o-que-queremos-2021

Os governos de todo o mundo continuam a ter nas suas mãos uma enorme tarefa: proteger a saúde dos seus cidadãos enquanto tentam limitar o impacto económico do coronavírus. No entanto, o principal problema é que muitas das tentativas de estímulo ao (re)início das atividades e ao retorno à vida pré-pandémica, têm levado ao aumento do número de casos, o que por sua vez tem colocado um travão no crescimento económico. É um círculo vicioso que, em última análise, parece significar que as economias estão condenadas se o fizerem e condenadas se não o fizerem.

O Banco Mundial prevê que a economia global terá uma contração de 5,2% em 2020, a contração mais acentuada em oito décadas. O Financial Times relata que a União Europeia enfrenta “uma recessão histórica”, com uma queda do PIB de 12,1% em toda a Zona Euro. Em Portugal, os números avançados recentemente pelo Banco de Portugal apontam para uma recessão à volta dos 8,1%, com uma queda das exportações de 19,5% e das importações em 12,4%.

Existe uma probabilidade muito grande de que o mundo em geral possa continuar numa posição económica precária até que se encontre uma vacina, que esta seja aprovada e amplamente distribuída pelo globo. Até lá, os países continuarão muito provavelmente a tentar o exercício de equilíbrio entre abrir as suas economias o máximo possível, enquanto controlam a propagação do vírus e esperam pelo fim da pandemia.

Enquanto isto vai acontecendo, as empresas exportadoras que não investirem, que não se adaptarem e inovarem rapidamente, não podem esperar mais do que uma atividade económica mais limitada e marcada por uma constante volatilidade.

A Câmara de Comércio tem falado com inúmeras empresas Portuguesas exportadoras de diferentes setores, dimensões e distribuição geográfica e, na sua grande maioria e retirando as empresas ligadas ao setor do Turismo, tem recebido um feedback otimista em relação ao que será 2021, para o desenvolvimento das suas atividades internacionais. Estou certo de que o estudo Insight, que a Câmara de Comércio lançará ainda este ano, transmitirá alguma desta sensibilidade. Ao mesmo tempo, os resultados preliminares do Estudo Económico Europeu que a Câmara de Comércio apresentará em meados de Novembro deste ano, são também muito otimistas, revelando a maioria das mais de 300 empresas inquiridas, que esperam um ano 2021 com resultados positivos para as suas atividades económicas.

Em linha com este sentimento otimista que recebemos por parte das empresas exportadoras, a Câmara de Comércio está a crescer significativamente no que concerne aos serviços de comércio internacional, nomeadamente na emissão de Certificados de Origem, de Carnets ATA, da preparação de agendas individuais de contactos de qualidade a nível internacional e nas missões virtuais a mercados externos. Os passados meses de Setembro e de Outubro trouxeram consigo uma procura dos nossos serviços acima do nível do período pré-covid, o que faz com que todos aspiremos a que a retoma tão desejada se reflita nas vidas das empresas com a maior celeridade possível.

Sabemos que não iremos voltar ao mesmo lugar onde nos encontrávamos no final de 2019, e que fazer qualquer tipo de previsão durante este período é muito arriscada, mas tendo em conta este cenário, ao dia de hoje, 2021 tem tudo para ser um ano com melhores resultados do que aqueles que estamos a ter em 2020!

 

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Pedro Magalhães

Diretor de Comércio Internacional da CCIP

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