PEDRO MAGALHÃES, DIRETOR DE COMÉRCIO INTERNACIONAL DA CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA PORTUGUESA (CCIP), ESTEVE A PERCORRER TRÊS IMPORTANTES PAÍSES DA ÁFRICA ORIENTAL, COM UM GRUPO DE EMPRESÁRIOS PORTUGUESES E ESPANHÓIS QUE PROCURAM NOVOS NEGÓCIOS NESTA GEOGRAFIA.
Depois de uma longa viagem até Nairobi, com escala em Paris, entro naquela que é a capital mais dinâmica da África Oriental. Aeroporto com boas condições, excelente serviço à chegada e em menos de 30 minutos estou dentro do jipe que me levou ao hotel Radisson Blu, situado na agradável zona de Arboretum.
A capital do Quénia é uma cidade cosmopolita de cerca de 6 milhões de pessoas e com grandes contrastes. Bairros modernos, verdes e bem organizados e bairros de lata de uma vastidão impressionante. A influência inglesa está bem presente e salta logo à vista na arquitetura de alguns edifícios, na condução à direita, nos costumes e naturalmente na língua.
Sou recebido pela Chefe de Missão Diplomática de Portugal e a sua equipa, que nos relatam a importância do mercado e o crescimento impressionante pelo qual o país tem passado nos últimos 10 anos. A criação do Portuguese Business Council no Quénia levou-me a outra reunião com dois empresários goeses nascidos no Quénia e que fazem parte da estrutura desta instituição, que permitirá em breve aumentar a visibilidade das empresas portuguesas no país, bem como atrair mais investimento para Portugal.
Mais tarde reúno com consultores especialistas em ajudar empresas a entrarem no mercado e no dia seguinte com um grupo de empresários espanhóis, suíços e ingleses que já operam no Quénia faz alguns anos. É muito importante ouvir e ver o que outras empresas de diferentes países fazem neste mercado e região. A opinião é consensual – Nairobi é o sítio para estar se queremos expandir as operações para esta zona do globo.
País conotado com o turismo de safaris, o Quénia tem muito mais do que a vida animal. São cerca de 55 milhões de pessoas que, na última década, assistiram a um crescimento significativo da classe média e onde setores como a construção e materiais para a construção (sanitários, cozinhas, portas, pavimentos, etc.), energia, renováveis, têxtil, tecnologias de informação, fileira casa e farmacêutico posicionam-se como estratégicos e com elevada procura no mercado.
Convém contextualizar que nos encontramos num continente onde a burocracia, relações pessoais, influência governamental, instabilidade política e tantas outras barreiras imperam. Contudo, as oportunidades abundam e quem for mais resiliente e investir mais, acaba por vingar. Por alguma razão se veem inúmeros expatriados nas ruas de Nairobi.
Depois de 3 dias bem preenchidos parto em direção ao Ruanda, onde me encontro com 3 empresas portuguesas e 6 espanholas, que formam parte da primeira missão conjunta da CCIP e da sua contraparte catalã. Estão aqui representados os setores da construção, engenharia, metalomecânica, tintas, mobiliário, têxtil, alimentar, bebidas e farmacêutico.
Kigali, a capital do Ruanda, é provavelmente a cidade mais limpa do continente africano. E das mais limpas do mundo seguramente. É absolutamente incrível o nível de limpeza, organização e segurança desta cidade das mil colinas.
País com uma população de cerca de 12 milhões de habitantes, muito marcado pelo genocídio de 1994 onde morreram mais de 1 milhão de pessoas, tem conseguido feitos inéditos no que concerne ao desenvolvimento como um todo, tendo alcançado estabilidade política (é um dos países do mundo com mais mulheres no governo), segurança e crescimento da economia (o salário médio triplicou nos últimos 9 anos).
São 2 dias de intensas reuniões com ministérios, distribuidores, importadores, clientes e outros players de relevo que culminam com um enorme cansaço, mas sempre com uma energia extra para podermos experienciar, ao jantar e entre todos, as dificuldades e oportunidades deste interessantíssimo mercado.
O networking entre as empresas é sem dúvida uma mais-valia única nas missões da CCIP. Os pontos em comum e as experiências trocadas são fatores insubstituíveis nestas deslocações, sendo que nesta tivemos o privilégio acrescido de poder partilhar e observar como se movimentam profissionalmente as empresas do nosso principal mercado de exportação e importação.
Junto com as empresas, parti para a última etapa desta jornada, rumo a Kampala, a capital do Uganda. As diferenças à chegada são evidentes: aeroporto com condições mais parcas e o percurso até ao hotel reflete uma cidade mais caótica e menos organizada, mas com uma dimensão e volume bastante superiores a Kigali.
Situada nas margens do gigante lago Vitória, Kampala é definitivamente uma das cidades mais atrativas da África Oriental. Apesar dos enormes desafios associados a um crescimento exponencial da população da cidade na última década, a abertura internacional, bom ambiente de negócios, espirito empreendedor e cultura musical e artística com expressão considerável, fazem da capital do Uganda um local incontornável na região.
O Uganda está a passar uma fase de desenvolvimento promissora, fruto da florescente indústria do Petróleo e Gás. Por este motivo tem atraído muitas empresas internacionais, que afluem a este mercado na esperança de conseguirem agarrar as oportunidades inerentes a este setor, direta ou indiretamente.
Num total de 2 dias e meio de reuniões b2b temos um saldo muito positivo, com a maioria das empresas com pedidos de orçamentos, acordos assinados e muita vontade de voltar brevemente ao mercado para conseguir aumentar a probabilidade de concretizar os primeiros negócios.
O sucesso desta missão assentou na organização detalhada de reuniões individuais para cada uma das empresas portuguesas e espanholas participantes, com necessidades e objetivos diferentes em cada mercado. O apoio dos nossos consultores locais em cada mercado foi fundamental para assegurar a concretização de todas as reuniões previstas, com um suporte logístico irrepreensível e um conhecimento detalhado dos países que se revelou imprescindível para estas primeiras deslocações.
A CCIP irá continuar a apoiar as empresas portuguesas com contatos de qualidade a nível internacional, nomeadamente em mercados que permitam uma diversificação geográfica das exportações, crucial para a sustentabilidade dessas mesmas empresas e também da nossa economia.
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