Austrália, um mercado em expansão

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“AUSTRÁLIA, UM MERCADO EM EXPANSÃO”

 

A Austrália é um país que impressiona desde logo pela vastidão do seu território, mas também pela distância a que se encontra em relação à Europa. Na perspectiva das empresas portuguesas poderá, assim, haver um sentimento ambivalente no momento de a incluir nas rotas da internacionalização. No entanto, o facto de ser uma economia muito dinâmica, caracterizada por uma grande facilidade e segurança de fazer negócios e por se encontrar em expansão há 23 anos consecutivos, poderá criar uma maior apetência ou interesse por este mercado.


Este país-continente, potência geoeconómica que não podemos ignorar, é de facto detentor de uma economia caracterizada por um grande dinamismo, tendo sido um dos poucos países que não caiu na recessão perante a virulência da crise mundial. Muitas explicações poderiam ser dadas para este facto, mas porventura uma das mais importantes esteja na grande sofisticação da sua economia. Esta fez com que conseguisse reagir a tempo, promovendo as reformas necessárias que lhe permitiram apanhar o comboio do crescimento económico da China, o que, como veremos, constitui também um desafio importante para o seu futuro.


A uma economia sustentada num sistema financeiro sólido, num moderno sistema bancário e num muito dinâmico sector exportador, soma-se a realidade de um país que oferece todas as garantias sob o ponto de vista político. Com efeito, membro da Commonwealth, democracia parlamentar caracterizada por uma grande estabilidade política e por um alinhamento com o Ocidente, a Austrália é um país que se pode concentrar no objectivo do desenvolvimento e do crescimento económico.


Com uma população de cerca de 23 milhões de habitantes, o seu dinamismo traduz-se numa alta taxa de patentes registadas, correspondentes a produtos inovadores. Estes indicadores, aliados ao facto de ser o sexto maior país do mundo em dimensão territorial (7.682.400 km2) e de contar com uma grande riqueza em termos de recursos minerais e agrícolas contribuem para que a Austrália seja um mercado que não podemos ignorar.

 

Enquadramento económico
Os 23 anos de crescimento económico ininterrupto, sobretudo se tivermos em conta as crises internacionais fortíssimas que enfrentou durante esse período, dão-nos uma ideia clara da capacidade e das potencialidades deste país.


Com efeito, a Austrália tem crescido a um ritmo rápido e sólido, de cerca de 4% ao ano, o que foi apenas contrariado em 2013 com uma subida de apenas 2,8%. Ainda assim, pode-se referir que, em todos os principais indicadores económicos, este país apresentou melhores resultados que a maior parte dos outros países industrializados, seja no que se refere aos números do crescimento económico, à baixa taxa de desemprego (5,7% em 2013 e estimativa de 6,2 para 2014 – FMI) ou à dívida pública (28,8% em 2013 e uma estimativa de 30,8% em 2014 – FMI).


A OCDE classificou ainda a Austrália em primeiro lugar no ranking dos países industrializados segundo o grau de felicidade da população, para o que foram avaliados os recursos, alojamento, saúde e meio-ambiente. Está, ainda, em 3º lugar entre as dez economias mais livres do mundo (Heritage Foundation).


Estes excelentes resultados económicos e sociais justificam que o Banco Mundial, no seu Doing Business Report lhe atribua a 10ª posição entre 185 países (prevendo-se que em 2014 fique em 11º lugar entre 185 países). Por sua vez, o World Economic Forum, no Global Competitiveness Index 2013-2014, classifica-a como a 21ª economia mais competitiva do mundo. O risco de crédito da COSEC é 1 (1= risco menor; 7= risco maior).


A Austrália é um país muito rico em recursos naturais e grande exportador de minérios (ferro, carvão, ouro, urânio e diamantes), combustíveis (petróleo e gás natural), produtos agrícolas (cereais, carne, algodão e lã) mas é o sector dos serviços que mais contribui para o PIB. As suas exportações de minérios têm como principal destino a Ásia em geral e em particular a China.


A China é, de facto, o principal parceiro comercial da Austrália, que para aí exporta não apenas os seus minerais e produtos agrícolas como também os seus serviços, sendo que o grande aumento do nível de vida da população nos últimos anos muito se ficou a dever ao boom das exportações para esse país. Presentemente discute-se se, face ao abrandamento da economia chinesa, a Austrália irá sofrer uma quebra no seu crescimento, mas a verdade é que a economia australiana tem vindo a diversificar-se e a depender cada vez menos desse mercado, muito embora a sua importância continue a ser marcante.


Depois de uma quebra no ritmo de crescimento nos dois últimos anos, a economia australiana está já em recuperação, sendo que o Primeiro-Ministro Tony Abbott prometeu já um orçamento mais rigoroso, susceptível de reduzir a dívida pública nacional. A economia deixou de estar tão dependente do sector mineiro, embora as exportações de minérios estejam também a crescer, sobretudo para a China, traduzindo a crescente capacidade exportadora deste sector, depois dos grandes investimentos que foram feitos nos últimos anos na sua modernização. O sector imobiliário residencial está também em recuperação, ao mesmo tempo que o governo anuncia a manutenção da taxa de juro nos 2,5%, visando dar um estímulo ao investimento e manter a pressão face à valorização da moeda.


Esta última tem resultado da concentração de enormes investimentos na indústria dos minérios e dos hidrocarbonetos, o que tem afectado as outras indústrias, que sofrem com a alta cotação da moeda. A situação está, contudo, a equilibrar-se.
Todo este cenário faz com que a Austrália, nos últimos vinte anos, tenha sido um dos países mais atractivos para os investimentos estrangeiros, ao que também não é alheio o facto de os seus bancos estarem entre os mais bem notados do mundo.

 

Relações com Portugal e Oportunidades de Negócio
As relações económicas entre Portugal e a Austrália não estão ainda muito desenvolvidas, sendo talvez a distância geográfica uma das explicações possíveis. Assim, a Austrália como cliente de Portugal está na 42ª posição (47ª em 2012) e como fornecedora de Portugal ocupa o 89º lugar (93º em 2012). Ainda assim, é de referir que as nossas exportações para este país têm sucessivamente vindo a subir, sinal de que existe aqui um mercado por explorar e que pode ser muito atractivo para as empresas portuguesas.


A estrutura das exportações de Portugal para a Austrália referente 2013, e segundo números mais recente do INE é a seguinte: veículos e outro material de transporte (15,7%), madeira e cortiça (13,9%), máquinas e aparelhos (13,3%), calçado (9,4%), matérias têxteis (8,5%) e minerais e minérios (7,3%).


No que se refere às importações para igual período os números são os seguintes: máquinas e aparelhos (40,9%), pastas celulósicas e papel (24,6%), produtos agrícolas (8,9%), metais comuns (5,5%), químicos (5,0%) e instrumentos de óptica e precisão (4,7%).
Quanto às oportunidades de negócio, segundo o Departamento de Assuntos Exteriores e Comércio, o top das importações para a Austrália é constituído por: petróleo, veículos de passageiros a motor, petróleo refinado, equipamentos de telecomunicações, medicamentos, computadores e componentes para automóveis.

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