Angola: Enquadramento Económico

Angola é, como mencionado, conhecida sobretudo pela sua qualidade de grande produtora de petróleo, sendo actualmente o segundo maior produtor africano, logo a seguir à Nigéria. Para isso muito contribuiu a grande expansão nas técnicas de perfuração em águas profundas, que vieram aumentar em grande escala a capacidade de produção angolana, nomeadamente nos anos de 2002 a 2008. Depois de alguma quebra nos últimos anos, espera-se uma retoma em 2014 impulsionada pela concessão de novas áreas de exploração com bastante potencial, que deverão começar a dar os seus frutos a partir de 2015.


Este aumento da produção pretendido pelas autoridades angolanas deverá atingir, segundo fontes da Sonangol, os dois milhões de barris por dia no próximo ano, com tendência para manter esse nível de produção por um período de cinco anos. Alguns analistas consideram, contudo, que estas projecções podem pecar por optimismo.


Esta melhoria dos resultados da exploração petrolífera assenta também no lançamento de algumas reformas institucionais, com destaque para a nova lei cambial que visa promover a “desdolarização” da economia, incentivando a realização de pagamentos na moeda nacional, o kwanza. Financiado por verbas oriundas das explorações de petróleo, foi também criado o Fundo Soberano de Angola (FSDEA), que promoverá o desenvolvimento das infraestruturas (não apenas petrolíferas) necessárias à modernização do país.


Em 2013, as exportações de petróleo, que representaram 40% do PIB (FMI), tiveram como principais destino a China (51%), os EUA (14%) e a Índia (12%).


A economia angolana não é, contudo, composta apenas por petróleo. A verdade é que começam a aparecer novas áreas que vêm dar um novo dinamismo à economia. As previsões para 2014 apontam, aliás, para um crescimento de 6,4% para o sector não petrolífero (contra 3% para o sector petrolífero). A agricultura, nomeadamente, prevê aumentar as suas receitas em cerca de 8,6%.


Como já referido, têm vindo a ser feitos investimentos avultados em infraestruturas, visando aumentar o acesso da população a bens básicos como a electricidade, água e transporte. O FMI dá notícia deste esforço ao afirmar a existência de uma “melhoria contínua do défice primário não petrolífero”, mas alerta também para a necessidade de estancar o “aumento permanente” dos gastos do governo, até porque se prevê que haja uma diminuição da produção petrolífera a partir de 2017.


Embora o governo angolano tenha apresentado previsões de crescimento para este ano na ordem dos 8,8%, o FMI veio agora rever esses números em baixa, ao publicar as suas projecções que vão no sentido de uma taxa de crescimento de 5,3%. Contudo, consideram que, atendendo ao crescimento contínuo do sector não petrolífero, Angola poderá a médio prazo estar a crescer cerca de 7% ao ano, muito embora tenha de controlar o défice orçamental e apostar na formação profissional. A inflação caiu em Abril para um mínimo histórico de 7,22%.


Mas, apesar deste crescimento com taxas francamente positivas, a economia angolana ainda apresenta alguns problemas estruturais que levam a que o país ocupe o 172º lugar (entre 185 países) no Doing Business Report 2014 e que a Cosec lhe atribua um risco de crédito de nível 5 (entre 7).

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