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Artigo de Bruno Bobone, Presidente da CCIP, na sua rúbrica semanal no Diário de Notícias.

Chegar a uma maioria absoluta depois de seis anos de governo... é obra! Ao contrário do que muitos pensavam, o povo português está confortável com a forma como passou a crise pandémica e o medo que se instalou não promoveu grandes mudanças.

Por outro lado, a oposição pouco fez para apresentar uma solução que representasse uma verdadeira alternativa por que valesse a pena arriscar.

E cá vamos para quatro anos de governo, só que desta vez com toda a responsabilidade da sua condução e sem qualquer limitação ao seu caminho.

Como foi claro no discurso de vitória, a estabilidade é uma mais-valia para a democracia. E eu estou completamente convencido de que uma democracia funciona melhor com maiorias do que com minorias a governar.

Gostei dessa ideia de conseguir fazer as pazes entre o povo português e as maiorias.

Mas hoje já é dia para começar a fazer o trabalho de casa. De começar a pensar como vamos fazer deste país um sítio em que vale a pena viver, onde estamos todos alinhados para a criação de riqueza que permita a todos viver melhor e com mais dignidade.

Pensar em ajudar os que mais precisam, mas sem os alhear das responsabilidades sobre a sociedade em que vivem, o que significa envolvê-los e não apenas pagar-lhes.

Todos têm de se sentir necessários para se sentirem parte do projeto.

Temos também de olhar como podemos ajudar as nossas empresas a serem maiores e mais fortes para poderem competir no mundo, que será sempre o único mercado que nos poderá ajudar a crescer.

Para isso temos de envolver os empresários nas decisões que promovem o seu desenvolvimento.

A maioria absoluta permite evitar o populismo e permite o pragmatismo que beneficia o desenvolvimento.

Mas a maioria também permite a realização de reformas e a reforma da justiça é, sem qualquer dúvida, uma das maiores urgências da nossa democracia e da nossa economia.

No seu discurso diz também que uma maioria não é a vontade de um só.

Por isso será importante que a complementaridade entre público e privado seja verdadeiramente uma fórmula que beneficie o bom serviço aos portugueses.

Que a qualidade do serviço privado seja complemento à garantia de que o serviço chega a todos, dada pelo setor público.

Seja na educação, seja na saúde, o que podemos ganhar está mais nesse pragmatismo da união do que na divisão promovida pela ideologia.

Como disse no princípio, uma maioria depois de seis anos de governo é obra.

Aquilo que gostaria de poder dizer daqui a quatro anos é que a maioria fez obra.

E é para isso que escrevo hoje estas linhas, para dizer que hoje tudo é possível, mas tudo depende da forma como forem dados os primeiros passos.

Como forem feitas as primeiras conversas e da forma como forem todos envolvidos.

Todos manifestaram a sua preferência através voto no último domingo.

A maioria deu o seu apoio a um governo do Partido Socialista e este governo tem legitimidade para governar durante quatro anos - e é bom que assim aconteça, pois só assim funciona bem a democracia.

Estamos todos interessados e disponíveis para transformar Portugal, mas só se formos juntos o poderemos fazer.

De uma crise nunca se sai só, ou saímos todos ou não sai ninguém.

Passado que está o ato eleitoral vamos unir-nos por Portugal.

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