O Chile insere-se numa região bastante heterogénea em termos económicos, financeiros, níveis de produtividade, competitividade, etc. E no actual quadro regional o Chile destaca-se. O país surge no Global Competitiveness Report 2015-2016 do WEF, como a mais competitiva das economias sul americanas (35º lugar em 140). Já no ranking de ambiente de negócios elaborado pelo Economist Intelligence Unit, o Chile encontra-se entre as 13 economias mais atractivas do mundo para se fazer negócios no horizonte 2014-2018, liderando, também aqui, a região latino-americana. Também o Banco Mundial considera o Chile como o país mais “business frindly” de toda a América do Sul, ocupando o 48ºlugar, em 189, no seu ranking do Doing Business Report 2016.
Segundo o World Investment Report 2015 da UNCTAD, o Chile é o segundo maior receptor de IDE no continente sul-americano – 23 mil milhões de USD em 2014 – ultrapassado apenas pelo Brasil. Aliás, numa altura em que, à excepção dos centros financeiros offshore, os fluxos de investimento para a América Latina e região das Caraíbas diminuíram 14% em 2014 – com os fluxos de IDE para o México, Venezuela, Argentina, Colômbia e Peru a registarem uma forte quebra – os fluxos de investimento para o Chile continuaram a aumentar.
Uma outra nota positiva resulta da inclusão do Chile pela COSEC no grupo 0, o que significa que na classificação risco-país da OCDE não é aplicável ao Chile o sistema de prémios mínimos.
Todas estas excelentes qualificações são, assim, na medida em que o país tem conseguido manter um ambiente de negócios atractivo e dinâmico para os investidores, em resultado da sua estabilidade política e económica, abertura comercial e projecções de crescimento – mesmo que não muito significativo, constante e sustentável.
Em 2015 o Chile conseguiu manter-se como a 4ª maior economia da região com um PIB estimado em pouco mais de 240 mil milhões de USD, o que consubstancia um ligeiro crescimento - na ordem dos 2% – face ao ano anterior, em que a economia crescera apenas 1,9%.
Isto depois de em anos anteriores ter registado taxas de crescimento muito perto dos 6%. Apesar da recente desaceleração o cenário é optimista. O ano 2015 foi já um ano de retoma esperando-se a sua progressiva consolidação até 2020.
A inflação cresceu nos dois últimos anos mas a tendência será para descer já em 2016 devendo manter-se nos 3% nos anos seguintes. As taxas de desemprego têm sido mais altas rondando os 7% desde 2010, e nesta tendência o FMI tende a concordar com o Banco Central do Chile. Mas tratando-se dos últimos anos, o Banco chileno apresenta valores ligeiramente inferiores (6,4% em 2014 e 5,8% em Dezembro de 2015) aos estimados pelo Fundo que continua a situar os níveis de desemprego à volta dos 7%.
Para além do desemprego, existem outros problemas a resolver. Leis laborais muito restritivas, mão-de-obra com uma formação, se não insuficiente, pelo menos inadequada às necessidades de trabalho, alguma burocracia e baixa capacidade de inovação, são outros factores problemáticos para se fazer negócios no Chile.
Sendo uma economia largamente baseada nos serviços (51,9% do PIB) o país necessita de desenvolver outros sectores que estão bastante aquém do seu verdadeiro potencial económico, desde logo o sector industrial. Sendo já o segundo grande pilar da economia chilena (21% do PIB), a indústria tem ainda muito por onde se desenvolver, especialmente a indústria mineira. Energia eléctrica (2,9%), restauração (1,8%) e o conjunto do sector da agro-pecuária, silvicultura e pesca (1,9%) são outros exemplos de nichos sub-explorados com enorme potencial de crescimento.

