Zâmbia: Riscos e Oportunidades

Em virtude da sua geografia, a Zâmbia sofre os condicionalismos de um país sem qualquer acesso ao mar. Assim, encontra-se numa situação vulnerável face aos seus vizinhos, deles dependendo em larga medida em termos de acesso ao comércio e aos mercados internacionais, o que não deixa de constituir um risco geopolítico a considerar.

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Também pela sua localização geográfica, a Zâmbia beneficia de importantes recursos naturais, especialmente minérios. O crescimento económico, bastante significativo ao longo das últimas duas décadas, tem estado, em grande parte, alicerçado na produção e exportação de cobre – uma das maiores riquezas nacionais. O país é actualmente o segundo maior produtor em toda a África, apenas atrás da República Democrática do Congo. Mas a dependência excessiva deste recurso constitui um risco, tornando a economia zambiana altamente vulnerável à flutuação dos preços das commodities nos mercados internacionais, tal como demonstrado pelo abrandamento económico de 2015 e 2016, que teve na queda do preço do cobre parte importante da sua explicação.

Apesar das reformas introduzidas visando o desenvolvimento de várias infra-estruturas – e que já se traduziram, por exemplo, numa melhoria do desempenho logístico – subsistem alguns problemas, com o fornecimento e distribuição de energia a causar maior preocupação. Os cortes de energia foram recorrentes nos últimos dois anos, com impactos negativos em todos os sectores da economia. A enorme dependência da Zâmbia de energia hidroeléctrica é mais um factor de risco e a não diversificação das fontes de geração de energia poderá comprometer o desempenho económico do país.

Os níveis de pobreza ainda são relevantes, tal como as desigualdades entre os meios rural e urbano. Cerca de 89% da mão-de-obra está afecta ao sector informal da economia, caracterizado por baixos níveis de produtividade e baixos rendimentos, o que tem reflexos ao nível do poder de compra das famílias.

Mas existe um consenso nacional e político em torno da necessidade de afirmar o país no contexto regional, com a economia e o comércio a surgirem como as vias privilegiadas para o efeito. Neste contexto, está já em curso o 7º Plano Nacional de Desenvolvimento 2017-2021 que, a par da criação de emprego, da redução da pobreza, da diminuição das desigualdades e do desenvolvimento do capital humano, tem na diversificação da economia uma das suas estratégias centrais cuja operacionalização deverá traduzir-se em oportunidades de negócio e investimento.

Neste sentido, a par dos tradicionais sectores mineiro e agrícola – onde ainda existe muito potencial a explorar – deverá ser dada particular atenção aos grandes projectos que o governo espera lançar e para os quais as empresas portuguesas poderão ter capacidade de resposta e know-how, nomeadamente nos sectores energético (com destaque para as energias renováveis), industrial e do turismo, pelas oportunidades de investimento que poderão surgir. Existe igualmente potencial de negócios em áreas como a construção, especialmente ligada às infra-estruturas, os transportes, as telecomunicações, o sector das TIC e da educação.

 

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