Uma nova dinâmica exportadora

Os anos que se seguiram à crise de 2008-2009 tornaram muito clara a ideia de que o tão desejado crescimento da economia portuguesa passa, em larga medida, pelo aumento da capacidade de exportação das empresas nacionais. Desde então, parece estar em curso uma nova dinâmica exportadora, assente na criatividade, no investimento tecnológico, na inovação e modernização no quadro de estratégias de crescimento orientadas para consumidores e mercados externos.
UmaNovaDinamicaExportadora
A reforçar os dados do Instituto Nacional de Estatística do início do ano referentes ao aumento das exportações em 2016, surgem agora novos estudos que sugerem que esta dinâmica exportadora das empresas portuguesas veio para ficar. Apoiadas na inovação, em medidas de apoio à internacionalização e na melhoria de acesso ao crédito, as exportações deverão continuar a crescer, passando dos actuais 40% para 46% do PIB nos próximos dois anos, com as perspectivas mais optimistas a apontarem para a meta dos 50% até 2025, sublinhando-se o potencial ainda pouco explorado dos mercados da América Latina, da Ásia e de África.

Esta nova dinâmica exportadora passa também por uma diversificação dos sectores de exportação, com destaque para os plásticos e borrachas, o sector do mobiliário, dos veículos e outros equipamentos de transporte, dos metais comuns e dos combustíveis.
Igualmente caracterizador da nova dinâmica exportadora é o perfil dos seus protagonistas: as empresas e o seu modus operandi. E aqui as micro e pequenas empresas começam a fazer-se ouvir quando se discute exportação.

Mas tão ou mais importante do que exportar será internacionalizar, não apenas vendendo mas também criando oportunidades nos mercados que se querem explorar, apostando na criação de parcerias ou até mesmo na formação e/ou integração em clusters que envolvam países terceiros. E aqui, é imperativo que a insistência no plano da retórica passe a ter expressão real na prática dos negócios e investimentos em áreas-chave para as empresa portuguesas, e que vão desde mercados mais a Leste em crescimento, como a Roménia, aos vizinhos mais próximos como a Espanha e Marrocos, passando pelo Brasil, Chile, Argentina e EUA, até aos tradicionais mercados de presença portuguesa como Angola, Moçambique e Cabo Verde.

A sustentabilidade desta nova dinâmica exportadora tenderá também a depender cada vez mais da capacidade de navegação das empresas na nova era da indústria 4.0, e esta é uma realidade à qual as empresas portuguesas não poderão escapar. Segundo alguns especialistas, os melhores resultados são obtidos quando a inovação é integrada em todos os processos de uma empresa: desde a prospecção de mercado (que recorre cada vez mais a algoritmos de complexidade crescente para filtrar targets de venda), à concepção do produto ou serviço, distribuição e entrega junto do consumidor final. De acordo com os mesmos especialistas, “as empresas mais inovadoras exportam seis vezes mais, têm lucros oito vezes maiores, registam ganhos de produtividade por trabalhador 50% acima da média, criam quatro vezes mais emprego e pagam salários 60% mais elevados.”

A mudança de paradigma é evidente e ela aplica-se também às empresas exportadoras.

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