serviços semelhantes aos das nossas empresas.

A Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) tem falado com inúmeras empresas portuguesas exportadoras de diferentes setores, dimensões e distribuição geográfica, as quais na sua grande maioria expressam a vontade de continuar a investir em 2023 em ações que lhes vão permitir alavancar os seus negócios de uma forma mais rápida, mais fiável e com maior probabilidade de sucesso. E, acima de tudo, crentes de que, assim, 2024 e 2025 começam a ser construídos com uma base mais sólida e planeada.

Neste sentido preparámos um plano de ações internacionais para 2023 que contempla um conjunto de iniciativas em mais de 50 mercados, em geografias tão diversas como as Filipinas, o México, a Nigéria, o Canadá, a Arábia Saudita, entre muitas outras. Estas ações têm como foco colocar as empresas exportadoras portuguesas frente a frente com potenciais importadores, distribuidores, agentes, fornecedores e/ou clientes finais, de forma que possam aumentar os seus negócios a nível internacional com maior fiabilidade e critério, conforme atestam as várias empresas que apoiámos nestes últimos anos.

Aliado a este plano, a CCIP continua a liderar e a crescer nos serviços de documentação internacional. Os Certificados de Origem e os Carnets ATA têm-se revelado essenciais para as empresas que pretendam exportar bens para a maior parte dos países fora da União Europeia. Em 2022 assistimos a uma cada vez maior digitalização destes processos, sendo que 2023 será um ano-chave para a transição digital neste tipo de serviços.

Estamos conscientes das dificuldades que todos iremos enfrentar mas, simultaneamente, certos de que a resiliência, capacidade de inovação e visão das nossas empresas exportadoras farão toda a diferença, para melhor, em 2023!

Pedro Magalhães
Diretor de Comércio Internacional da CCIP

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