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O Reino Unido continuará a ser, em 2014, a economia que cresce mais rapidamente na Europa e no G-7, o que demostra bem a forma como os britânicos estão a ultrapassar a crise. As previsões apontam, aliás, para um regresso da economia britânica aos níveis pré-crise, com um crescimento que poderá ultrapassar os 3% este ano e que, em 2015, estará perto dos 2,5% (FMI – World Economic Outlook).
As razões desta recuperação estão, por um lado, nos bons resultados do sistema bancário e, por outro, num aumento da produção industrial e das exportações. O crescimento no primeiro trimestre do ano foi de 0,8% e verificou-se de forma equilibrada com um aumento de 0,9% no sector dos serviços, 0,8% na indústria e 0,3% na construção, embora a agricultura tenha caído 0,7%. A economia desenvolve-se, desta forma, já não apenas com base no aumento do consumo das famílias, que é uma realidade, mas também apoiada num maior investimento por parte das empresas.
Paralelamente, a inflação deverá manter-se próxima dos 2,1% e o desemprego continuará a descer para valores abaixo dos 7%, embora seja de referir que existe uma grande e preocupante taxa de desemprego jovem.
Apesar deste momento de relativa euforia, dada esta súbita recuperação, nem tudo são boas notícias no que se refere à economia britânica, pois existem também alguns aspectos que preocupam o governo britânico e que urge corrigir. Antes de mais, os riscos relacionados com o continuado aumento do preço da habitação, que ameaça formar uma bolha de consequências imprevisíveis. O Banco de Inglaterra veio também alertar para o facto da actual taxa de crescimento não ser sustentável, pelo que opta por manter a taxa de juro no mínimo histórico de 0,5% durante mais um ano. Por outro lado, há problemas sociais que exigem atenção, sendo de referir o crescimento exponencial da diferença de recursos entre pobres e ricos. Com efeito, tem havido um grande aumento do número de milionários na capital britânica, mas, paralelamente, aparece um crescente número de pessoas em dificuldades. Finalmente, alguns analistas como a Goldman Sachs avisam que a alta valorização da libra poderá vir a afectar as exportações.
Estes últimos indicadores menos favoráveis não afectam, contudo, a perspectiva muito positiva do desenvolvimento da economia britânica e que se traduz em posições cimeiras em estatísticas da OIT (Organização Internacional do Trabalho), como o 8º lugar no comércio mundial de bens no que se refere a exportações e na 6ª posição em matéria de importações. Está também em 10º lugar no Doing Business Report 2014 e em igual posição no Global Competitiveness Index 2013-2014. Já a Heritage Foundation, de Washington, classifica-a como a 14ª economia mais livre a nível mundial. A Cosec atribui-lhe o nível de risco 1 (o mais baixo).
A nível político, o ano de 2014 será marcado por alguns acontecimentos importantes, como o planeado referendo sobre a independência da Escócia (onde as mais recentes sondagens prevêem uma vitória do “não”) e os desenvolvimentos no relacionamento com a União Europeia. Neste último campo, existe uma grande pressão do Primeiro-Ministro David Cameron no sentido de uma renegociação das condições da presença britânica na UE, tendo agora optado por nomear Philip Hammond, um conhecido eurocéptico, para o importante cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros. Em 2015 haverá também eleições legislativas, o que poderá afectar as decisões a nível económico, embora todos os analistas continuem a aconselhar uma aposta na continuação das medidas de austeridade e de controlo dos gastos do Estado.
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