Arábia Saudita: Relações com Portugal e Potencial Exportador

Os fluxos comerciais entre Portugal e a Arábia Saudita têm sido caracterizados por oscilações significativas, alternando entre períodos de maior dinamismo e outros de retracção. Depois de dois anos de crescimento negativo - particularmente acentuado em 2016 quando se registou uma quebra de mais de 31% das trocas - o último ano foi de recuperação, com o comércio bilateral a atingir os 727,7 milhões de euros, o que representou uma subida de 24,3%.

Mas o grande motor deste crescimento foram as importações que, totalizando 588,6 milhões de euros, aumentaram quase 27% face a 2016. Valores bastante superiores aos das exportações que, tendo também crescido (14,4%), não chegaram a atingir os 140 milhões de euros, daqui resultando uma balança comercial negativa para Portugal, à semelhança do que vem acontecendo nos últimos anos.

Apesar de 2017 ter sido de recuperação, uma taxa média de crescimento anual de -3,6% ao longo dos últimos seis anos parece sugerir uma tendência de diminuição das trocas entre os dois países. Os valores são ainda mais evidentes em termos absolutos, com o comércio bilateral a diminuir quase 29% de 2012 para 2017. Dados disponíveis relativos a 2018 (Jan-Jul) parecem confirmar esta tendência, com as exportações e as importações a registarem quebras face a igual período de 2017: -38,2% e -0,1%, respectivamente.

Esta é uma trajectória com reflexo directo no posicionamento da Arábia Saudita entre os nossos parceiros comerciais, com descidas quer no ranking de clientes, quer no ranking de fornecedores. O país é hoje o 50º maior mercado de destino das nossas exportações, o que representa uma descida de 14 posições face a 2011, continuando a ser ultrapassado pela Turquia, Israel e EAU. A descida foi menos significativa do lado dos fornecedores (-6 posições), com a Arábia Saudita a ocupar actualmente a 19ª posição.

Mas o gradual e constante aumento do número de empresas exportadoras para a Arábia Saudita ao longo de quase uma década - e que no último ano foram quase 530 - é encorajador e demonstrativo das oportunidades que este gigante do Médio Oriente apresenta.

No último ano as exportações nacionais com destino ao mercado saudita foram lideradas pelas máquinas e aparelhos (30,6%), minerais e minérios (17,7%), pastas celulósicas e papel (10%), produtos alimentares (10%) e pelos produtos agrícolas (9,1%). Uma estrutura que no essencial se manteve inalterada ao longo dos primeiros sete meses de 2018. Mas para além destes, deverá ser dada especial atenção ao potencial exportador de grupos de produtos como as matérias têxteis, os instrumentos de óptica e precisão, os produtos químicos, o calçado e os plásticos e borrachas. Sectores que se têm revelado particularmente dinâmicos, sugerindo nichos de oportunidades de exportação que não devem escapar às empresas interessadas em entrar no mercado saudita.

 

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