Enquadramento económico
Ao fazer-se uma análise da economia britânica, um Estado-membro da União Europeia, importa ter presente que esta não está integrada na União Económica e Monetária, tendo uma divisa própria, a libra, que se tem mantido forte e estável.
Esta especificidade britânica no conjunto europeu não obstou a que a agência de rating Standard & Poors tivesse recentemente atribuído a classificação AAA, a máxima, ao país. No entanto, avisa também que uma eventual saída do Reino Unido da UE não deixará de afectar a sua economia, que continua muito dependente do relacionamento com os outros Estados-membros.
O momento é, de facto, marcado pelo optimismo entre os cidadãos, o que tem levado a um maior volume de negócios (o investimento cresceu 2,7% no primeiro trimestre do ano) e a uma maior confiança dos consumidores e, consequentemente, a um aumento do consumo. É uma situação que, no entanto, poderá vir a ser alterada face à anunciada subida das taxas de juro na segunda metade do próximo ano.
A economia britânica está muito orientada para os serviços e para o consumo, sendo o segundo maior centro financeiro do mundo, embora tenha deixado de ser a potência industrial que fazia dela a “fábrica do mundo”. Os resultados da produção industrial, ainda que tenham agora exibido números positivos, continuam a estar bastante abaixo do que eram antes da crise. O mesmo não acontece com as receitas do turismo, que em 2013 bateram todos os recordes e que em 2014 se prevê que sejam ainda melhores.
O Reino Unido apresenta alguns problemas económicos que urge resolver dadas as suas implicações a nível social. Em primeiro lugar, o facto, já referido, de se estar a verificar um crescente distanciamento entre os recursos dos mais pobres e dos mais ricos, o que está a criar problemas sociais graves, com o aumento da pobreza e do ressentimento social. Por outro lado, o crescimento económico está a basear-se muito no desenvolvimento da região de Londres e do sudeste, que desde a crise tem crescido a um ritmo duas vezes superior ao do resto do país. Cidades tão importantes no passado como Birmingham, Manchester ou Leeds não conseguem competir pela atração de investimentos com a todo-poderosa Londres. Aliás, o Reino Unido é já apontado por alguns analistas como sendo a economia, de entre todos os países mais industrializados, com uma maior dependência de uma única área urbana.
Dito isto, importa lembrar que o crescimento do PIB britânico tem-se verificado a um ritmo duas vezes superior aos dos países da zona Euro, sendo que, de acordo com as previsões do FMI, essa tendência deverá continuar a verificar-se até 2018. Este facto está na base das recentes análises que apontam para que a economia britânica se torne na segunda economia europeia nos anos mais próximos, ultrapassando assim a França e ficando logo a seguir à Alemanha.
Este dinamismo pode-se explicar de muitas formas, mas como afirma um relatório da consultora PricewaterhouseCoopers, terá a ver com a mão-de-obra jovem, baseada numa taxa de natalidade elevada e numa política de imigração de jovens bem preparados, assim como num mercado laboral muito flexível.
Os principais produtos exportados em 2013 foram a joalharia e ourivesaria (18%), as máquinas e equipamentos mecânicos (13%), os combustíveis e óleos minerais (11,6%), os automóveis e outros veículos terrestres (9,2%) e os produtos farmacêuticos (6%). Relativamente às importações, são de referir os combustíveis e óleos minerais (13,4%), as máquinas e equipamentos mecânicos (12,9%), os automóveis e outros veículos terrestres (10%), as máquinas e aparelhos eléctricos (9%) e a joalharia e ourivesaria (5,7%) – ITC-International Trade Centre/UNComtrade.
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