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Artigo de Bruno Bobone, Presidente da CCIP, na sua rúbrica semanal no Diário de Notícias.

Sou cristão e democrata. Gosto de viver num país em que se pode ter a liberdade de decidir e em que as pessoas se preocupam com quem vive ao seu lado.

Gosto da minha família e acredito que uma sociedade baseada no núcleo familiar é uma sociedade mais equilibrada, que cuida dos seus membros como pessoas e que promove um ambiente de paz e de desenvolvimento estruturado, que permite a cada um crescer no seu dia-a-dia num caminho de felicidade.

Acredito que, para que uma sociedade possa viver em liberdade, pode ser preciso em algum momento fazer uma revolução, mas não acredito que uma sociedade que viva em revolução possa ser promotora de uma vida feliz.

Eu acredito que as pessoas devem ser cuidadas como o centro de toda a vida e de todas as vertentes dessa mesma vida. Seja na perspetiva económica seja na perspetiva social, cultural ou política, tudo deve ser feito com o foco no cuidado pela pessoa.

Eu acredito que a criação de riqueza é um elemento fundamental para o desenvolvimento da sociedade e da qualidade de vida de cada um, mas acredito também que essa riqueza só é aproveitada verdadeiramente quando distribuída justamente por todos os que contribuem para a sociedade.

Eu não acredito em direitos sem deveres e acredito que os benefícios são merecidos pela nossa contribuição e não apenas porque existimos.

Eu acredito profundamente no salário digno que permite a cada pessoa sustentar-se com dignidade, educar os seus descendentes e ainda ter o suficiente para investir no seu próprio desenvolvimento pessoal, cultural e profissional.

Mas acredito também que todos somos responsáveis por dar o nosso melhor à sociedade em que nos integramos e da qual beneficiamos.

Eu acredito na humanidade em que todos temos direitos iguais, mas que temos também o direito de sermos todos diferentes. Acredito na complementaridade entre mulheres e homens e acredito na complementaridade das raças e das etnias.

Acredito na multiculturalidade e também na espiritualidade de cada um. Mas acredito acima de tudo que a minha liberdade termina quando começa o espaço do outro.

Acredito no rigor e na justiça, mas também no perdão e na caridade.

Por isso me sinto abandonado.

Acreditei sempre que a democracia cristã, ainda que pudesse ter momentos de desvio da essência do seu pensamento, seria sempre a promotora desta sociedade que ambiciono e não entendo como se perdeu este destino.

Do CDS que me lembro era esta a sua luta, a criação de uma democracia cristã que promovesse a vida humana, a qualidade dessa vida e uma sociedade integradora, participativa e cuidadora.

Uma sociedade em que todos tinham respeito e ternura pelos mais pequenos e mais necessitados, mas que encoraja os seus membros a serem parte da sua vida, participantes nas grandes decisões de mudança e responsáveis uns pelos outros.

Deste CDS não tenho notícia e tenho enorme saudade.

Aos que hoje lideram este partido peço que sejam capazes de voltar a ter esta ambição de criar esta sociedade e de se baterem por aquilo que verdadeiramente importa.

A vida humana e cada pessoa!

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