Num contexto em que a afirmação económica do Pacífico é liderada por gigantes como a R.P. da China e o Japão - 2ª e 3ª economias mundiais, respectivamente - a República da Coreia (Coreia do Sul) tende muitas vezes a passar despercebida entre as economias asiáticas, principalmente numa altura em que muito se fala, e não sem razão, de mercados como a Indonésia, Mianmar, Filipinas, Vietname ou até mesmo o Bangladesh, pelas elevadas taxas de crescimento que têm vindo a apresentar desde o início da década: das mais altas taxas em todo o mundo.
Mas o investidor e o empresário mais atento conhecem o outro lado da realidade e não deixam de colocar a Coreia do Sul no centro das suas estratégias de investimento e internacionalização. Com um PIB estimado em 1.619,4 mil milhões de euros (2018), a Coreia do Sul é hoje a 11ª maior economia do mundo e, mais significativo ainda, a 3ª maior em toda a região do Pacífico, chegando mesmo a ultrapassar a Austrália, posicionando-se, ainda, como o 6º maior exportador e o 8º maior importador a nível mundial (2017).
Longe da realidade que a caracterizou no passado, a Coreia do Sul é um caso notável, de um país que conseguiu transformar-se economicamente, passando, num espaço de poucas décadas, de uma economia agrícola, subdesenvolvida e de subsistência para uma das mais importantes, mais ricas, mais estáveis e mais competitivas economias da região, ocupando lugares cimeiros nos mais relevantes rankings mundiais em matéria de ambiente de negócios, investimento, competitividade e inovação.
Apresentando, na década de 60, alguns indicadores macro-económicos que a aproximavam dos países mais pobres do mundo, a Coreia do Sul começou por apostar no desenvolvimento do seu tecido industrial - focando-se em indústrias pesadas como a química, a petroquímica, a construção naval, a siderurgia e a mecânica pesada - e, mais tarde, no desenvolvimento dos serviços, com uma forte aposta nos sectores da alta tecnologia, nomeadamente nos domínicos da informática, computação, electrónica e telecomunicações, e que hoje marcam a face da Coreia do Sul, considerada um dos países mais modernos e tecnologicamente mais avançados do mundo. Uma estratégia sempre orientada para o crescimento, para a abertura da sua economia, e especialmente para as exportações, visando uma crescente integração nos circuitos do comércio mundial.
O sucesso do modelo escolhido reflectiu-se num verdadeiro “milagre sul-coreano”, traduzido num crescimento económico muito significativo. Durante a década de 80 o país cresceu a uma média muito próxima dos 10%, em torno dos 7% na década seguinte, tornando-se paulatinamente um dos major players e centro financeiro e de negócios de referência da região.
Fruto desta enorme transformação, a Coreia do Sul integra hoje o restrito grupo de economias cujo PIB ultrapassa a barreia dos triliões de USD. E ainda que o ritmo de crescimento tenha abrandado nos anos mais recentes, a economia sul-coreana continua a apresentar um carácter sólido, crescendo em torno do 3% nos últimos cinco anos, tendência que se espera manter nos próximos cinco. Baixos níveis de desemprego, com taxas que há mais de uma década se mantém abaixo dos 4%, uma inflação controlada e que nos últimos 5 anos rondou uma média de 1,27% e recursos humanos altamente qualificados são outros dos trunfos deste mercado.
FACT BOX - COREIA DO SUL
Localização geográfica: Ásia Oriental ou do Leste, país mais a sul da Península Coreana, fazendo fronteira com a Coreia do Norte (a Norte), banhado pelo Mar do Japão (a Este) e pelo Mar Amarelo (a Oeste)
Capital: Seul
Território: 96.920 Km2 (área terrestre)
População: 51,418 milhões (WFB, CIA est. 2018)
Língua: Coreano (oficial)
Moeda: Won sul-coreano (KRW)
Ranking Doing Business Report 2019: 5/190 (- 1 posição)
Global Competitiveness Index 2017/2018: 26/137 (sem alteração)
Index of Economic Freedom-Heritage 2019: 29/180 (- 1,5 pontos)
PIB taxa de crescimento real: 2,6% (est. 2019, FMI)