Artigo de Bruno Bobone, Presidente da CCIP, na sua rúbrica semanal no Diário de Notícias.
Hoje é Natal, festejamos o dia em que nasceu Jesus. Uma enorme esperança de salvação para o mundo. Um momento em que somos chamados a sair dos nossos afazeres diários e a visitarmos aquilo que verdadeiramente importa nas nossas vidas.
Há 2021 anos, mais ou menos, os pastores que estavam a guardar os seus rebanhos foram chamados a visitar o Menino que tinha nascido numa manjedoura, um símbolo de pobreza que nos chama a atenção para a nossa humanidade e para a nossa fragilidade enquanto pessoas.
É um Salvador e um Rei que vem para servir.
Pois é isso mesmo que eu gostaria de pedir e viver neste Natal.
Que tivéssemos a sorte de receber um líder para o nosso país que viesse para nos servir. Que, tendo poder e competência, possa ter a distância da riqueza que lhe permita ser humano e ocupar-se de todos nós, olhando-nos como pessoas que somos.
Que não queira dividir-nos para poder reinar, que não queira mais aos seus do que a todos os outros e que seja capaz de ser justo sem medo de perder o seu poder.
Peço um presente para todos nós, que nos ajude a sair desta crise que estamos ainda a viver e que não sabemos quando vai acabar, para que saiamos todos juntos e para que saiamos todos melhores.
Passámos quase dois anos a olhar a nossa vida de uma perspetiva diferente e fomos capazes de dar prioridade àquilo que foi sempre o mais importante e que são as pessoas.
Fomos solidários e fomos caridosos, fomos valentes para ajudar os outros passando à frente dos nossos próprios interesses e fomos capazes de deixar de tudo fazer para enriquecer, para que saíssemos juntos desta crise.
Agora vamos começar uma nova fase em que temos de nos ajudar uns aos outros a recuperar as nossas vidas - e aqueles que menos perderam, ou que até ganharam, são os que podem agora partilhar com os outros aquilo que têm.
Mas tudo isto só será verdade se recebermos um presente de Natal bom e verdadeiro, um governo virado para as pessoas e não para si mesmo.
Um governo que se disponha a servir os portugueses criando-lhes novas oportunidades de voltar a construir as suas vidas.
Que não as destrua com impostos e que não as abandone sem cuidados, que não dê mais aos que já têm, mas que valorize todos aqueles que querem trabalhar para ser parte da sociedade.
Que ajude os mais pobres e mais vulneráveis, mas que o faça de uma maneira a que se sintam incluídos e não lhes dê apenas esmola.
Que motive os que são mais capazes a apoiarem os que mais precisam - e que não prejudique aqueles sem que consiga ajudar estes.
E que se apoie em nós para fazer crescer Portugal em vez de querer fazer crescer Portugal à custa da nossa perda.
Um presente de Natal que faça deste país uma pátria de todos os portugueses e que faça que os meus concidadãos se orgulhem de ser parte desta nação.
Que todos saibamos gostar daquele que está ao nosso lado e com quem partilhamos a nossa origem, a nossa língua e a nossa cultura.
Finalmente, um presente que acabe com a mentira e com a maledicência como base e fundamento da nossa sociedade e que transforme este país num projeto comum que valoriza cada um e que se baseia em cada um de nós para fazer um Portugal maior e melhor do que aquele que cada um por si seria capaz de construir.