A Câmara de Comércio esteve na Ucrânia com um grupo de empresários que procuram novos negócios nesta geografia e Pedro Magalhães, Diretor de Comércio Internacional, conta como decorreu esta experiência.
O voo direto que liga Lisboa a Kiev é operado pela WizzAir, uma companhia lowcost que permite a qualquer empresário português estar em 4h30 na capital ucraniana. Chegados a Kiev e devido ao regime atual fizemos um teste rápido pelo valor de 20€ e em 20 minutos obtivemos o resultado. Deparámos-mos com alguma dificuldade em falarem inglês, sempre ultrapassada pela boa vontade, pela capacidade gestual e pela vantagem das novas tecnologias (google translate).
As reuniões individuais para cada empresa ocorreram durante 3 dias, bem preenchidos e com contactos direcionados ao que as empresas portuguesas procuravam. 95% das reuniões tiveram lugar nas sedes das empresas ucranianas, em Kiev, Odessa e Dnipro.
A economia ucraniana está ainda muito assente no setor agrícola, mas com um crescimento exponencial do setor dos serviços (financeiros, consultoria, TI) e também na indústria automóvel e aeronáutica. A apetência por produtos da europa ocidental tem crescido muito e as camadas mais jovens idolatram as marcas conhecidas em todo mundo.
A relação conturbada com a Rússia tem afastado mais investimento estrangeiro do país, mas notou-se uma presença forte de empresas alemãs, francesas, italianas e espanholas, maioritariamente. A mão de obra barata, a boa formação de alguns quadros e a dimensão do país, tem atraído diversas empresas internacionais para a Ucrânia.
O feedback dos responsáveis com quem as empresas portuguesas reuniram, conhecem Portugal e a imagem é sempre positiva – a comunidade ucraniana em Portugal (em geral) tem beneficiado de uma excelente integração e reconhecem a nossa hospitalidade e qualidade dos nossos produtos e serviços. O “nosso” Cristiano Ronaldo apareceu muitas vezes nas conversas e é um ótimo “quebra-gelo”.
A necessidade de tradutores em algumas reuniões revelou-se fundamental, pois a língua inglesa, apesar de compreendida ainda não é falada por muitas pessoas, mesmo em posições relevantes. Mas em termos gerais, são muito pragmáticos e diretos ao assunto, o que facilita a negociação.
Percorremos também alguns supermercados e lojas de produtos alimentares e decoração e a presença portuguesa já se faz sentir ligeiramente, com vinhos, conservas e azeites na sua maioria, mas também alguma cerâmica e têxteis-lar. Existe naturalmente muito espaço para aumentar a diversidade e a quantidade de produtos portugueses neste mercado, aproveitando a boa conotação que o nosso país tem por lá.
O leste europeu tem dado sinais de muita resiliência e desenvolvimento. Foram muitos anos de estagnação e as performances mais recentes da Polónia e da Roménia fazem com que muitos acreditem que é também nestes países que iremos observar inúmeras oportunidades de negócio e crescimento nos próximos anos.
E a CCIP cá estará para, como sempre, apoiar as empresas nesse processo e aumentar as exportações portuguesas. Contem connosco!
Consulte o nosso plano de ações internacionais.
Autor: Pedro Magalhães, Diretor de Comércio Internacional da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa