As relações comerciais entre Portugal e o Vietname têm uma importância ainda relativamente diminuta, tendo atingido apenas 314,4 milhões de euros em 2017, ainda assim com este resultado a traduzir um importante aumento das exportações em mais de 51% e uma subida de quase 13% das importações, face ao ano anterior. Valores de crescimento em linha com o que tem sido registado ao longo dos anos mais recentes. Com efeito, a trajectória que vem sendo traçada é encorajadora. Desde 2014 que as trocas apresentam uma tendência ininterrupta de crescimento, naturalmente que a ritmos diferentes de ano para ano. E mesmo considerando a descida registada em 2014 (-5,7%), em termos absolutos o comércio bilateral entre Portugal e o Vietname sofreu um incremento de quase 53% num período de 5 anos (2013-2017).
Os dados disponíveis relativos a 2018 (Jan-Set) vêm confirmar este quadro, com uma taxa de crescimento de cerca de 15% face a igual período de 2017, o que significou um valor total de trocas na ordem dos 270 milhões de euros, com especial destaque para a subida de 27% das exportações, face a um incremento de apenas 13,6% das importações no período considerado (Jan-Set). Também aqui o cenário geral (2013-2017) é animador, com as vendas com destino ao mercado vietnamita a apresentarem um ritmo médio de crescimento anual manifestamente superior ao das importações: 44,6% e 10,1%, respectivamente. Em termos absolutos os números são ainda mais expressivos, com as exportações a subirem 242,5% de 2013 para 2017, as importações apenas 44%.
São números que denotam indubitavelmente um maior dinamismo do lado das exportações. No entanto, não o suficiente para garantir uma balança comercial benéfica para o nosso país. O valor das importações continua a ultrapassar largamente o das exportações. À semelhança de anos anteriores, assim foi em 2017 - quando as exportações somaram apenas 31,8 milhões de euros, contra os 282,7 milhões em importações - e assim continuou a ser nos primeiros nove meses de 2018, com as vendas a totalizarem 26,3 milhões de euros, a grande distância dos 242,5 milhões em importações.
As exportações nacionais para o Vietname continuam, pois, a ter um menor peso no contexto do comércio internacional português de bens, com este mercado asiático a posicionar-se bem melhor no ranking de fornecedores (30º lugar) do que no ranking de clientes (64º lugar). Mas comparando estas posições relativas a 2018 (Jan-Set) com a realidade de 2013, somos uma vez mais surpreendidos positivamente, uma vez que elas revelam uma subida do Vietname de 36 lugares no ranking de clientes contra uma subida de apenas 5 no ranking de fornecedores. Outros números que vêm reforçar o dinamismo crescente que tem vindo a ser protagonizado pelas empresas portuguesas exportadoras para este mercado, cujo número mais do que duplicou em cinco anos, contando-se em 241 em 2017.
Entre os principais produtos exportados para o Vietname ao longo dos primeiros nove meses de 2018, destacam-se as máquinas e aparelhos (33,6%), os produtos químicos (23,5%), os produtos agrícolas (11,6%), as matérias têxteis (9%) e os plásticos e borrachas (4,2%), inclusive desperdícios, resíduos e aparas de plástico. Em termos de potencial exportador, tendo em consideração as necessidade de importação do mercado vietnamita, serão de destacar ainda nichos de oportunidade tratando-se de produtos alimentares - nomeadamente alguns tipos de peixes congelados, peixes secos, salgados ou em salmoura e até mesmo farinhas de peixe - minerais e minérios, pastas celulósicas e papel, medicamentos (em doses ou acondicionados para venda a retalho), bem como nos sectores do vestuário - com destaque para os tecidos de malha - e do calçado.