México

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México, a 2ª maior economia da América Latina e a 15ª do mundo!

Neste artigo tem acesso a informação diversificada sobre o mercado Mexicano que lhe permitem ter uma visão geral sobre esta geografia e conhecer as relações que tem mantido com Portugal.

 

 

Em 2019, mais de 28% do PIB mundial foi produzido na América do Norte. Naturalmente que a sua maior parte (24,7%) foi da responsabilidade dos EUA que, também por isso, tendem a ser foco da maioria dos investidores que operam nesta geografia. Mas o México, durante largas décadas o vizinho esquecido do gigante norte-americano, tem vindo a destacar-se como potencia económica e comercial na região.

 

Com um PIB superior a 1 258 mil milhões de dólares em 2019, o país afirmou-se como a 15ª maior economia do mundo, a 2ª maior da América Latina (apenas ultrapassada pelo Brasil) e a 11ª em termos de paridade do poder de compra.

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A sua riqueza em matérias-primas, permitindo-lhe afirmar-se como grande produtor de petróleo, gás natural e minérios estratégicos, a sua transformação numa das maiores plataformas da indústria mundial – automóvel (6º maior produtor mundial), farmacêutica, energética, de equipamentos tecnológicos (destacando-se do sectores das telecomunicações, informática e equipamentos e dispositivos eletrónicos) a par de uma miríade de sectores da transformação – e uma capacidade crescente de atração de investimento estrangeiro, são alguns dos fatores que contribuíram para que hoje o México esteja entre os gigantes da economia mundial, integrando o restrito clube de economias avaliadas na casa dos triliões de USD.

Também em 2019, um total de quase 472 273 mil milhões de USD em exportações fizeram do México o 10º maior fornecedor mundial, e as suas compras ao exterior em mais de 467 293 mil milhões de USD colocaram-no no 12º lugar entre os maiores importadores.

 

O país está indubitavelmente entre os grandes do comércio (11º), respondendo por 2,5% das trocas em todo o mundo.

 

A par dos fatores anteriormente referidos, e que estão na base do desenvolvimento económico país, o posicionamento estratégico do México, ligando o Norte ao Sul do continente Americano, e neste contexto a sua pertença simultânea ao recentemente reformulado North America Free Trade Agreement (NAFTA) – ao lado dos EUA e do Canadá – e à Asociación Latinoamericana de Integration (ALADI), a que acresce uma vasta rede de acordos comerciais com mais de 50 parceiros espalhados por três continentes, são outros fatores de peso que ajudaram à afirmação do México também quadro do comércio internacional.

De não menos importância é a dimensão deste mercado, o 11º maior do mundo em termos populacionais e onde uma predomina uma população marcadamente jovem. São mais de 127 milhões de consumidores, dos quais cerca de 40 milhões (sensivelmente quatro vezes mais do que o mercado interno português) pertencem à classe média, média-alta e alta. De notar que no final de 2018, o consumo privado representava cerva de 2/3 do PIB e aproximadamente 46% da procurara agregada do país.

Embora uma performance menos positiva ao longo dos anos mais recentes, o México continua a apresentar o 2º melhor ambiente de negócios em toda a América latina, onde é ultrapassado apenas pelo Chile.

O desempenho económico do país tem sido modesto, com uma taxa média de crescimento que não chegou aos 3% ao longo da última década. Mais ainda, os números evidenciam uma tendência de abrandamento desde 2015, e depois de revisões (já) em baixa quanto às previsões para 2019, que apontavam para um crescimento de apenas 0,4%, o último ano acabou por encerrar com uma taxa de crescimento negativa de -0,1%.

 

A meses de terminar o ano de 2020, as projeções apontam para uma contração de -6,6%, denotando o forte impacto que a crise pandémica tem tido num dos países por ela mais afetados em todo o mundo. Ainda assim, o Outlook traçado para o país pelos organismos especializados é positivo, esperando-se uma retoma já em 2021 na ordem dos 3%.

 

 

As grandes linhas estratégicas que vêm sendo seguidas pelo México ao longo das duas últimas décadas estão na base da afirmação do país entre as potências mundiais, ao permitir:

  • uma crescente abertura da economia mexicana ao exterior;
  • o seu desenvolvimento e modernização;
  • a sua transformação para uma economia cada vez mais industrializada - mas onde os serviços foram igualmente desenvolvidos, sendo atualmente responsáveis por mais de 64% do PIB -, com uma componente fortemente orientada para as exportações;
  • uma crescente diversificação da estrutura produtiva do país;
  • o desenvolvimento do sector privado;
  • e a atração de fluxos crescentes de investimento estrangeiro, hoje liderado pelos EUA, Espanha, Alemanha e Canadá.

