Senegal - Relações com Portugal e Potencial Exportador

De forma gradual, o Senegal tem vindo a ganhar relevância nos circuitos do comércio regional, para o que muito contribui o porto de Dakar, ajudando a posicionar o país como porta privilegiada de acesso à região e ao mercado da CEDEAO, estimado em mais de 320 milhões de consumidores. Ainda assim, o país continua a ter um peso pouco expressivo no quadro mais vasto do comércio mundial de bens.

Esta é uma realidade também visível no relacionamento bilateral com Portugal, no âmbito do qual o Senegal detém cotas muito modestas entre fornecedores e clientes, ocupando o 72º e o 65º lugares nos respectivos rankings (Jan-Fev 2019). Não obstante, há uma trajectória positiva a sublinhar, se considerarmos que de 2007 até aos dias de hoje aqueles números representam subidas de 21 posições no ranking de clientes e de 13 no ranking de fornecedores, o que denota uma aproximação entre as partes no plano das suas trocas comerciais – facto que se torna ainda mais evidente se atentarmos ao valor dessas trocas.
No último ano, entre importações e exportações de bens, foram mais de 71 milhões de euros transaccionados entre Portugal e o Senegal, o que representou uma subida de 5,4% em relação a 2017. Ano em que se contavam 256 empresas exportadoras para este mercado africano. Em 2007 eram apenas 150.

Mais revelador ainda é TCMA registada entre 2008 e 2018, que chega a ultrapassar os 19%. Mas se dúvidas restarem quanto ao aprofundamento do comércio bilateral entre os dois países, bastará pensar que, em termos absolutos, o valor das trocas efectuadas aumentou quase 250% desde 2007, ano em os fluxos comerciais totalizaram pouco mais do que 20,36 milhões de euros.

O quadro torna-se ainda mais animador ao analisarmos a estrutura destas trocas, onde ressalta um claro predomínio das exportações portuguesas com destino ao mercado senegalês, em detrimento das importações daí oriundas. Os valores relativos a 2018 são apenas um exemplo: 49,9 milhões de euros em exportações (+ 8,1%), face a 21,1 milhões em importações (-0,4%), daqui resultando uma balança comercial superavitária para Portugal, à semelhança do que vem acontecendo há mais de uma década.

Apesar de os números relativos aos primeiros dois meses de 2019 mostrarem uma diminuição das exportações contra um aumento das importações, não deverá haver motivo para alarme, pois o quadro geral permanece bastante positivo. Embora com oscilações de ambos os lados, o ritmo médio de crescimento das exportações tem sido manifestamente superior ao das importações: 47,2% vs. 6,3% (2008-2018). Uma diferença grande, que se torna avassaladora se analisarmos a evolução das trocas em termos absolutos. De 2007 para 2018 as exportações registaram um espectacular aumento de 557,6% contra apenas 65,3% do lado das importações.

Os números falam por si e revelam uma clara e crescente aposta por parte das empresas exportadoras portuguesas, cada vez mais atentas às oportunidades e potencial do mercado senegalês.

Minerais e minérios (20,7%), metais comuns (17,9%), combustíveis minerais (14,9%), máquinas e aparelhos (8,9%) e os veículos e outros materiais de transportes (8,6%), lideraram as exportações nacionais para o Senegal em 2018. Uma estrutura que no essencial se manteve nos primeiros dois meses de 2019, à excepção das exportações de combustíveis minerais que passaram para o 14º no ranking, sendo substituídos pelos plásticos e borrachas que passaram a integrar o top 5 dos produtos mais exportados para o país. Mas a par destes produtos identificados, poderá existir especial potencial exportador tratando-se de produtos agrícolas, instrumentos de óptica e precisão, calçado, vestuário, matérias têxteis, madeira e cortiça, produtos químicos, pastas celulósicas e papel e ainda no quadro do sector alimentar. As necessidades de importação do Senegal nestas áreas existem, as empresas portuguesas têm capacidade de resposta ao nível da produção e exportação, o potencial está lá. Terá de ser aproveitado.

 

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