Ao contrário da maioria dos sectores empresariais e da população na Europa e nos Estados Unidos as grandes companhias petrolíferas – como a Exxon-Mobil, Chevron, BP, Shell, TotalEnergies - apresentaram para os três primeiros trimestres de 2022, lucros que ultrapassaram os 150 mil milhões de Dólares.
Olhando um mapa comparado destes ganhos entre os períodos de Janeiro-Setembro de 2021 e Janeiro-Setembro de 2022, o crescimento dos lucros foi extraordinário:
Assim, a Shell passou de cerca de 12,8 mil milhões de U. S. Dólares, para 30,1 mil milhões; outra inglesa, a BP, passou de 6,7 mil milhões, para 20,7; a americana Exxon-Mobil passou de 14,3 mil milhões, para 42,7; a Chevron de 10,7 para 27,3; a TotalEnergies, francesa, de 11,3 para 28,7; a ConocoPhillips, de 5 mil milhões, para 13,8; e, finalmente, segundo o Guardian, a italiana ENI, subiu de 2,6 mil milhões para 10,3.
Estes resultados, se animaram as Bolsas de Valores no sector, podem ser chocantes para a opinião pública, perante a comparação entre os ganhos do sector petrolífero e a situação de milhões de famílias europeias e americanas, obrigadas a suportar o frio e a inflacção. E, por enquanto, não parece que o imposto extraordinário sobre os lucros, aplicado, por exemplo, pelo Governo inglês vá muita situação.
Outra das razões deste choque tem a ver com a quebra dos investimentos destas companhias em novos projectos. Para conseguir novos investimentos nas explorações do Mar do Norte, o primeiro-ministro inglês, Rishi Sunak promete uma isenção fiscal de 91 libras, por cada 100 libras investidas nas explorações do Mar do Norte.
Os grandes lucros das “Seven Sisters” e suas descendentes podem ter um efeito negativo na percepção do sector pela opinião pública, já que na América a inflacção está a bater forte; dois terços dos americanos confessam que mudaram os seus hábitos e estilos de vida e que andam menos de automóvel.
Os preços do gás natural também subiram em flecha. A Exxon está a preparar-se para aumentar as exportações de LNG para a Europa expandindo o seu terminal em Port Arthur, Texas, causando alarme entre os residentes da zona, que receiam desastres derivados de alterações climáticas.
Endossando esta reprovação, Joe Biden, no seu discurso sobre o estado da União de Terça-Feira, 8 de Fevereiro, repetiu que as mudanças climáticas eram uma “ameaça existencial” e que, à luz a situação da população os ganhos das petrolíferas eram “ultrajantes”.