 

Um quadro altamente encorajador, ainda mais impulsionado pela mão do ex-presidente Enrique Peña Nieto, a partir de 2012. Sob sua liderança, foram postas em curso mais de uma dezena de reformas estruturais - olhando quer o sector público (simplificação da máquina burocrática alterações ao regime fiscal e tributário etc.), quer o privado - orientadas para mais crescimento, mais iniciativa privada, mais competitividade, e transformando áreas de negócio desde a energia, às telecomunicações, educação, saúde, infraestruturas, turismo etc. As oportunidades multiplicaram-se para empresas estrangeiras, ainda mais encorajadas por uma gradual melhoria da legislação relativa ao investimento estrangeiro, que se foi tornando cada vez mais atrativa.

Mas a estabilidade de políticas é um fator crucial na avaliação do risco/país, influenciando sobremaneira as perspetivas de investimento por parte dos agentes internacionais. No México, o último ano ficou marcado por uma viragem política e económica que não deixa de causar apreensão para quem já está presente ou pretende entrar neste mercado.

Andres-Lopez-ObradorVencedor por uma larguíssima margem das eleições de 2018 (jul.), uma vez tomado posse (dez.), o novo presidente, Andrés López Obrador, trouxe consigo uma agenda de mudança e ruptura com o seu antecessor. No quadro estritamente económico, os resultados fizeram-se rapidamente notar: a desaceleração do PIB acentuou-se no período subsequente às eleições, refletindo um menor nível de confiança dos investidores, principalmente num contexto de incerteza quanto às políticas a seguir pelo novo Executivo. Ao longo de 2019, a nova agenda económica tornou-se ainda mais clara. Foram cancelados contratos, interrompidos projetos de infraestruturas (já em fase de execução), suspensas joint-ventures - nomeadamente com a gigante estatal de petróleo, PEMEX, rompendo com uma das bandeiras da reforma do sector da energia protagonizada pela anterior equipa governativa -, e revertidas muitas outras reformas em várias outras áreas de forte impacto socioeconómico. Os fluxos de investimento privado registaram uma quebra significativa nos primeiros trimestres do ano, reduzindo o potencial de crescimento do país, e a insegurança domina o ambiente de negócios.

A par da incerteza de políticas, haverá outros elementos de análise a considerar. A repentina renúncia (Jul.2019) do Ministro das Finanças, fez soar alarmes perante a evidência de agravamento de disputas políticas internas, com repercussões negativas no quadro macroeconómico do país, nomeadamente a desvalorização a moeda mexicana e a quebra dos títulos soberanos do país. O risco político agravou-se e deve ser considerado.

A luta anticorrupção parece ter ganho, porém, um novo ânimo, com emendas constitucionais com vista a tornar mais eficaz este objetivo transversal a todos os governos. Ainda assim, esta permanece uma das grandes vulnerabilidades do país, com reflexos diretos no ambiente de negócios, assim como a insegurança causada pela ação das redes de crime organizado, desde logo associadas ao narcotráfico – fenómeno que, embora não afete diretamente as empresas que exportam para o país, permanece um fator de insegurança e instabilidade.

A persistência de alguns monopólios empresariais, níveis de pobreza ainda elevados, incertezas quanto ao futuro das relações comerciais com os EUA – economia em relação à qual o México está particularmente exposto - são outros fatores de risco a ter em consideração na análise a este mercado.

Mas se as relações com os EUA estão rodeadas de incógnitas, as relações com a União Europeia (UE) vão ganhando contornos cada vez mais seguros, principalmente depois de em abril do ano passado a UE e o México terem concluído as negociações tendentes a uma modernização do acordo comercial que rege o relacionamento entre as partes, em vigor desde 2000.

 

Com praticamente todos os bens comercializados entre a UE e o México a ficarem livres de direitos aduaneiros (permitindo às empresas europeias poupar até 100 milhões de euros por ano), as alterações introduzidas irão ajudar a impulsionar as relações bilaterais entre as duas partes e, por maioria de razão, as relações entre Portugal e o México. Uma vez em vigor, o novo acordo abrirá certamente novas portas à internacionalização e ao aumento das exportações das empresas portuguesas.

 

Entre as áreas consideradas de particular interesse para as empresas portuguesas contam-se a indústria farmacêutica, a banca, o sector tecnológico (ligado à saúde, educação etc.), componentes e materiais associados à indústria automóvel, construção e seus materiais, a indústria dos moldes, loiça e cerâmica, tanto para o segmento de retalho, como para hotelaria e corporate, e um vasto conjunto de oportunidades em áreas ligadas à Economia do Mar.

 

 

As trocas comerciais com o México têm sido favoráveis ao nosso país, que tem beneficiado de uma balança comercial superavitária ao longo da última década. Situação que se manteve nos primeiros quatro meses do ano, embora com uma quebra superior a 14% face ao saldo registado em período homólogo de 2019.

