A falta de recursos hídricos e energéticos (petróleo), que dita uma dependência crónica do exterior, é uma das maiores vulnerabilidades da economia jordana. Acresce um expressivo índice de pobreza e desemprego, um deficit ainda elevado, bem como a dependência da ajuda externa, sobretudo saudita, o que constitui mais um factor de risco para potenciais investidores, diminuindo ou condicionando as oportunidades de mercado. Não menos importante são as vulnerabilidades associadas a um contexto regional instável e de crescente insegurança, onde a ameaça do auto-proclamado Estado Islâmico não deverá deixar de ser equacionada. Mas se a inserção regional do país comporta riscos, ela traz também oportunidades.

A Jordânia encontra-se no centro da região MENA (Middle East and North Africa), uma área com cerca de 424 milhões de consumidores, onde se concentram mais de metade das reservas petrolíferas mundiais e se integram os mercados do Golfo. Assim, beneficiando de uma posição geográfica privilegiada – na convergência entre a Europa, a Ásia e África e com um acesso privilegiado ao Mar Vermelho – aliada à estabilidade política e à facilidade de deslocação e comunicações, o país tem-se afirmado como uma plataforma de excelência entre as várias economias regionais e outros mercados internacionais, podendo vir a tornar-se num futuro hub de transportes e logística do Médio Oriente.
Numa perspectiva mais micro, considerando as vulnerabilidades e oportunidades do mercado jordano fruto das reformas que têm vindo a ser implementadas, distinguimos alguns sectores com particular potencial. O sector das TIC tem vindo a crescer alimentado por um sector privado robusto e por uma população jovem instruída e utilizadora das redes de comunicação móveis e da www. Ao abrigo dos planos de desenvolvimento do governo, o sector das infraestruturas tem também crescido de forma assinalável, com oportunidades ao nível da construção de redes ferroviárias, equipamentos colectivos, tratamento e gestão de águas. Vale a pena também destacar o desenvolvimento de uma classe com poder económico, formada a partir de fluxos migratórios na região, que tem motivado uma maior procura no sector da construção e de bens de luxo.

