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Artigo de Bruno Bobone, Presidente da CCIP, na sua rúbrica semanal no Diário de Notícias.

Estamos a 15 dias de umas eleições que deveriam resultar na escolha de um governo que levasse Portugal para um caminho de recuperação económica e de desenvolvimento, que permitisse recriar este nosso país para que fosse possível investir, trabalhar e viver com as condições que existem na maioria dos nossos parceiros europeus.

Mas, para que isso acontecesse, seria fundamental que alguns parâmetros fossem alterados e que o novo governo fizesse as mudanças que muitos defendem e que verdadeiramente seriam o fator dessa transformação.

Precisávamos de ter um governo que fizesse uma reforma que nos trouxesse uma justiça mais célere e mais efetiva, que passa por uma reformulação de muitas das práticas.

Precisávamos também de uma reforma fiscal que permitisse aos cidadãos viverem com mais qualidade e que não fosse tão redutora dos rendimentos de cada família. Uma diminuição do imposto sobre o rendimento é fundamental para que cada pessoa possa atingir um mínimo de dignidade para viver.

Precisávamos de ter instituições fortes, responsáveis e respeitadas que nos permitissem confiar no seu desempenho.

Não podemos continuar a assistir a situações em que as autoridades são atacadas sem se poderem defender, porque estão sempre postas em causa mesmo que estejam a cumprir corretamente o seu trabalho.

Não podemos continuar a saber através dos jornais os segredos de justiça, mas sem que haja uma condenação de quem é responsável por essas atitudes aparentemente condenáveis e punidas por lei.

Precisávamos de conseguir reestruturar a sociedade portuguesa de forma a permitir diminuir o peso do emprego público de forma a permitir criar uma sociedade mais produtiva e mais ativa em que os seus elementos se sentissem cada vez mais participantes na sua construção e participativos nos benefícios que daí adviessem.

É fundamental começar a criar o gosto pela criação, pelo empreendimento e pela realização que assuma maior capacidade de assumir o risco de viver e que nos afaste da cultura de dependência do Estado. Uma sociedade que promove os seus próprios projetos, que estimula as suas competências criativas e que obtém resultados do seu trabalho torna-se numa sociedade mais viva, mais alegre e mais realizada.

Infelizmente, pela perspetiva que se antevê pela forma como tem decorrido a campanha eleitoral e pelas alternativas que se apresentam com maior potencial de ganhar as eleições, a concretização de todas estas mudanças não será possível.

Ainda que a maioria dos partidos esteja de acordo em todos estes temas, não há um único projeto que nos dê uma perspetiva de crescimento económico e social que mude de facto o nosso destino.

Não há um único líder potencial que nos faça sonhar com um Portugal melhor.

A mudança de que precisamos é demasiadamente profunda para que seja possível realizar por partidos sujeitos à lógica da luta política eleitoral.

Só a sociedade civil poderá ser a promotora de todas estas reformas que são tão necessárias para fazer de Portugal um país diferente, onde valha a pena viver e com dignidade.

Juntemo-nos para mudar Portugal.

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