Costa do Marfim: Relações com Portugal e Potencial Exportador

A Costa do Marfim é ainda uma economia relativamente pouco relevante no quadro geral do comércio mundial, o mesmo se verificando no contexto mais restrito do comércio bilateral com Portugal, no qual tem também um peso reduzido, ocupando a 56ª posição no ranking de clientes e a 71ª no ranking de fornecedores (Jan-Fev 2019).

No último ano (2018), as trocas entre os dois países não chegaram a atingir os 88 milhões de euros, tendo, aliás, este valor significado uma descida de quase 8% face ao ano anterior. Uma evolução desencorajadora, depois de em 2017 os fluxos comerciais terem registado uma subida de cerca de 49%, em grande parte devido ao espectacular aumento das exportações que nesse mesmo ano este muito próximo dos 91%.

Mas esta tendência para grandes oscilações entre períodos, ora de crescimento, ora de retracção tem precisamente sido uma das características mais marcantes das relações comerciais entre Portugal e Costa do Marfim ao longo da última década (2009-2018), o que não deixa de traduzir alguma inconstância nas relações.

No entanto, o quadro geral é positivo se considerarmos que ao longo destes últimos dez anos, as trocas comerciais foram crescendo a um ritmo médio de 22,5% ao ano, e que, em termos absolutos, de 2009 para 2018, esse aumento foi quase 300%.

naom 586f8495969b1O quadro torna-se ainda mais animador ao analisarmos as duas vertentes destas relações, constatando que o grande motor deste crescimento têm sido as exportações que, no período considerado (2009-2018), aumentaram a um ritmo médio anual muito próximo dos 43%, face aos 16,1% do lado das importações. Os números são ainda mais expressivos em termos absolutos. De 2009 para 2018 as nossas vendas com destino ao mercado marfinense registaram uma impressionante subida de mais de 433%, contra um aumento de apenas 166% das nossas compras/importações.

O último ano ficou marcado, no entanto, por um maior dinamismo das importações que registaram um aumento de 10,7% face a 2017, tendo atingido os 30,631 milhões de euros. Já as exportações diminuíram 15,5%, ainda assim suplantando as importações com um total de 57,313 milhões de euros de bens vendidos, significando isto um saldo positivo na nossa balança comercial: o 4º consecutivo desde 2015.

Esta mesma dinâmica marcou os primeiros dois meses de 2019, com as importações a continuarem a subir a um ritmo superior ao das exportações: 98,3% versus 26,2%, respectivamente. Ainda assim com a balança comercial a permanecer favorável ao nosso país, fruto de um balanço entre 7,66 milhões de euros em exportações, face aos 5,69 milhões de importações.

Em termos de bens mais vendidos para o país em 2018, os veículos e outros materiais de transporte lideraram o ranking (25,4%), seguidos dos metais comuns (18,6%), das máquinas e aparelhos (17,1%), dos minerais e minérios (11,8%) e das pastas celulósicas e papel (9,6%). Uma estrutura que se manteve em muito idêntica nos primeiros dois meses deste ano, à excepção das vendas de veículos e outros materiais de transporte que deixaram de integrar o top 5 das exportações, ao mesmo tempo que os produtos alimentares registaram uma importante subida, sendo o 5º grupo de produtos mais exportado para o país. Uma evolução anunciada pois já em 2018 as vendas de produtos alimentares haviam registado uma subida de quase 188%, numa tendência de aumento exponenciada no início de 2019 (+ 490% face a período homólogo do ano anterior).

A par dos produtos alimentares, haverá ainda particular potencial de aumento das exportações tratando-se de peles e couros, produtos químicos, instrumentos de óptica e precisão, produtos agrícolas, madeira e cortiça.

 

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