Comércio Internacional Português

Resultados 2016

 

Dados preliminares relativos ao comércio internacional apresentados pelo INE neste mês de Fevereiro revelam uma subida das exportações nacionais em 2016, somando cerca de 50,3 mil milhões de euros, o que representa uma subida de menos de 1% face aos resultados de 2015. Ainda assim, dando continuidade à linha de tímido crescimento registada nos últimos anos.

 

A lista dessas exportações continua ser liderada pelos mesmos grupos de produtos. Minerais, minérios e produtos metalúrgicos permanecem no topo do ranking (18,9%) apesar das suas exportações terem diminuído 7,8% face a 2015. Em segundo lugar permanecem as vendas de máquinas e aparelhos (15,4%), seguidas pelas exportações de produtos agro-alimentares (13,1%), químicos e borrachas (12,9%), materiais de transporte (11,3%) e peles, couros e têxteis (10,6%). Madeira, cortiça e papel foram responsáveis por quase 8% das exportações, seguindo-se o sector do vestuário e calçado (4,0%).

(Porto de Lisboa) 

porto-de-lisboaQuanto aos mercados de destino destes produtos a tendência também se manteve. À semelhança de anos anteriores, Espanha foi o principal cliente de Portugal, com as exportações para o vizinho ibérico a somarem 13,2 mil milhões de euros, representando mais de 26% do total das nossas vendas ao exterior. França surge novamente em segundo lugar (12,6%), seguida pela Alemanha (11,6%) e, a maior distância, o Reino Unido (7,0%). Fora do espaço europeu, e tal como em 2015, os EUA mantiveram-se como maior cliente (4,9%), lugar que nos últimos anos vinha sendo ocupado por Angola que em 2016 ocupou o 8º lugar no ranking de clientes, com uma cota de apenas 3%. No entanto, o país continua a ser o maior mercado para as exportações portuguesas com destino aos PALOP, no seu conjunto responsáveis por 4,3% das exportações nacionais. No quadro desta região, o peso do mercado angolano continua a ser avassalador (70,2%), seguindo-se, com muito menor peso, Cabo Verde (12,1%) que ultrapassou Moçambique (10,0%) e apenas depois a Guiné-Bissau, S. Tomé e Príncipe e com uma cota irrisória a Guiné Equatorial.

 

O crescimento das exportações não foi suficiente para compensar o aumento das importações (1,2%) que terão atingido 61,1 mil milhões de euros, resultando isto, uma vez mais, num saldo negativo da balança comercial portuguesa, cujo défice foi, inclusive, agravado.
Entre os mercados de origem das nossas importações também não há alterações significativas a registar. Espanha (32,8%), Alemanha (13,5%), França (7,8%) e Itália (5,5%) permanecem os nossos maiores fornecedores, seguindo-se, à semelhança de 2015, os Países Baixos e o Reino Unido. Fora das fronteiras da União o destaque continua a ir para as importações provenientes da China, que se mantiveram ligeiramente abaixo dos 3%, seguindo-se a Bélgica, a Rússia e o Brasil, que surge na 10ª posição no ranking de fornecedores à frente dos EUA e de Angola.

 

No quadro do comércio bilateral com os PALOP, Angola surge, uma vez mais, como líder entre os fornecedores africanos (85,7%), seguida a longa distância pela Guiné Equatorial, Moçambique e Cabo Verde.

 

As nossas maiores necessidades em termos de fornecimento externo mantiveram-se, no essencial, inalteradas. Apesar da descida em 14,2%, os minérios e metais continuaram a liderar as importações (19,2%), seguidos pelos químicos e borrachas (16,8%), máquinas e aparelhos (16,7%) e os produtos agro-alimentares (15,8%). Em quinto lugar surgem os materiais de transporte, cujas compras aumentaram 15,2%, como também aumentaram (11,3%) as importações de vestuário e calçado, embora no quadro geral tenham representado apenas 1,4% das nossas compras ao exterior.

 

Entre exportações e importações, no essencial, os fluxos comerciais com o exterior mantiveram-se inalterados, quer em termos de parceiros, quer em termos de produtos transaccionados. Avaliado em pouco mais de 111 mil milhões de euros o comércio internacional português, cujo saldo permaneceu negativo, terá crescido cerca de 1% apenas e, nesta evolução, o maior contributo continuou a ser dado pelas importações, com um muito tímido crescimento do lado da oferta. Ainda assim, de destacar a trajectória positiva das trocas comerciais com a Europa, que continuaram a crescer. Em 2016, mais de 75% das exportações nacionais teve como destino os mercados europeus, com apenas quatro clientes (Espanha, França, Alemanha e Reino Unido) a responderem por cerca de 60% do total das nossas vendas ao exterior, o que deixa Portugal particularmente exposto às vicissitudes destes países. Na mesma linha, os dados agora conhecidos vêm demonstrar, uma vez mais, a importância dos mercados africanos, principalmente como mercados de exportação (8,2%). Mas a situação vivida em Angola e Moçambique, à semelhança do Brasil, e os reflexos nas exportações portuguesas reforçam a necessidade de diversificar os nossos mercados externos.

 

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