 

Mas na análise às relações comerciais com o nosso 2º mais importante parceiro em toda a América Latina, uma balança comercial superavitária não deve ser por si só motivo de descanso quanto ao futuro dessas relações. Mesmo que o atual contexto de contração generalizada das trocas, fruto do quadro de pandemia, explique as mais recentes quebras, é importante olhar com cuidado a trajetória dos anos anteriores para percebermos o que poderão ser tendências mais profundas no relacionamento comercial entre os países, as quais interessará inverter.

 

Os dados revelam que de 2011 para 2019, entre importações e exportações, as trocas entre Portugal e o México sofreram uma quebra superior a 40%, passando de 692,7 milhões para os 414,4 milhões de euros.

 

Embora a quebra tenha sido bastante mais acentuada na vertente das importações (-60%), ela não deixa de ser expressiva do outro lado da balança. Com um total de 322,7 milhões de euros, em 2019 Portugal exportou para o mercado mexicano menos 30% do que exportava no início da década. Mais ainda, mesmo considerando períodos de algum ânimo nas vendas com destino ao México, como foram os anos de 2016 a 2018 em que as exportações subiram a uma média anual de 17,4%, no total do período considerado (2011-2019) a taxa média de crescimento foi de -0,4%.

Dados relativos a 2020 (jan.-abr.) parecem reforçar esta tendência de desaceleração dos fluxos comerciais. Com 80,8 milhões de euros de vendas e 24,6 milhões de euros de compras, as trocas entre Portugal e o México voltaram a abrandar: -18,9% e -27,6%, respetivamente.

Reflexo direto desta evolução, o México tem vindo a perder relevância entre os nossos parceiros comerciais à escala mundial. De 2011 até ao ano corrente (Jan-Abr), o país desceu 20 posições no ranking dos nossos fornecedores e 17 posições entre os nossos clientes, ranking no qual ocupa atualmente o 28º lugar, muito longo de 11º lugar que ocupou no passado.

 

Os últimos dados disponíveis quanto ao número de exportadoras portuguesas para o México dão conta de 809 empresas em 2018, o que significa uma importante subida em mais de 80% face a 2011. Ainda que não o suficiente para evitar uma descida do país entre os nossos clientes, este não deixa de ser um indicador positivo e que mostra que, embora num quadro geral (e que não é de hoje) de algum afastamento entre Portugal e o México, há empresas que continuam despertas e prontas a aproveitar as oportunidades que este mercado apresenta. Não terá sido, aliás, por acaso, que no último “Estudo Insight – um olhar sobre a internacionalização das PME” realizado pela CCIP todos os anos, o México surgiu no radar de muitas das empresas que ponderavam entrar num novo mercado em 2019.

 

Entre as oportunidades que se apresentam encontram-se as máquinas e aparelhos, os plásticos e borrachas, pastas celulósicas e papel, madeira e cortiça, e produtos químicos. Grupos que no seu conjunto representaram 67,4% do total das exportações portuguesas para o México nos primeiros quatro meses de 2020. Uma estrutura em muito idêntica ao que já se tinha verificado em 2019, merecendo apenas destaque a descida das exportações de produtos químicos: do primeiro lugar do ranking em 2019 (com uma cota de 24,5% das exportações) passaram para o atual 5º lugar, respondendo por apenas 8,4% do total das nossas exportações para o México.

Mas o aumento em mais de 420% das exportações de combustíveis minerais, a subida de 208% das exportações de peles e couros, assim como de produtos alimentares (+157%), de instrumentos de ótica e precisão (125,5%) ou de metais comuns (+79%) parecem ser indicativos de nichos de mercado com potencial exportador a explorar.

 

Localização geográfica: América do Norte, entre os EUA (norte) e a América Central - Guatemala e o Belize - a sul. Banhado pelo Golfo do México e Mar das Caraíbas (a Este), o Golfo da Califórnia e o Oceano Pacífico (a Oeste).

Capital: Cidade do México

Território: 1.943.945 Km2 (área terrestre)

População: 127,576 milhões (Banco Mundial, 2019)

Língua: Castelhano (+ 90%) e alguns dialetos locais

Moeda: Peso mexicano (MXN)

Ranking Doing Business Report 2020: 60/190 (- 6 posições)

Global Competitiveness Index 2019: 48/137 (- 2 posições)

Index of Economic Freedom-Heritage 2020: 67/180 (+ 1,3 pontos)

PIB taxa de crescimento real: 3% (est. 2021, FMI)

 

A CCIP coloca à sua disposição três formas de abordar o mercado:

Peça a sua proposta através dos contactos internacional@ccip.pt | +351 213 224 067

Ser Associado da Câmara de Comércio significa fazer parte de uma instituição que foi pioneira do associativismo em Portugal.

 

Os nossos Associados dispõem do acesso, em exclusividade, a um conjunto de ferramentas facilitadoras da gestão e organização das respectivas empresas.